61ª Reunião Anual da SBPC |
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 3. Fitossanidade |
DIVERSIDADE DE ÁCAROS PREDADORES EM MAMOEIRO NA REGIÃO DE MANAUS |
Kedma De Lima Pereira 1 Geraldo José Nascimento de Vasconcelos 2 Neliton Marques da Silva 1 Manoel Guedes Correia Gondim Junior 3 |
1. Faculdade de Ciências Agrárias, Universidade Federal do Amazonas/FCA-UFAM 2. Esc. Superior de Agri. “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo/ESALQ-USP 3. Departamento de Agronomia, Universidade Federal Rural de Pernambuco/DEPA-UFRPE |
INTRODUÇÃO: |
O mamoeiro (Carica papaya L.) é uma das principais frutíferas cultivadas na região de Manaus. Um dos problemas fitossanitários desta cultura é a ocorrência do ácaro Tetranychus mexicanus (McGregor), sobretudo na época seca. Este ácaro ocorre em colônias na face inferior da folha, normalmente próximo as nervuras, ocasionando manchas esbranquiçadas. Posteriormente, as folhas secam e caem prematuramente. No Brasil, mais de vinte espécies de ácaros predadores têm sido relatadas em associação com o mamoeiro. Porém, o potencial destas como agentes de controle biológico de T. mexicanus ainda é desconhecido. A diversidade de ácaros predadores associados ao mamoeiro na Região Amazônica ainda é desconhecida assim como suas características biológicas e ecológicas, tais como capacidade para se desenvolver e reproduzir quando alimentado com T. mexicanus. O objetivo deste estudo foi determinar a diversidade de ácaros predadores através dos índices faunísticos da comunidade que ocorrem em mamoeiro, na região de Manaus. |
METODOLOGIA: |
Foram realizadas coletas em cinco sítios amostrais Tiradentes, Acariquara, Universidade Federal do Amazonas (UFAM)/Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL), UFAM/Faculdade de Ciências Agrárias (FCA), no município de Manaus-AM, e em um plantio comercial, no município de Iranduba-AM, entre jan. a mar./2009. Em cada coleta foram amostradas dez plantas por local e três folhas por planta (basal, mediana e apical). Estas foram acondicionadas em sacos plásticos, etiquetadas e transportadas para o laboratório, onde foram observadas ao esteriomicroscópio. Os ácaros encontrados foram transferidos para recipientes com álcool 70% e, posteriormente, montados em lâmina para microscopia em meio de Hoyer e identificados ao microscópio. Os dados foram submetidos à análise faunística, considerando todos os ácaros predadores coletados em cada local, para determinação dos indicadores ecológicos (dominância, abundância, frequência e constância) e de comunidades (índices de diversidade e uniformidade). Adicionalmente a diversidade de ácaros predadores de cada local foi submetida à análise de similaridade de Mountford, para a elaboração de um dendograma de similaridade entre as comunidades dos diferentes locais. |
RESULTADOS: |
Foram coletados um total de 107 ácaros, correspondentes a doze espécies de sete gêneros e três famílias, Phytoseiidae, Stigmaeidae e Cunaxidae. A quantidade de espécies coletadas em cada sítio amostral foi 8, 5, 4, 3 e 2, respectivamente para as localidades do Tiradentes, Acariquara, UFAM/ICHL, UFAM/FCA e Iranduba. Composição geral das espécies. A família com a maior riqueza em todos os locais foi Phytoseiidae. Segundo a análise faunística a espécie considerada dominante, pelo método de Laroca e Mielke, para o Acariquara foi Euseius ho (De Leon) e para o Tiradentes e o UFAM/ICHL foi Euseius concordis (Chant), nas demais localidades nenhuma espécie foi dominante. Padrões de diversidade. Os locais que apresentaram maior índice de diversidade (Shannon-Weaner (H’)) foram Acariquara e Tiradentes, 1,36 e 1,20 respectivamente. Devido ao baixo numero de espécies coletadas no plantio comercial, este apresentou o menor índice de diversidade, 0,64. Similaridade. As comunidades de predadores mais próximas foram UFAM/FCA, UFAM/ICHL e Tiradentes com 40% de similaridade. Este grupo foi semelhante a comunidade de ácaros do Acariquara, com 21% de similaridade. A comunidade de predadores em mamoeiro de Iranduba formou um grupo a parte unindo-se aos demais apenas na base com 13% de similaridade. |
CONCLUSÃO: |
A família fitoseíde foi a que apresentou a maior diversidade de espécies. Espécies do gênero Euseius foram consideradas dominantes nas comunidades de ácaros predadores do mamoeiro na maioria dos locais estudados. O plantio comercial do mamoeiro em Iranduba apresentou baixa diversidade de ácaros predadores em relação às demais localidades onde foram realizadas as coletas em mamoeiro não comercial. |
Instituição de Fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). |
Palavras-chave: Phytoseiidae, Fruticultura Tropical, Análise Faunística . |