61ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 12. Ensino de Ciências
O USO DE MAQUETES COMO RECURSO DIDÁTICO PARA TRABALHAR O CONCEITO DE BACIA HIDROGRÁFICA (BH) NA ESCOLA
Paulo Sérgio Maroti 1
Fernanda Tatiane dos Santos Reis 1
Livia Maria de Jesus Santos 1
Brenda Liborio Prado Moraes Motta 1
Edivania Cristina dos Santos Reis 1
Iris Rianne Santana Alves 1
1. Núcleo de Ciências Biológicas, Campus Prof. Alberto Carvalho, UFS
INTRODUÇÃO:
O uso do conceito de bacia hidrográfica (BH) vem sendo proposto para ações ligadas à gestão e política ambiental. Isto se deve essencialmente às relações entre a conservação da BH e a qualidade/quantidade de água superficial que, nas atuais circunstâncias, apresentam significante deficit em várias localidades, principalmente em nossa região (Agreste Sergipano). Na escola, espaço privilegiado para a divulgação de conteúdos dessa temática visando à sensibilização e conseqüente mudança de atitudes, o referido tema é ainda pouco trabalhado, principalmente devido a sua abstração (dificuldade de entendimento) e desconhecimento pelos professores. Quando o tema BH é abordado em sala de aula, é tratado de forma muito simplista. O presente trabalho teve por objetivo dialogar com licenciandos (futuros professores) dos vários cursos dos campi da UFS, o uso de modelos tridimensionais ou maquetes como recurso didático para a discussão do conceito de BH.
METODOLOGIA:
A fim de atingir o objetivo de nossa pesquisa foram ofertados para alunos dos campi da UFS, quatro oficinas didático metodológicas intituladas: Oficina de Educação Ambiental - O conceito de BH na escola: Metodologias e práticas. As fases da pesquisa foram assim definidas, à saber: Fase I) Diagnóstico das concepções prévias quanto: ao conceito de BH, metodologias alternativas para o tema, a relevância do assunto para o ensino de ciências, biologia e disciplinas afins e identificação da BH onde está inserido (pré-teste); Fase II) Intervenções didático-exploratórias com abordagem dos seguintes conteúdos: o que é BH? qual a BH que estamos inseridos? Estudar BH para que? Metodologias participativas possíveis para se lidar com a temática (estudo do meio, aulas passeio de Celestin Freinet e estudo da paisagem); Fase III) construção de uma maquete didática; Fase IV) Diagnóstico sobre a mudança conceitual sobre o tema BH após as fases anteriores da pesquisa (pós-teste). Para a confecção das maquetes tridimensionais, foram utilizadas cartas altimétricas (1:120.000) da região onde está inserida os campi. Durante as oficinas foram reutilizadas bandejinhas de frios de supermercados para a construção das maquetes, visando promover discussão sobre sustentabilidade associada a produção de resíduos sólidos.
RESULTADOS:
Dentre os dados analisados da Fase I, seguem descritos alguns pontos críticos assim definidos: a) Quanto o conceito de BH, nas oficinas oferecidas pode-se observar simplificação e superficialidade; b) quanto a identificação da BH onde está inserido, somente 20% do público souberam identificar; c) quanto as metodologias propostas para lidar com a temática, não foram obtidas respostas. Relacionado aos pontos positivos, todos os participantes destacaram a relevância da temática para ser abordada no ensino fundamental e médio. Na Fase II, pode-se observar discussão proveitosa, uma vez que o tema estava além da estrutura física da BH, sendo unânime a opinião da inclusão de dados sociais e de organização civil para se entender o conceito. Na Fase III, pode-se observar certa dificuldade dos participantes em se localizarem em um mapa bidimensional e que, depois de construírem a maquete didática (tridimensional), tal localização tornou-se possível e facilitada. Na Fase IV, observou-se mudança significativa (positiva) nas concepções de BH, indo de encontro com o que alguns autores explicitam quanto a eficácia da tridimensionalidade para que seja abordado a temática na escola.
CONCLUSÃO:
Podemos concluir que o público amostrado dessa pesquisa (licenciandos) dos campi da UFS, durante as oficinas pedagógicas, estiveram distantes do conteúdo e de sua aplicação metodológico prática na escola. Tal fato nos leva a comprovação das seguintes hipóteses: primeiramente quanto à formação fragmentada do licenciando, o que justifica a grande dificuldade de se lidar de forma integrada com o conceito de BH; segundo, quanto à relevância de atividades utilizando-se da tridimensionalidade, facilitando a aprendizagem de conceitos considerados abstratos como o da BH. Com esta intervenção, acreditamos que a temática da BH seja inserida no contexto escolar desde o ensino fundamental de forma integrada e contextualizada, para que o aluno desde a infância sinta-se sujeito participante de sua realidade. A possibilidade da reutilização de materiais (como o isopor das bandejas de frios) para a confecção da maquete foi muito bem aceita, tanto pelos oficineiros como pelo público participante, servindo conforme esperado, para alavancar discussões muito interessantes sobre os resíduos sólidos produzidos nos campi.
Palavras-chave: bacia hidrográfica, ensino de ciências, material didático.