61ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 6. Farmacologia - 1. Farmacologia Bioquímica e Molecular
AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE HEMOLÍTICA, COAGULANTE E ANTIAGREGANTE PLAQUETÁRIA DO EXTRATO SECO DA CASCA DE Maytenus guianensis
Belisa Lopes Maia 1
Emerson Silva Lima 2
Marne Carvalho de Vasconcellos 3
1. Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Universidade Federal do Amazonas/UFAM
2. Doutor da F.C.F., Universidade Federal do Amazonas/UFAM - colaborador
3. Doutora da F.C.F., Universidade Federal do Amazonas/UFAM - orientadora
INTRODUÇÃO:
A família Celastraceae possui grande diversidade com 98 gêneros e cerca de 1264 espécies que são encontradas principalmente em regiões tropicais. Grande destaque tem sido dado a estas espécies por apresentarem uma grande variedade de atividades farmacológicas, tais como antirreumática, antibacteriana, antitumoral (tratamento do câncer de pele), ação curativa em feridas de pele, ação antiulcerogênica, cicatrizante e anti-inflamatória, inseticida e imunossupressora. Entre os constituintes químicos já isolados em estudos com Maytenus spp., observa-se que estes têm se mostrado ricos em substâncias de natureza esteroidal e triterpenoídica, como triterpenos pentacíclicos friedelânicos e quinonoídicos, sesquiterpenos, secofriedelanos e esteróides. A espécie Maytenus guyanensis Klotzch., é considerada uma árvore medicinal na Amazônia tradicionalmente conhecida pelo nome de chichuá (xixuá). Medicinalmente, é utilizada como estimulante, tônico e relaxante muscular, para o alívio de artrite, reumatismo, hemorróidas, rim inchado erupções de pele, prevenção do câncer de pele, entre outros. O presente trabalho teve como objetivo avaliar o potencial de anti-agregação plaquetária, hemólise e coagulação do extrato seco da espécie M. guianensis.
METODOLOGIA:
As cascas de M. guianensis provenientes do município de Careiro Castanho no interior do estado do Amazonas foram submetidas à maceração hidroalcoólica a 50% durante 48 horas e o extrato obtido foi seco em spray dryer. No teste de atividade hemolítica foi testada a ação do extrato de M. guianensis, na concentração de 1mg/mL, sobre hemácias de indivíduos saudáveis, tendo como parâmetro a hemólise causada pelo Triton X100. Os ensaios de tempo de tromboplastina parcial ativada (aPTT) e tempo de trombina (PT) foram realizados segundo os protocolos fornecidos pelos “kits” comerciais utilizados (Labtest,Minas Gerais, Brasil). O tempo de coagulação foi determinado utilizando-se o aparelho Coatron M1 da Teco Medical Instruments. A concentração de M. guianensis testada foi de 1mg/mL. Os ensaios de agregação plaquetária foram realizados pelo método turbidimétrico de Born (1970). Utilizou-se plasma rico em plaquetas (PRP) obtido de voluntários saudáveis. As concentrações de Maytenus guianensis testadas foram de 200 e 400 µg/mL.Utilizou-se ADP como agente agregante.
RESULTADOS:
Verificou-se que a espécie M. guianensis não provocou hemólise em eritrócitos humanos. Também não apresentou efeito coagulante ou anticoagulante até a concentração de 1 mg/mL. No teste de agregação plaquetária o extrato apresentou inibição da agregação mediada por ADP de 26% na concentração de 200 µg/mL e de 77% na concentração de 400 µg/mL.
CONCLUSÃO:
Diante do exposto, observou-se o potencial antiagregante da espécie M. guianensis possibilitando a utilização dessa espécie para fins farmacológicos.
Instituição de Fomento: FAPEAM, CNPq
Palavras-chave: Maytenus guianensis, Antiagregação plaquetária, Atividade coagulante.