Acompanhando as tendências mundiais, o consumidor nacional passou a valorizar os alimentos produzidos em sistemas que estabeleçam um compromisso com a preservação do meio ambiente, da saúde do produtor e estrutura de produção, a interação consumidor-produtor, com um produto final que atenda aos requisitos de segurança alimentar. O sistema orgânico que anseia a produção sustentável de alimentos excluindo o uso de fertilizantes químicos e agrotóxicos, tendo como base o uso de estercos animais, rotação de culturas, adubação verde, compostagem e controle biológico de pragas e doenças, entre outros tipos de manejo agroecologico. As variedades rústicas são menos exigentes em tratos culturais e se caracterizam pela grande resistência à doenças e frutos com tipicidade de aroma e sabor, de excelente aceitação no mercado brasileiro, norte-americano e asiático. Neste contexto avaliou-se através das médias de produtividade em Kg/planta o tratamento (porta-enxerto x planta) que melhor se adequou as condições edafo-climáticas da região Norte do Paraná, no sistema orgânico.

As médias de produtividade das cultivares, foram submetidas ao teste de Scott-Knott (5% de significância). A variedade que se diferenciou das outras e se destacou em produtividade foi a bordô, nos três porta-enxertos, sendo o IAC 572 que apresentou a melhor média por planta de 15,03kg seguido pelo IAC 766 com 9.27kg e pelo 420–A com 7,05 kg, sendo os dois últimos não diferidos entre si estatisticamente. As demais variedades não obtiveram diferença significativa entre os tratamentos, porém o porta-enxerto IAC 766 apresentou boa produtividade nas demais cultivares. Os resultados apresentados provavelmente se deve ao fato de a variedade Bordô ser recomendada para a região Norte do Paraná, por ser muito rústica e resistente a doenças fúngicas, sendo indicada para a produção de sucos e vinhos e não para o consumo in-natura. Apresenta um maior número de cachos/planta porém com o tamanho de bagas reduzido. O porta-enxerto IAC 572 por ser muito vigoroso e de ótimo pegamento e enraizamento possibilitou que a Bordô conseguisse expressar seu potencial produtivo.

No presente trabalho o porta enxerto 'IAC-572' induziu maior  produtividade quando o enxerto é a variedade bordô, enquanto que o 'IAC-766' possibilitou boa produtividade nos outros enxertos, sendo assim, o melhor tratamento obtido para a região Norte do Paraná foi bordô/572 e as divergências de resultados evidenciam a importância da realização de experimentos regionais para a melhor indicação da combinação enxerto/porta-enxerto, tendo em vista as diferenças edafo-climáticas de cada região.