61ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 10. Microbiologia - 3. Microbiologia
AVALIAÇÃO ‘IN VITRO’ DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DO EXTRATO DO FUNGO AMAZÔNICO Pycnoporus sanguineus CONTRA Staphylococcus aureus E Escherichia coli
Natália Martins da Silva 1, 2
Rafaelle Maria Paz Nepomucena 1, 2
Ormezinda Celeste Cristo Fernandes 3
Helena Camarão Telles Ribeiro 1
Ademir Castro e Silva 1, 4
1. Universidade do Estado do Amazonas (UEA)
2. Aluna de Mestrado - Biotecnologia e Recursos Naturais
3. Fundação Oswaldo Cruz – FIOCRUZ
4. Orientador
INTRODUÇÃO:

Apesar da disponibilidade de um grande número de antibióticos de última geração, é fundamental buscar compostos que possam atuar como novas drogas a serem utilizadas no combate de doenças causadas por bactérias principalmente após o surgimento das bactérias multiresistentes aos antibióticos. O interesse por testes com fungo basidiomiceto para elucidação de metabólitos secundários responsáveis pela inibição de microrganismos tem aumentado, notoriamente, na pesquisa científica. O Pycnoporus sanguineus popularmente conhecido como orelha de pau vermelha é um tipo de cogumelo bastante utilizado desde os tempos mais remotos com finalidades medicinais para combater patologias como hemorragias, cólicas, feridas e asma. Estudos recentes mostram que entre as suas características pode-se destacar a produção de cinabarina substância com potencial antimicrobiano comprovado contra: Bacillus cereus,  Leuconostoc plantarum e Klebsiella pneumoniae. Neste contexto, é de suma importância investigar o potencial deste fungo assim este estudo objetivou submeter o basidiomiceto Pycnoporus sanguineus à análise da atividade antimicrobiana sobre Staphylococcus aureus e E. coli utilizando o método de difusão em  ágar e o método de bioautografia.

METODOLOGIA:

Os inóculos do fungo foram obtidos da coleção da micoteca do Laboratório de Biorgânica do programa de Pós-Graduação em Biotecnologia e Recursos Naturais da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), para os testes de atividade antimicrobiana os fungos foram repicados em câmera de fluxo laminar com um inóculo de 10 mm de diâmetro em meio BDA (Potato dextrose ágar), e incubados por 7 dias na BOD a 30 °C. Os microrganismos testes foram S. aureus (CBAM 026) e E. coli (CBAM 001) estes fazem parte da coleção de bactérias  armazenadas no Centro de Pesquisa Leônidas Maria Deane  Fiocruz–Am. As bactérias foram reativadas e semeadas em Ágar Miller Hintom, estas tinham turvação idêntica à escala 0,5 de MacFarland. Utilizou-se o método de difusão em ágar e a bioautografia para avaliar a atividade antimicrobiana. Os testes foram realizados em triplicata com controle positivo (Ampicilina) e controle negativo (DMSO). Após 24h de incubação a 37 °C a sensibilidade do organismo-teste foi determinada através da presença de um halo de inibição formado em torno da cavidade, o diâmetro das zonas de inibição foram medidas em mm sendo considerada a atividade antimicrobiana positiva onde o diâmetro da zona de inibição foi maior ou igual ao diâmetro de inibição gerado pelo controle positivo (Ampicilina).

RESULTADOS:

A diversidade de microrganismos é enorme e apenas uma pequena gama de bactérias e fungos tem sido cultivada e explorada para produção de metabólitos secundários (Demain, 1999). Neste contexto esta pesquisa veio a contribuir para o estudo da biodiversidade amazônica dos fungos. A análise dos resultados desta pesquisa foi feita após 24 horas de incubação do microrganismo-teste onde se constatou a formação de halos de inibição nas placas de Staphylococcus aureus e E. coli tanto nos testes onde foi aplicado o método de difusão em ágar quanto nos teste de bioautografia.

CONCLUSÃO:

Desta forma pode-se afirmar que nas condições testadas o fungo amazônico Pycnoporus sanguineus, possui ação antimicrobiada contra: Staphylococcus aureus e E. coli. Assim face aos resultados obtidos, podemos concluir que existe a necessidade de realizar novos estudos no que se refere a testes que tenham por objetivo testar o potencial antimicrobiano fungo amazônico Pycnoporus sanguineus sobre outros microrganismos patogênicos que possuem interesse comercial e para a saúde pública.

Instituição de Fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq.
Palavras-chave: Atividade Antimicrobiana, Pycnoporus sanguineus, Bioautografia.