61ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 13. Parasitologia - 1. Entomologia e Malacologia de Parasitos e Vetores
VARIAÇÃO SAZONAL DA PRODUTIVIDADE DE IMATUROS DE A. aegypti (DIPTERA, CULICIDAE) EM REGIÃO SEMI-ÁRIDA DO MARANHÃO, BRASIL.
Valéria Cristina Soares Pinheiro 1
Irene Alves Silva Neres 2
Juliana Maria Trindade Bezerra 3
Jivanildo Pinheiro Miranda 4
Wanderli Pedro Tadei 5
1. Profª. Dra.. Laboratório de Entomologia Médica – CESC/UEMA (Orientadora).
2. Programa de Pós-Graduação em Saúde Materno-Infantil- UFMA (Mestranda)
3. Programa de Pós-Graduação em Saúde Materno-Infantil- UFMA (Mestranda)
4. Centro de Ciências Agrárias e Ambientais, Universidade Federal do Maranhão
5. Laboratório de Malária e Dengue, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia
INTRODUÇÃO:
A sazonalidade é um dos fatores que exerce influência na distribuição, dispersão e densidade de A. aegypti. Diferentes condições climáticas podem promover o aumento da população do mosquito e ativarem seu comportamento alimentar, elevando sua capacidade vetorial. No Brasil a estação chuvosa não é uniforme, refletindo diferença na produtividade do A. aegypti nas diferentes regiões. O Estado do Maranhão localiza-se na região de transição entre o Norte e Nordeste, o que torna necessário o conhecimento dos mecanismos reprodutivos usados pelo A. aegypti na região. Portanto este estudo tem como objetivo investigar a variação sazonal nos índices de positividade e de produtividade de imaturos de A. aegypti no município de Caxias, MA, considerando-se os períodos de chuva e de seca.
METODOLOGIA:
As coletas foram realizadas de agosto a outubro de 2007 e de fevereiro a abril de 2008, nas estações seca e chuvosa, respectivamente. Os bairros de estudo foram: Fazendinha, Salobro, Pirajá e Caldeirões, localizados na zona oeste da cidade, sendo visitadas 200 casas por bairro, totalizando 800. Foi realizada a inspeção de todas as residências dos quarteirões sorteados, fazendo-se a observação dos recipientes artificiais para pesquisa das formas imaturas de A. aegypti. Nos recipientes positivos foi realizada a coleta de todos os imaturos com pipetas plásticas e pesca-larva. A identificação e contagem das formas imaturas foi feita no Laboratório de Entomologia Médica (LABEM) da Universidade Estadual do Maranhão. A positividade de recipientes e imóveis foi examinada de acordo com o teste de qui-quadrado para comparação entre as duas estações.
RESULTADOS:
Observou-se uma maior ocorrência de recipientes positivos (84) na estação chuvosa, apresentando diferença significativa quando comparada com o número de recipientes da estação seca (valor de x2 = 29,87, gl = 1, p < 0,001). O número de recipientes negativos foi de 3.111 na estação chuvosa e 2.583 na seca, o que mostra valor bem elevado de criadouros potenciais nas residências dos bairros estudados. Foram encontrados 3529 imaturos na estação seca ocorrendo moderada variação no número de imaturos registrados por recipiente (Mediana: 40 indivíduos; amplitude: 1-780; n= 35) e 17.827 na chuvosa demonstrando ampla variação no número de imaturos por recipiente (Mediana: 58 indivíduos; amplitude: 1- 3177; n= 84). O número médio de imaturos por recipiente diferiu significativamente entre as estações com os maiores valores registrados na estação chuvosa (t-Student, t= - 2,05; gl= 117; p= 0,04). A avaliação da densidade dos imaturos por estação nos quatro bairros foi significativa apenas na estação chuvosa, destacando-se o bairro Caldeirões que teve o menor número de imaturos, valor que foi significativo conforme comparação de Tukey (p > 0,05 ).
CONCLUSÃO:
Os resultados apresentados neste trabalho demonstraram que houve diferença significativa na positividade dos criadouros do A. aegypti e na produtividade de larvas e pupas na estação chuvosa. Esses dados demonstraram a importância de estudos sobre o comportamento do A. aegypti em diferentes áreas do Brasil, considerando-se diferenças climáticas e culturais de cada região. Informações sobre a freqüência de criadouros nos diferentes períodos do ano, assim como a produtividade de imaturos constitui-se em informações fundamentais para orientar as estratégias de controle, seja na destruição ou no tratamento dos criadouros considerados chaves para produção das formas aladas do vetor do dengue.
Instituição de Fomento: Fundação de Amparo a Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão, Instituto Nacional de Pesquisas do Amazonas
Palavras-chave: Sazonalidade, controle do A. aegypti, produtividade.