61ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 3. Educação Ambiental
PERCEPÇÃO AMBIENTAL ACERCA DO PARQUE MUNICIPAL LAGOA DOS BURITIS EM JI-PARANÁ – RO.
Laira Sabrina Pianissola 1, 2
Silas Marques Ferreira 2
Cleide Rezende de Souza 1
1. Centro Universitário Luterano de Ji-Paraná - CEULJI/ULBRA
2. Secretaria de Estado de Educação - SEDUC/REN/Ji-Paraná/RO
INTRODUÇÃO:

A percepção ambiental tem recebido destaque nos últimos anos como técnica que associa a psicologia, a sociologia e a ecologia, auxiliando a população a compreender o ambiente em que vive e a reconhecer os fatores que afetam sua qualidade de vida. Seria a tomada de consciência do ambiente pelo homem, percebendo-o e aprendendo a protegê-lo da melhor forma possível. A presença de parques no espaço urbano é um importante laboratório para analisar essa percepção. Os parques urbanos visam minimizar a deterioração da qualidade de vida e os processos de degradação ambiental, mantendo as condições bióticas favoráveis ao conforto térmico e o bem estar social. A adoção de abordagens participativas pode incentivar populações que habitam próximo a áreas naturais, a se desenvolverem de modo que promovam sua conservação. Devido a sua localização em proximidade com o centro urbano de Ji-Paraná/RO, o Parque Municipal Lagoa dos Buritis, sofre constantes ameaças provenientes da urbanização, como ocupação desordenada, ações de incêndios, e a falta investimentos em projetos voltados para sua estruturação, manutenção e conservação. O presente estudo objetivou, primordialmente, avaliar a percepção ambiental da comunidade de entorno em relação a conservação do Parque Municipal Lagoa dos Buritis.

 

METODOLOGIA:

Para efetivar esse estudo foram realizadas visitas in loco, para avaliação do estado de conservação do Parque Municipal Lagoa dos Buritis, uma área de 160 hectares, localizada na parte central da cidade de Ji-Paraná/ RO (10º 53’ 13.02” S  61º 56’ 18.84” O), à margem esquerda da BR 364, sentido Cuiabá – Porto Velho. A intervenção foi realizada na comunidade do interior e entorno, fundamentando-se em 20% de domicílios e comércios existentes na área. Desses, priorizaram-se os que apresentavam maior influência depredatória ao parque. Para essa intervenção, foi aplicado um questionário abordando a percepção ambiental e perfil socioeconômico, entrevistas com roteiro semi-estruturado, e conversas informais com os moradores.

RESULTADOS:

Foram visitados quarenta e seis domicílios e dez comércios distribuídos no entorno e interior do parque. Nas residências verificou-se que 44 famílias possuem animais, sendo que 37 possuíam animais domésticos e 7, aves silvestres. Quanto ao destino dos resíduos sólidos, em 22 residências constou à prática da queima e quanto ao destino dos esgotos domésticos, verificou-se a existência de fossas negras em 33 domicílios, em 11 registrou-se a presença de encanamentos voltados para o igarapé que abastece o parque. Esses primeiros resultados demonstram uma série de atitudes que representam ameaças ao ambiente do parque. Os dados que referenciaram a escolaridade dos moradores pesquisados apontam para um nível bastante elevado de pessoas que não concluíram as séries iniciais (1º ao 5º ano). Das 180 pessoas informadas a pesquisa, 73 se encaixam nesse perfil e 8 não possuem  escolaridade. Já abrangendo os comércios, observou-se um número bastante elevado de estabelecimentos que também fazem uso de fossas negras, dos 10 visitados 9 possuem-na e 5 praticam a queima dos resíduos sólidos. Constatou-se uma precariedade em informações no que tange as questões ambientais, algumas implicam até no descumprimento de cláusulas resguardadas por lei.

 

CONCLUSÃO:

A implementação de um parque ecológico prevê, principalmente, a preservação do meio biótico. Com o diagnóstico da percepção ambiental, observou-se que a falta de um efetivo envolvimento de políticas públicas que contemplem favoravelmente os anseios de um ambiente ecologicamente saudável e que coloque em prática a educação ambiental prevista em lei, faz com que a comunidade veja o parque, apenas, como um empecilho para seu desenvolvimento socioeconômico. Para que se promova uma percepção positiva do ambiente em que a comunidade, não só de entorno dos parques, mas dos municípios em geral que está inserida, é preciso que os órgãos políticos aprovem projetos voltados à estruturação e conservação dos mesmos, para que não se tornem alvo de insatisfação social, como o que ocorre, hoje, com o Parque Municipal Lagoa dos Buritis, que está sendo visto como local de promoção de vandalismo e criminalidade explicados pelo descaso e abandono em que se encontra. Esse cenário pode ser diferente se houver uma disseminação maior da educação ambiental no município e se os órgãos competentes tiverem um efetivo apoio das políticas públicas local. Dessa forma, pode ser que comunidade em questão se sociabilize de maneira mais integrada com as ações de proteção ao meio ambiente.

Palavras-chave: percepção ambiental, comunidade de entorno, parque municipal.