61ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 6. Farmacologia - 4. Farmacologia
AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIINFLAMATÓRIA DO EXTRATO AQUOSO DAS FOLHAS DE Myrcia paivae (MYRTACEAE).  
Elenn Suzany Pereira Aranha 1
Luciana Aparecida Freitas de Sousa 1
Rômulo Jólen Bezerra Serique 1
Nayana Yared Batista 1
Rosa Helena Veras Mourão 2
Ricardo Bezerra de Oliveira 3
1. UFPA/Santarém/ Acadêmicos da Faculdade de Biologia/ Bolsistas PIBIC/ UFPA
2. UFPA/ Santarém/ Professora Doutora da Faculdade de Biologia
3. UFPA/ Santarém/ Professor Doutor da Faculdade de Biologia/ Orientador
INTRODUÇÃO:

O lançamento de novos fármacos no mercado, geralmente precede da descoberta de princípios ativos naturais de origem animal ou vegetal. E quando falamos em produtos da fauna e flora, certamente a Amazônia é um dos maiores bancos de biodiversidade do planeta. Assim, o estudo da farmacologia de produtos florestais tem importância sócio econômica direta para a população da Amazônia. Dessa forma, este trabalho estudou a Myrcia paivae (MYRTACEAE), espécie botânica que está inserida no gênero Myrcia, um dos maiores da família, com o objetivo de investigar o efeito antiinflamatório do extrato aquoso das folhas de M. paivae, através do edema de pata induzido por carragenina 1%.

METODOLOGIA:

A espécie botânica M. paivae, foi coletada na região de savana da cidade de Santarém-Pará, e a identificação feita por comparação de exsicatas com as depositadas no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – Manaus para confirmação da espécie. As folhas foram trituradas em moinho e obteve-se um pó de fina granulação, utilizado para preparação do extrato aquoso. Utilizando 96g do pó das folhas em 300 ml de água destilada foi obtido o extrato que em seguida foi filtrado. Sua concentração foi determinada através do peso seco, resultando em 55mg/ml. A inflamação foi avaliada através do edema de pata induzido por carragenina a 1%. Os animais foram divididos em três grupos (n=6): controle positivo – os animais desse grupo receberam indometacina (v.o.) na concentração de 10mg/kg; controle negativo - administração oral apenas de solução salina (NaCl 0,9%) 1ml/kg; grupo teste - receberam extrato aquoso (v.o.) de Myrcia paivae na concentração de 140mg/kg. A administração oral foi realizada 1 hora antes da aplicação da carragenina. Cada animal recebeu 0,1ml de carragenina na região sub-plantar da pata posterior direita, em seguida o volume da pata foi medido, em intervalos de 1, 2, 3, e 4 horas, usando um pletismômetro manual.

RESULTADOS:

O extrato aquoso de M. paivae, na concentração de 140mg/kg, foi capaz de reduzir significativamente o edema em 52% (p≤0,05) e 58% (p≤0,05) na segunda e quarta hora do experimento, respectivamente, em comparação com o grupo controle negativo.

 

CONCLUSÃO:

O edema de pata induzido por carragenina é um modelo bifásico. A primeira fase da inflamação (90–180 min) é devida à liberação de histamina, serotonina e substâncias similares. A segunda fase (270–360 min) está associada com a ativação de prostaglandinas e seus mediadores. Assim, os resultados sugerem a ação do extrato durante o processo inflamatório, podendo estar atuando nas duas fases, reduzindo assim a liberação dos mediadores que agem na fase inicial da inflamação, como por exemplo, a histamina e serotonina e, na segunda fase reduzindo a ação de prostaglandinas e seus mediadores, que caracterizam a dor de origem inflamatória, porém mais testes são necessários para comprovar esta afirmação.

Instituição de Fomento: UFPA (PROPESP, PARD), FAPESPA, CNPq, FINEP, Amazongreen.
Palavras-chave: Myrcia paivae, antiinflamatório, edema de pata.