| 61ª Reunião Anual da SBPC |
| G. Ciências Humanas - 7. Educação - 15. Formação de Professores (Inicial e Contínua) |
| CONTRIBUIÇÕES DA AUTOBIOGRAFIA PARA A PRÁTICA PEDAGÓGICA DE UMA PROFESSORA |
| Nilzilene Ferreira Gomes 1 Licurgo Peixoto de Brito 2 |
| 1. Secretaria Executiva de Educação do Pará 2. Universidade Federal do Pará |
| INTRODUÇÃO: |
|
Estudos sobre as representações sociais em memoriais de professores revelam que elas auxiliam a compreensão dos mecanismos que interferem no processo educativo, por isso entendemos que as experiências de vida do professor têm influência em sua identidade profissional, em sua postura como docente. Nesse sentido, buscamos discutir sobre elementos da história de vida de uma professora, autora do presente texto, que contribuem para sua prática pedagógica. Mesmo sendo um estudo de caso, consideramos que a análise que fazemos é importante para a compreensão das posturas dos professores a partir de sua história de vida, o que pode ser investigado inclusive pelo próprio professor, servindo assim como instrumento para repensar a prática, de modo a desenvolver a postura reflexiva em seu fazer docente. |
| METODOLOGIA: |
Para responder à questão: Que elementos da história de vida de um professor influenciam sua prática pedagógica? utilizamos como material de análise o memorial de uma professora (autora deste trabalho). A professora investigada é formada |
| RESULTADOS: |
|
As quatro categorias identificadas representam possíveis elementos que influenciam a prática pedagógica da professora, pois aparecem com freqüência ao longo do memorial. Quanto às Experiências familiares, enfatizamos os relatos da professora quanto seu convívio familiar, valores aprendidos, que segundo ela, foram fundamentais na formação de sua personalidade, tanto pessoal quanto profissional; em Experiências discentes, apresentamos os acontecimentos que influenciaram a escolha pela profissão quando ainda era estudante do ensino fundamental, médio e superior. Nesse caso, tanto experiências positivas quanto negativas influenciaram sua forma de agir em sala de aula e, segundo ela a fazem exigir de si mesmo responsabilidades (ética profissional); Transferência de superações, referente à forma como a professora trata seus estudantes por lembrar de sua condição como pessoa e como estudante há alguns anos atrás. Sua afinidade com o ensino noturno surge com essas lembranças; Relação afetiva com a profissão, que destacamos como uma categoria por que a professora revela seu carisma pela profissão e do quanto isso influencia a relação com seus alunos e o comprometimento que ela tem com eles. |
| CONCLUSÃO: |
Diante das categorias discutidas, podemos perceber que a análise do memorial da professora nos permite melhor compreender algumas posturas adotadas em sua profissão, mostrando que o fazer docente não é neutro, mas está marcado por valores, normas e modelos que a formaram como pessoa e profissional em vários momentos de sua vida. É importante dizer que essa análise é mais complexa do que pode parecer em um primeiro momento, pois o saber profissional de um professor é dinâmico e complexo, pois representa sua relação com a sociedade e sua interpretação dessas relações. Não podemos enxergá-lo como uma simples soma de família+escola+sociedade, pois a forma como o sujeito se apropria dessas experiências é diferente em cada caso. No entanto, a análise do memorial de um professor pode, com grandes possibilidades, identificar como ele traduz e projeta na dimensão da sala de aula as experiências de sua vida. |
| Palavras-chave: pesquisa autobiográfica, formação de professores, representações sociais. |