61ª Reunião Anual da SBPC |
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 3. Saúde de Populações Especiais |
INCIDÉNCIA DE ENTEROPARASITOSES NA POPULAÇÃO GERONTE DE SÃO GABRIEL DA CACHOEIRA-AM |
Míriam Andrade Martins 1 Maria da Graça Vale Barbosa 1, 2 |
1. Centro Universitário Nilton Lins 2. Fundação de Medicina Tropical do Amazonas |
INTRODUÇÃO: |
Este estudo apresenta os resultados de pesquisa sobre a incidência de enteroparasitoses em gerontes na |
METODOLOGIA: |
Trata-se de um estudo transversal realizado no Laboratório de Análises Clínicas de São Gabriel da Cachoeira. Participaram da pesquisa 633 idosos (acima de 60 anos), sendo 354 mulheres e 279 homens, os quais foram atendidos |
RESULTADOS: |
A positividade média de gerontes parasitados entre 2006 a 2008 foi de 70%. Constatou-se que essa incidência ocorreu numa escala decrescente. Em 2006, 79% encontravam-se parasitados; em 2007, esse índice caiu para 67%, e em 2008 reduziu para 63%. Quanto à variável sexo, a incidência de enteroparasitose foi significativamente maior entre as mulheres (78%), contra 55% dos homens. Esse fato pode estar relacionado a aspecto cultural, pois as mulheres são mais suscetíveis à contaminação por lidarem diretamente com o solo no plantio de roças, enquanto que os homens são caçadores. O biparasitismo foi predominante, atingindo 43,3%. Os enteroparasitos mais frequentes foram os protozoários (72%). Destacaram-se entre eles, Entamoeba coli (47%), Entamoeba histolytica (40%), Giárdia lamblia (8%), Iodamoeba butschlli (4%) e Endolimax nana (1%). Quanto aos helmintos, a Ascaris lumbricoides foi a mais incidente (75%); Trichuris trichiura (12%), Ancylostoma duodenale (7%) e Strongyloides stercoralis (6%). Esses índices foram maiores em bairros periféricos onde as condições sanitárias são precárias e possuem baixo nível socioeconômico, como dos bairros Dabaru 46% e Areal 25%, em contrapartida aos bairros da Praia (8%) e do Centro (21%) com índices de positividade relativamente baixos. |
CONCLUSÃO: |
As enteroparasitoses constituem um sério problema de Saúde Pública Mundial, são consideradas endêmicas em algumas regiões e servem como indicadores socioeconômicos. Na população estudada, evidenciou-se um quadro de alta prevalência de parasitas intestinais, sobretudo entre as mulheres. Por isso, requere-se que sejam tomadas medidas emergenciais para o controle e educação adequada. Nessas ações devem ser considerados os aspectos culturais dessa população predominantemente indígena, para que se possa alcançá-la, melhorando assim a qualidade de vida desses idosos. É preciso que se tenha consciência da gravidade que esses enteroparasitas têm sobre o estado nutricional e que eles provocam sérias complicações clínicas que são potencializadas com a idade avançada. Desta forma, enfatiza-se a necessidade de outros estudos coproparasitológicos que abranjam todas as faixas etárias desta população. Ressalta-se também que estes achados aqui relatados diferem de outros estudos, como o de Ludwing et al (1999), que descreve uma diminuição progressiva nas taxas de incidência por parasitas com o avanço da idade e, ainda por não registrar diferenças significativas de índices de enteroparasitoses entre os sexos. |
Instituição de Fomento: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas |
Palavras-chave: enteroparasitoses, gerontes, população indígena. |