Este trabalho pretende mostrar uma prática reflexiva a respeito da Formação Inicial e Contínua dos Alfabetizadores (as) do Programa Brasil Alfabetizado, uma parceria do Governo Federal e Secretaria Municipal de Educação/SEMED São Luís – Ma, no sentido de implementar ações políticas para erradicação do analfabetismo.

Os relatos deste trabalho advêm de nossa experiência como formadoras dos alfabetizadores (as) e coordenadores (as) do Programa Brasil Alfabetizado. Este trabalho iniciou 2004, prosseguindo a março de 2009, com o objetivo de subsidiar sua prática pedagógica, tendo em vista o fortalecimento a construção e aquisição de novos saberes e competências profissionais. Conforme afirma Perrenoud (2002) “Ensinar é, portanto reforçar a decisão de aprender, sem agir como se ela estivesse tomada uma vez por todas”. Assim a formação inicial e Contínua dos professores alfabetizadores é uma necessidade que viabiliza a experiência em docência. É o requisito fundamental para o bom desenvolvimento da práxis pedagógica na sala de aula na consolidação de boas práticas de leitura e escrita e da inserção dos conteúdos do mundo do trabalho conforme a proposta do programa.

Este trabalho realizou-se em diversos espaços de Formação da própria SEMED. Participaram deste estudo alfabetizadores (as), formadores (as) e coordenadores (as), sendo a maioria licenciados em pedagogia e outros em nível de especialização e/ou ensino médio e os demais com graduação em andamento. Utilizamos como fundamentação teórica, Perrenoud, Paulo Freire e com a pedagogia do oprimido onde enfatiza que “alfabetizar-se não é aprender a repetir palavras, mas dizer a sua palavra, criadora de cultura.” (Freire, 2002, p.18). Foram utilizados como recursos didáticos exposição de data-show, retroprojetor, televisão e vídeos, aulas expositivas, questionamento e debates. Além de cadernos de registros, livros didáticos, textos complementares e relatórios. Todas as atividades foram avaliadas de forma processual e contínua a partir de micro-aulas e elaborações dos projetos e planejamentos.

Diante das observações dos alfabetizadores (as) e análise das avaliações, observamos um aumento bastante significativo na compreensão dos fundamentos teóricos, legais e dos referencias metodológico, do programa Brasil Alfabetizado, na elaboração de rotinas pedagógicas e projetos didáticos de leitura e escrita com atividades contextualizadas e diversos portadores de gêneros textuais, considerando situações problemas do cotidiano do aluno. Entretanto constatamos que alguns alfabetizadores apresentam dificuldades em relação ao planejamento devido à falta de habilitação no magistério.

Consideramos esta experiência como um processo de grande aprendizado para o grupo, juntos formadores, coordenadores e alfabetizadores construímos aspectos de afetividade, competência de registro reflexivos, troca de experiência, momentos de intervenções, questionamentos, diálogos e conflitos num processo democrático e de construção coletiva. Vale acrescentar que a experiência de trabalhar em dupla como formadora foi muito importante, pois possibilitou a complementação da fala do parceiro (a), assim como os acertos intenções e confrontos.

Foi de suma importância essas ações desenvolvidas, uma vez que, focamos o olhar para a essência do alfabetizando adulto, deixando aquelas praticas pedagógicas que infantilizava os jovens e adultos, trazendo à tona o seu cotidiano para sala de aula, também foi imprescindível a utilização dos livros didáticos voltados a essa clientela.