61ª Reunião Anual da SBPC
B. Engenharias - 1. Engenharia - 6. Engenharia de Produção
CONFIANÇA NOS AMBIENTES ORGANIZACIONAIS: FATOR DE DINAMIZAÇÃO DA CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO
Simone Cristina Silva Moraes 1
luis Mauricio Resende 2
Pedro Luiz de Oliveira Costa Neto 3
1. Instituto de Educação Tecnológica do Amazonas
2. Universidade Tecnológica Federal do Paraná/ Ponta Grossa
3. Universidade Paulista/ Indianápolis
INTRODUÇÃO:
Na sociedade industrial não havia necessidade de inspiração, nem visão crítica, nem de pensamento autônomo, pois a inovação era uma obsolescência planejada. Entretanto, na sociedade do conhecimento, inovação não é só um projeto, mas uma cultura, um jeito de ser e fazer (GUIMARÃES, 2007). Em virtude dessa crescente necessidade organizacional, a qualidade dos relacionamentos de uma empresa pode se tornar sua competência distinta, seu particular suporte competitivo. Para Novaes (2007), num momento de grande comoditização de produtos, um diferencial competitivo de mercado é adotar uma gestão que privilegie a liberdade individual e tenha como premissa maior autonomia para o indivíduo, visando incentivar a criatividade e a estimular processos de inovação. Portanto, este artigo tem por objetivo verificar as estratégias de relações de confiança sustentáveis nos ambientes organizacionais. Utilizou-se, para tal, uma análise em 13 empresas que compõem uma aglomeração produtiva, onde se pesquisaram suas lideranças e seus colaboradores. A ênfase metodológica é na inovação e criatividade vinculadas ao alinhamento individual e organizacional. Como conseqüência, foi verificada as relações de confiança nas empresas atreladas ao crescimento na contratação de funcionários nos anos de 2005 a 2007.
METODOLOGIA:
Para atingir o objetivo proposto neste trabalho, foi considerado como método científico de pesquisa o indutivo, pelo qual se buscam generalizações para o universo de interesse em que, segundo Lakatos & Marconi (2001), os resultados obtidos conduzem apenas a conclusões prováveis. Do ponto de vista da sua natureza, a pesquisa é aplicada. Em princípio se apresenta qualitativa, pois lida com opiniões ligadas as ações e relações humanas classificadas segundo uma escala de Likert, mas embute na seqüência aspectos de quantificação para o das análises, conforme preconizado por Silva e Menezes (2005), quando indicam que tudo pode ser quantificável, traduzindo em números opiniões e informações para classificá-las e analisá-las. O método do procedimento aplicado foi o levantamento (Survey). A amostra utilizada foi a não probabilística por acessibilidade, realizada junto a 13 empresas das 18 que compõem o Setor; sendo 01 de grande porte, 04 de porte médio e 08 de porte menor. A coleta de dados foi realizada in loco, com 246 colaboradores do aglomerado produtivo. O instrumento utilizado na coleta de dados foram questionários para os líderes e os colaboradores (média aritmética proporcional por empresa), contendo 20 perguntas estruturadas e fechadas sobre as características de relações de confiabilidade em suas empresas. Com base nesse instrumento, foi calculada a pontuação dos líderes e colaboradores.
RESULTADOS:
Segundo os resultados obtidos, das 13 empresas analisadas, nenhuma se caracterizou com relações de confiança empreendedora totalmente sustentável no que tange a ambientes propícios de criatividade e inovação. 09 empresas apresentaram algumas características de relações de confiabilidade nos ambientes internos e 04 apresentaram insuficiência no perfil de relações de confiança. Foi verificado também que, das 13 empresas analisadas na pesquisa, 09 delas apresentaram crescimento na geração de emprego quando analisadas entre 2005 a 2007 (estão inseridas nessa classificação 01 empresa de grande porte, 04 de médio porte e 04 de pequeno porte), oscilando de 200% em uma empresa de pequeno porte até 12,5%. Entretanto, para o restante das empresas de pequeno porte, 04 decresceram em relação à geração de emprego, chegando a -68,7% de decrescimento. Constatou-se também que as 09 empresas que mais cresceram na questão de geração de emprego, 08 delas foram as que mais positivamente se destacaram na proposta de análise metodológica. Percebe-se então que, a metodologia na pesquisa mostrou-se adequada, permitindo uma análise do desenvolvimento do perfil de confiança nos ambientes internos das empresas. A correlação entre o resultado da pesquisa e o desempenho das empresas nos mostra que, por extensão, ser a metodologia adequada para análise outras empresas.
CONCLUSÃO:
Nessa pesquisa, se estabelece a importância das relações de confiança como um fator de competitividade e geração de emprego na gestão empresarial, e evidenciam-se as constatações de que investir no desenvolvimento desses aspectos é questão fundamental. O Setor analisado, conforme a metodologia aplicada, apresentou um perfil de relações de confiança moderado. Apesar de, em termos proporcionais, ser um dos maiores aglomerados de empresas em beneficiamento de aço no segmento de armazenagem no Brasil, com presença no mercado há quase duas décadas para a maioria das empresas evidenciou-se, entretanto, que, no perfil de relações de confiança está faltando mais visão holística e sistêmica por parte das lideranças empresariais. Isso tem desacelerado o crescimento e a expansão das pequenas empresas que compõem o aglomerado produtivo, pois foram estas as que mais apresentaram fragilidades em suas competências técnicas e organizacionais no que tange a confiança nos ambientes internos. Com o presente trabalho, espera-se haver suscitado o interesse quanto a um importante aspecto das relações humanas nas organizações, em geral pouco abordado em trabalhos práticos e acadêmicos. A questão de relações de confiança, não deve ser relegada a segundo plano nas análises empresariais, sob pena de se deixar de se considerar uma importante fonte de motivação para o aumento da criatividade, inovação, produtividade, competitividade e geração de emprego e renda nas empresas.
Palavras-chave: Relações de confiança, Criatividade e inovação, Empregabilidade.