61ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 4. Botânica - 3. Fisiologia Vegetal
PIGMENTOS FOTOSSINTÉTICOS EM PLANTAS JOVENS DE MULUNGU (Erythrina velutina Willd.) SUBMETIDAS À DEFICIÊNCIA HÍDRICA.
Ana Rosinery Luz Silva Santos 1
Marcos Francisco de Araújo Silva 1
Elizamar Círiaco da Silva 2
Rejane Jurema Mansur Custódio Nogueira 2
1. Departamento de Ciência Florestal - UFRPE
2. Departamento de Botânica - UFRPE
INTRODUÇÃO:
Pertencente a família Fabaceae o mulungu (Erythrina velutina Willd) é uma espécie nativa da flora brasileira, bem adaptada à região de caatinga e áreas úmidas das margens dos rios. Sabe-se que as plantas da Caatinga apresentam diversas adaptações fisiológicas às condições estressantes, sendo o estudo desses parâmetros de vital importância para o entendimento dos ecossistemas do semi-árido. Todos os aspectos do crescimento e desenvolvimento das plantas são afetados pelo déficit de água nos tecidos, causado pela excessiva demanda evaporativa ou limitado suprimento de água. A eficiência fotossintética está ligada ao teor de clorofila das plantas, afetando o crescimento e influenciando a adaptabilidade das mesmas aos diversos ecossistemas, dessa forma este trabalho objetivou avaliar os teores dos pigmentos fotossintéticos de plantas jovens de mulungu sumetidas a déficit hídrico.
METODOLOGIA:
O experimento foi desenvolvido em casa de vegetação do Laboratório de Fisiologia Vegetal, pertencente ao Departamento de Biologia da Universidade Federal Rural de Pernambuco, no período de abril a julho de 2008. As mudas de aproximadamente quarenta e cinco dias de idade foram submetidas a diferentes tratamentos hídricos em um delineamento experimental inteiramente casualizado, com quatro tratamentos hídricos (100%, 75%, 50% e 25% da capacidade de pote- CP) com cinco repetições. Foram avaliados aos 30, 60 e 90 dias após tratamento os teores de Clorofila a (Cl a), b (Cl b), total e carotenóides. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias foram comparadas pelo teste de Tukey, em nível de 5% de probabilidade de erro.
RESULTADOS:
Aos 30 e 60 dias após a diferenciação (DAD), as plantas do tratamento mais severo (25% CP) apresentaram os maiores teores de Cl a, diferindo estatisticamente das plantas submetidas aos tratamentos 100% CP e 75% CP. Porém aos 90 DAD apenas as plantas submetidas ao tratamento 50% CP se diferenciaram das demais, apresentando os maiores valores de Cl a. Os teores de Cl b não apresentaram diferenças significativas entre os tratamentos aos 30 e 60 DAD, já aos 90 DAD as plantas do tratamento 50% CP apresentaram os maiores valores em relação aos demais tratamentos. Para clorofila total, aos 30 DAD não houve diferença significativa entre os tratamentos. Aos 60 DAD as plantas do tratamento 25% CP apresentaram maiores teores de Cl total do que 100% e 75% CP, porém aos 90 DAD as plantas submetidas a 50% CP apresentaram os maiores valores, diferindo estatisticamente das demais. Com relação aos teores de carotenóides, aos 30 DAD os tratamentos 100 % e 25 % CP apresentaram os maiores valores diferindo dos demais tratamentos, já aos 60 DAD apenas o tratamento 25 % CP diferiu estatisticamente dos demais. Aos 90 DAD os teores de carotenóides não apresentaram diferenças significativas entre os tratamentos.
CONCLUSÃO:

Dos diferentes níveis de água no solo, os tratamentos mais severos (50 e 25% CP) induziram um aumento nos teores de clorofila a, b e total, demonstrando que mudas de mulungu podem ser cultivadas sob esses regimes hídricos sem sofrer alterações significativas nos pigmentos fotossintéticos.

Instituição de Fomento: UFRPE
Palavras-chave: clorofila, estresse hídrico, mulungu.