61ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 8. Psicologia - 7. Psicologia do Ensino e da Aprendizagem
CONVERGÊNCIAS E DIVERGÊNCIAS NO TRABALHO COOPERATIVO EM ATIVIDADES PEDAGÓGICAS NO ENSINO MÉDIO
Márcio Gonçalves dos Santos 1
Iolete Ribeiro da Silva 1
1. Universidade Federal do Amazonas
INTRODUÇÃO:
A sala de aula é o espaço de múltiplas interações. Interações que devem ser exploradas com a finalidade de desencadear aprendizagens no processo de aquisição do conhecimento. A partir dessa proposição, este estudo objetivou conhecer as interações entre alunos no cotidiano escolar e suas implicações para a aprendizagem no ensino médio, observando e analisando como tais processos interacionais podem ser potencializados em uma tentativa de verificar padrões de convergências e/ou divergências no trabalho cooperativo em sala de aula. Através da abordagem sociocultural construtivista, buscou-se a compreensão de que é na participação das atividades com o outro que o homem constrói sua subjetividade –construtivismo, dentro de contextos simbólico-sociais amplos - perspectiva histórico-cultural.
METODOLOGIA:
A pesquisa utilizou como metodologia a abordagem qualitativa, utilizando a vídeografia como principal instrumento na investigação microgenética dos processos interacionais. Optou-se por esse procedimento metodológico na coleta de dados por ser um instrumento que captura com fidedignidade discursos e gestos habituais nas interações no cotidiano escolar. Participou da pesquisa uma turma do segundo ano desse segmento, composta por quarenta alunos. Foram videografadas 08 (oito) sessões de 40 minutos, sendo 06 (seis) com atividades cotidianas do professor das diversas disciplinas que compõem o currículo do ensino médio, incluindo-se aí duas sessões de educação física na quadra de esportes, e 02 (duas) em situação estruturada pelo pesquisador. Tal situação utilizou como suporte a técnica do painel integrado para verificar o tipo e o grau de trabalho cooperativo entre os alunos.
RESULTADOS:
As análises dos dados dos vídeos e de registros em diários de campo apontaram para um alto grau de divergência no trabalho cooperativo nas 06 sessões videografadas com os professores das disciplinas, o que se presumiu como principal indicador a falta de preparação tanto técnico-científico - conhecimentos acerca das teorias da aprendizagem, quanto técnico-instrumental - procedimentos didático-pedagógicos do professor. Tal falta de preparação do professor nos permitiu observar procedimentos pedagógicos assistemáticos, o que acaba contaminando os sujeitos que ali participam sem saber o que fazer, como fazer e porque fazer as atividades propostas pelos docentes. Em contrapartida, na situação estruturada pelo pesquisador, detectou-se um alto grau de convergência entre os alunos, mesmo que a atividade não contasse como avaliação somativa. Esclarecemos, no entanto, que tal situação foi previamente planejada e sistematizada para potencializar o trabalho cooperativo entre os discentes, permitindo-lhes a troca de experiências e de conhecimento acerca da temática discutida na atividade.
CONCLUSÃO:
Dessa forma, é importante ressaltar que as atividades pedagógicas em sala de aula devem ser planejadas de forma sistematizada, levando em consideração a participação ativa do aluno que constrói seu conhecimento por meio de relações intersubjetivas, desenvolvendo, pois, tanto suas competências cognitivas como sociais
Instituição de Fomento: FAPEAM
Palavras-chave: Interação entre alunos, Participação ativa, Aprendizagem cooperativa.