61ª Reunião Anual da SBPC
F. Ciências Sociais Aplicadas - 12. Educação Física e Esportes - 1. Educação Física e Esportes
AVALIAÇÃO FÍSICA FUNCIONAL COM ALUNOS DO PROJETO SESC-LER EM ITAPECURU-MIRIM-MA
Jânio César Mendes Ferreira 1, 2
Jean Carlos Brustolin Alves 1, 2
1. Núcleo de Estudos e Pesquisas em Psicopedagogia Diferencial (NEPPD)
2. Serviço Social da Indústria (SESI-RR)
INTRODUÇÃO:

A prática de exercícios físicos tem ocupado uma posição de destaque em nossa sociedade. É muito comum ao professor de educação física, ouvir perguntas relacionadas à necessidade de se fazer avaliação física antes de um programa de atividades físicas. É fácil compreender a preocupação da população com relação ao seu condicionamento físico inicial, pois estar apto à prática de atividades físicas, coloca as pessoas em um grupo privilegiado, que colhe os benefícios desta prática e apresenta melhor qualidade de vida.

Para tanto, é de fundamental importância para a prescrição de atividades físicas o conhecimento da condição física inicial dos alunos, e é nesse contexto que a avaliação física periódica mostra-se um instrumento de trabalho indispensável para o professor.

O início da prática de exercícios físicos deve ser precedido de exame médico e uma avaliação física abrangente, com o intuito de identificar possíveis restrições ou adaptações a esta prática. Pois, além da avaliação física inicial, é importante fazer reavaliações periódicas, que identifiquem a eficiência dos exercícios prescritos e as necessidades de modificação na intensidade e volume dos mesmos, a fim de atender integralmente o praticante.

Este trabalho tem por objetivo identificar o perfil morfológico e funcional de alunos de 03(três) escolas públicas da cidade de Itapecuru Mirim-MA, em convênio com o SESC do mesmo município, para que os mesmos possam participar de atividades físicas em um projeto de futebol, com segurança e qualidade.   

METODOLOGIA:

A avaliação física foi dividida em aspectos de composição corporal, neuromotores e posturais, bastantes para identificar o estado de saúde e condição física inicial dos alunos e orientar o trabalho em questão.

Devido à composição corporal ser considerada por diversos autores como um componente da aptidão física relacionada à saúde, ela foi usada como um dos parâmetros da referida pesquisa. Nesse item foram usadas medidas antropométricas (massa, estatura, perímetros e dobras cutâneas); Já os valores de índice de massa corporal foram considerados para diagnosticar sobrepeso e obesidade relacionados ao peso e altura.   

Todos os alunos envolvidos na pesquisa passaram por avaliação postural, a fim de que participem de atividades físicas com segurança e não venham a comprometer possíveis desvios posturais.

Na referida avaliação foram considerados aspectos neuromotores de força muscular (teste abdominal e de flexão e extensão dos cotovelos), por ser a capacidade física diretamente relacionada com as atividades da vida diária, e que auxilia na identificação do estado inicial do aluno, bem como sua evolução depois de um período de treinamento.

Os procedimentos de avaliação física foram realizados no SESC de Itapecuru Mirim-MA, com jovens de 08 a 17 anos de idade e os equipamentos utilizados foram adipômentro científico, frequencímetro, esfigmonamômetro, estetoscópio, estadiômetro, balança, colchonetes, bem como protocolo de avaliação física específico para crianças e adolescentes (Slaughter et al, 1988).

RESULTADOS:

Para a obtenção do IMC foi usada a relação peso/estatura², índice que correlaciona a estatura com o excesso de gordura, sendo, portanto esta medida recomendada para o uso geral por muitos autores e literaturas especializadas. Nessa avaliação foi observado que num grupo de 33 alunos, 27 foram classificados com “baixo peso” relacionado ao IMC; No teste de abdominal mediu-se indiretamente a força da musculatura abdominal, por meio da realização do maior número possível de flexões abdominais em um minuto. No referido teste, 12 alunos foram classificados no nível “muito fraco”; Já para o teste de flexão e extensão dos cotovelos os avaliados executaram, em decúbito ventral com apoio nas pontas dos pés e nas mãos, flexões e extensões dos cotovelos no plano transversal até que o tórax tocasse o solo com movimentos constantes durante 01 minuto. Nesse teste, 09 alunos ficaram no grau “fraco”; Após a realização dos testes de abdominal e flexão e extensão dos cotovelos os alunos foram classificados, dependendo do desempenho, em graus que variaram entre excelente, bom, médio, fraco e muito fraco, conforme protocolo de (McArdle, Katch & Katch,1985).

Foi aferida a freqüência cardíaca e a pressão arterial de todos os alunos envolvidos na pesquisa e constatou-se que 09 deles apresentaram freqüência cardíaca acima do desejável para suas idades, bem como foi verificado que todos os alunos apresentaram pressão arterial normal segundo os parâmetros da SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia). 

CONCLUSÃO:

Nos dias de hoje, não é mais possível conceber a prescrição de exercícios físicos sem um conhecimento prévio do praticante, tanto em aspectos morfológicos quanto em aspectos funcionais. Pois é amplamente reconhecido que praticar atividades físicas e exercícios físicos pode trazer grandes benefícios à saúde. Entretanto, para se tirar o máximo destas práticas é necessário que seja realizada uma avaliação física prévia, que permitirá a prescrição do exercício com maior segurança.

Diante do exposto e da necessidade de uma avaliação física prévia relacionada a um programa de atividades, percebe-se que do grupo de 33 alunos pesquisados, que há um índice elevado de alunos com baixo peso, com necessidade de que o projeto SESC-LER disponibilize lanches mais nutritivos durante a realização das atividades no referido projeto, visto que praticar atividades físicas está diretamente relacionado com um “perde e ganha” no que se refere à quantidade de calorias ingeridas e consumidas nas atividades. Verificou-se que muitos alunos foram classificados em níveis fracos no que se refere à força muscular, item necessário ao bom desempenho das atividades cotidianas, sendo necessário dar ênfase na qualidade física básica de força. Observou-se também que há a necessidade de se realizar uma preparação de condicionamento físico cardiovascular para o retorno da freqüência a níveis normais, visto que muitos alunos apresentaram freqüência cardíaca elevada, o que se caracteriza como baixo índice de condicionamento físico aeróbico.

Palavras-chave: Avaliação física, exercício físico, atividade física.