O governo do Estado do Amazonas aprovou a Lei Estadual Nº3.135 de 05/06/2007 de Mudanças Climáticas, Conservação Ambiental e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas, estabelecendo uma Política Estadual sobre Mudanças Climáticas e Conservação Ambiental.. A significativa importância desse tema nos levou ao questionamento: o que o Estado do Amazonas estaria fazendo em relação à educação para as mudanças climáticas? Descobrimos que dentro desta lei está o Programa de Educação sobre Mudanças Climáticas, com o objetivo de promover a difusão do conhecimento sobre o aquecimento global na rede pública de ensino. Nesse caso o Centro Estadual de Mudanças Climáticas (CECLIMA), em parceria com a Secretaria de Educação e qualidade de ensino do Estado do Amazonas (SEDUC) desenvolvem o projeto “Educação para a Sustentabilidade”. Dessa forma o nosso trabalho foi analisar os procedimento desse projeto e assim trazer uma reflexão sobre seus limites e alcances para as mudanças climáticas no âmbito das políticas públicas.

O desenvolvimento desse estudo ocorreu em três grandes momentos:

O primeiro momento tomou como referencial teórico-metodológico estudos de: Leonardi (1997), Morin(1998), Arendt (2004), Diegues(1996), Leff(2002), Sato (2002)  dentre outras.

O segundo momento foi a analise documental: o Projeto de Lei nº 93/2007; Projeto de Lei Complementar 04/2007 e Lei Estadual Nº3.135 de 05/06/2007. A Lei de Mudanças Climáticas, Conservação Ambiental e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas. No terceiro momento, fizemos entrevistas com pessoas chave das instituições envolvidas (CECLIMA/SEDUC) e como os professores participantes do processo de formação continuada.

O projeto de educação ambiental do CECLIMA/SEDUC “Educação para a Sustentabilidade” tem por Objetivo promover a formação continuada dos professores das escolas da rede pública estadual com o fim de contribuir para a formação de cidadãos conscientes, aptos para decidir e atuar na realidade socioambiental de um modo comprometido com a vida. O Público Alvo foram professores do Ensino Fundamental e médio da Rede Estadual de Ensino da Capital. Metodologia: realização de oficinas pedagógicas com os professores. Conteúdos Abordados: Mudanças Climáticas e Manejo Florestal (Livros).  Área de abrangência: Manaus e cidades vizinhas (Lábrea, Iranduba, Carauari e Itacoatiara entre outras). Analisando os procedimentos desse projeto constatamos alguns limites e alcances, como a ausência de um estudo das concepções dos professores sobre o ambiente; demonstra limites uma vez que se concentra em transformar o objeto deixando em segundo plano a transformação das pessoas; existe o risco das ações que dão ênfase as questões ambientais do programa tornarem-se suplementares; o direcionamento à pedagogia diretiva e empirista, ou seja, o professor fala e o aluno escuta, a função principal é “domesticar” o aluno e a ausência de elementos dicotômicos .

Destaca-se o caráter inovador da proposta de educação ambiental para mudanças climáticas, ainda que num estágio de sensibilização. O projeto ainda está em fase de consolidação. A expectativa é que haja um acompanhamento das escolas que participaram da formação e utilizem em sala de aula com os alunos as cartilhas reeditadas (que serão distribuídas) para as escolas. O projeto ainda pretende ser instalado em todo o Estado do Amazonas, pela CECLIMA. No entanto observa-se na parceria institucional a necessidade de acrescer ajustes e arranjos que possam transcender os vícios e estereotipo produzido seja, pela educação tecnocrática, seja da progressiva ou mesmo da holística, presentes no cotidiano da educação enquanto processo social construído e institucionalizado. Percebe-se que a educação é um elemento indispensável, mas não pode sozinha responder aos graves desafios, inclusive da própria sobrevivência da população mundial. É notório que houve um progresso no nível da sensibilidade ambiental, porém isso não é suficiente para a execução de uma ação ética.