61ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 12. Ensino de Ciências
OFICINAS DIDÁTICAS SOBRE A TABELA PERIÓDICA
Geliane Melo dos Santos 1
1. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas/IF-AM
INTRODUÇÃO:
Os alunos tanto de ensino fundamental, assim como os do ensino médio, temem a disciplina Química, em particular quando se deparam com a tabela periódica pelo fato de pensarem ter a obrigação de decorá-la. Todavia, deve-se entender que toda e qualquer tabela não é para ser decorada e sim consultada. Este conteúdo, de modo geral, é considerado um tema pouco interessante tanto pelos professores quanto pelos alunos, o que resulta em aulas desestimuladoras e participações menos ativas. Há consenso entre pesquisadores que os jogos lúdicos são um método educacional que proporcionam a motivação, o desenvolvimento intelectual e social do indivíduo (criança, adolescente e adulto), auxiliando nos processos de construção de conhecimentos, memorização, atenção, observação e raciocínio, além de reforçarem habilidades e conceitos já aprendidos. Neste contexto, este trabalho vem sugerir através de oficinas didáticas a construção de jogos lúdicos como alternativas que favoreçam o processo de ensino-aprendizagem, com o objetivo de oferecer ao docente práticas pedagógicas como metodologia alternativa para a temática e ao mesmo tempo apresentar aos discentes a tabela periódica como uma ferramenta importante para o ensino de Química.
METODOLOGIA:
O projeto foi desenvolvido na Escola Estadual Farias Brito com os alunos da turma 5 da 1a série do ensino médio. Inicialmente foi realizada uma pesquisa exploratória através da aplicação de um questionário, a fim de diagnosticar o conhecimento dos alunos sobre o tema tabela periódica. Utilizou-se o método construtivista, fazendo uso de aulas teóricas/expositivas com projeção visual direcionadas sempre às atividades prático-recreativas em grupos e individual, desenvolvendo assim uma série de dinâmicas e jogos didáticos, trabalhando o conteúdo de forma lúdica, conforme a seguir: i) Apresentamos a história da tabela periódica, familiarizando-os aos elementos químicos através de um “bingo periódico”; ii) Foi realizada uma breve explicação sobre a classificação periódica moderna e as configurações eletrônicas dos elementos. Em seguida, promoveu-se a construção e montagem de duas tabelas com os alunos, no estilo “quebra-cabeça”, uma apontando os grupos mais importantes da tabela, e a outra relacionando os elementos de acordo com a distribuição eletrônica posicionando-os segundo o grupo e o período em que se encontram; iii) Instigou-se à observação científica do aluno através das propriedades periódicas e aperiódicas contextualizando o assunto de maneira a relacionar os elementos químicos com produtos comerciais do cotidiano; iv) Explorou-se a classificação dos elementos químicos de acordo com algumas de suas propriedades, através de um “jogo de baralho” adaptado para o ensino da tabela periódica. E finalmente para conclusão do trabalho, aplicou-se outro questionário, a fim de avaliar o aprendizado dos alunos.
RESULTADOS:
O interesse puramente teórico dos alunos no início de cada aula era baixo, pois eram poucos ou quase os mesmos que respondiam algumas perguntas que eram lançadas durante a aula, porém durante as aplicações dos jogos, esse interesse aumentava havendo a participação de todos. O resultado do questionário inicial revelou completo desconhecimento dos elementos mais essenciais presentes no nosso dia-a-dia. Observou-se que a partir do “bingo periódico” os alunos passaram a desenvolver melhor a relação entre os nomes e símbolos dos elementos químicos, pois memorizaram mais elementos do que antes. No decorrer do emprego dos jogos de “quebra-cabeças” verificou-se que todos passavam a relacionar, a todo instante, as informações teóricas e toda a simbologia que aprenderam no primeiro jogo, durante as oficinas de montagens, assim como a associação da organização dos principais grupos, e conseqüentemente, da distribuição eletrônica dos elementos relacionados aos períodos da tabela periódica. No jogo “baralho periódico” houve uma melhor compreensão sobre as tendências de algumas propriedades periódicas dos elementos químicos, através de muitas perguntas sobre as regras (pois tudo era novo), e o principal, o conteúdo, foi explorado de maneira bem divertida o que incitou uma competitividade bem saudável entre todos. De acordo com o questionário final, se verificou que houve a quebra do bloqueio da componente curricular Química, agora todos os alunos afirmam que passaram a “enxergá-la com outros olhos”. A tabela periódica realmente se tornou uma ferramenta de estudo familiar entre todos, pois aprenderam a consultá-la corretamente.
CONCLUSÃO:
Conclui-se que foi positivo o projeto, pois proporcionou aos alunos diversas interações de sujeito-objeto (teoria construtivista de Piaget) e aluno-professor, promovendo construções e aperfeiçoamentos de conceitos, habilidades e a valorização do conhecimento, resgatando as lacunas que o processo de ensino- aprendizagem atual da tabela periódica havia deixado em aberto. Após a análise do questionário final, os alunos tornaram-se mais familiarizados (na consulta) com a tabela periódica, ou seja, houve uma facilitação do aprendizado, estas atividades permitiram um maior interesse e encantamento, quebrando todo aquele bloqueio que havia no início do projeto, pela Química. Finalmente, os jogos mostraram-se úteis podendo ser empregados em uma variedade de propósitos dentro do processo de ensino-aprendizagem, cabendo ao professor de química adequá-los aos objetivos pretendidos.
Instituição de Fomento: MEC/SESu
Palavras-chave: química, ensino-aprendizagem, jogos didáticos.