A pesquisa pautou-se em retratar como os graduandos do Curso Normal Superior abordam a Educação do Campo. Analisou-se as 27 monografias, onde os sujeitos expõem experiências vivenciadas durante o estágio/pesquisa. Os alunos tiveram contato direto com a realidade das escolas do assentamento Vila Amazônia no Município de Parintins. Embasados com formação especifica para a realidade, leituras e discussões sobre a temática “Educação do Campo”, utilizaram desse suporte recebido na formação para análise critica e busca de soluções para os problemas encontrados. Vale ressaltar que a relevância desta pesquisa é de construir um suporte para que a Universidade consolide a proposta pedagógica de formação de professores do campo, e que sobre tudo, atenda aos desafios desse novo paradigma educacional que se constitui como uma conquista dos movimentos sociais da região e do convênio entre as instituições UEA/INCRA/PRONERA. Pois atuam na perspectivara de educação de qualidade no local onde residem e que atenda aos anseios respeitando a realidade dos camponeses. Pretende-se acima de tudo com esta pesquisa analisar e contribuir para o fortalecimento da proposta formativa do curso, e também ecoar ainda mais a discussão sobre educação do campo. Enfim, ampliar a inserção educacional, onde as práticas pedagógicas contemplem a realidade dos camponeses.

A presente pesquisa é de cunho documental, onde fez uma articulação das abordagens utilizando o método da análise qualitativa para desenvolver os conceitos e entendimentos da subjetividade do problema em questão. Também utilizou a análise quantitativa para verificação dos dados estatísticos representados por gráficos: tais como o levantamento das temáticas das monografias, o levantamento bibliográfico utilizado nas referencias citadas pelos graduandos. Inicialmente realizou-se uma revisão bibliográfica sobre as temáticas abordadas para subsidiar teoricamente a empreitada do estudo. Trabalhou-se no segundo momento com as monografias dos alunos do curso normal superior do convenio UEA/INCRA/PRONERA, no intuito de analisar a concepção de educação do campo.

Ao final da pesquisa notou-se um interesse significante por parte dos graduandos pelas questões relacionadas à prática pedagógica dos professores. Nas monografias analisadas foi observada a preocupação dos graduandos em relacionar as práticas dos docentes, e se estas práticas estavam contextualizadas e se as mesmas valorizavam a identidade dos educandos, como a participação dos alunos nessas práticas. Destacam também o déficit de material didático, e ressaltam que quando tem, não se encontram adequados à realidade dos educandos do campo. Acerca do conhecimento, enfatizam a importância do trabalho coletivo, demonstrando ter um enorme comprometimento com a produção e os instrumentos que o tornam alcançáveis. Criticam práticas pedagógicas que favoreçam apenas a reprodução. Defendem a re-invenção das práticas pedagógicas a onde possa mediar à produção de conhecimentos antes de dá-los prontos e acabados, incentivam o domínio dos processos do aprendizado, e sobre tudo, encaminham os docentes a um desdobramento no campo da emancipação social.

A análise dos resultados revelou os graduandos retratam a preocupação em trabalhar um currículo articulado à realidade, respeitando a especificidade do campo, bem como o respeito aos saberes que os educandos trazem de suas famílias e comunidades concernente às experiências vivenciadas nessas escolas de assentamentos.

É preciso analisar com muita precisão todos os fatores envolvidos nesse processo, entendendo que todos/as os educandos/as lutaram e ainda lutam por uma educação do campo voltada à realidade, e que garanta uma formação integral e a qualificação profissional. Não sendo apenas um profissional passivo às ideologias do capitalismo com um perfil acomodado, servindo ao sistema apenas em troca do cargo de professor. O embasamento teórico que utilizaram como suporte no desenvolvimento de seus trabalhos de conclusão do curso está ligada a complexidade, que é à concepção de educação do campo.

A educação do campo tem suas especificidades e necessidades próprias para os discentes do campo no seu espaço cultural, sem abrir mão de sua identidade como fonte de conhecimento. Portanto, a formação do (a) educador (a) do campo é a principal estratégia para que esses objetivos sejam alcançados.