61ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 4. Odontologia - 6. Odontopediatria
ANÁLISE DOS FATORES DE RISCO A CÁRIE EM CRIANÇAS PARTICIPANTES DE UM PROGRAMA PREVENTIVO, QUE APRESENTARAM OU NÃO LESÕES CARIOSAS.
Ana Beatriz da Silva Freixinho 1
José Massao Miasato 2
1. Bolsista – Iniciação Científica - UNIGRANRIO
2. Professor da disciplina de Odontopediatria - UNIGRANRIO - Orientador
INTRODUÇÃO:
A cárie dental possui caráter multifatorial, cujos os fatores determinantes são: microbiota, dieta inadequada, hospedeiro susceptível e tempo (Castro et al. 2002). Para o seu desenvolvimento há a necessidade que a bactéria S. mutans, a qual é reconhecida como o principal agente etiológico da cárie dental, colonize a cavidade bucal, dependendo para tanto de fatores intrínsecos do hospedeiro como: capacidade tampão e pH da saliva, composição e morfologia dental. Fatores extrínsecos como: hábitos individuais, familiares, culturais, higienização bucal, presença de placa visível, mancha branca, experiência anterior de cárie, freqüência e consumo de carboidratos, também regulam fortemente o estabelecimento e desenvolvimento do potencial cariogênico da bactéria ( Moreira et al. 2007), sendo importantes preditores na identificação do risco à cárie dental em crianças( Scavuzzi et al. 2007). O presente trabalho visa avaliar os fatores de risco a cárie em crianças que apresentaram ou não lesões cariosas no PAOPI – Programa de Atenção Odontológica a Partir da Primeira Infância e na CAP – Clínica de Atenção Primária.
METODOLOGIA:
Formou-se dois grupos de crianças na faixa etária de 12 a 36 meses de idade. O G1, crianças que fazem parte do PAOPI e o G2 crianças que fazem parte da CAP. Critério de inclusão: G1 - Crianças que tenham iniciado o programa com até 1 ano de idade, assíduas ao programa, ou seja, não tenham se ausentado das consultas de revisões previamente agendadas e prontuários preenchidos corretamente; G2 – crianças que estejam iniciando na CAP, após 1 ano de idade, inclusive, e que não tenham participado de outros programas de prevenção. Sendo assim, o G1 e G2 foram formados por 106 e 128 crianças respectivamente. Para a avaliação dos fatores de risco em crianças que tiveram ou não lesões cariosas na faixa etária de 12 a 36 meses de idade, os seguintes itens são observados: avaliar a presença de cárie, avaliar os fatores de risco (controle do biofilme, consumo de sacarose, contaminação e aleitamento). Os dados foram tabulados no programa estatístico EPI-Info 6.04 e avaliados através dos testes do qui-quadrado e Teste t-student, com nível de significância de 95%.
RESULTADOS:
O G1 foi formado por bebês, com média de idade de 23,1±7,4 meses, sendo 48,1% (51) do sexo feminino, enquanto que no G2 a média de idade foi de 21,9±6,1 meses, sendo 50,0% (64) do sexo feminino. Quando comparado os anos de estudo do pai (p=0,04) e anos de estudo da mãe (p=0,007),entre G1 e G2, estes apresentaram significância estatística. A relação entre a freqüência da amamentação no peito (p=0,03) x higienização e o uso da mamadeira (p=0,003-correção de Yates) x higienização, se apresentaram maiores no G1. A contaminação salivar, no presente estudo foi significante entre G1 e G2 (p=0,01-correção de Yates), sendo menor no G1. Quanto a prevalência de cárie, esta foi maior no G2, 46,9% em relação ao G1, 5,7%. O valor do ceo-d para G1 e G2 foi de 0,17± 0,9 e 2,44± 3,3 respectivamente (p=0.000-Test-t student).
CONCLUSÃO:
Apesar dos fatores de risco presentes, o Programa de Atenção Odontológica a Partir da Primeira Infância foi capaz de atenuar a prevalência de cárie na faixa etária estudada.
Instituição de Fomento: FAPERJ
Palavras-chave: Cárie dentária, fator de risco, prevenção .