O envelhecer é hoje um fenômeno de escala mundial, não sendo necessário o país ser considerado como de primeiro mundo; em 1950 existiam 200 milhões de idosos em todo o mundo, hoje há cerca de 600 milhões e estima-se que em 2050 haja 1.1 bilhão de pessoas idosas. Este aumento se deve à diminuição da natalidade e da mortalidade e ao aumento da esperança média de vida, ou expectativa de vida, da população idosa. O aumento da população idosa tem grandes implicações na sociedade e nos indivíduos, principalmente no que diz respeito ao nível de incapacidade funcional e diminuição da qualidade de vida, autonomia e independência do idoso. Os objetivos do estudo foram identificar as condições sócio-demográficas, principais morbidades e perfil epidemiológico dos idosos atendidos no Centro de Atenção Integral à Melhor Idade (CAIMI) - Ada Rodriguez Viana, Manaus, Amazonas. A relevância deste reside no fato de subsidiar informações para a elaboração de estratégias que visem minimizar o impacto gerado por estes fenômenos e favorecer o envelhecimento saudável, principalmente em áreas consideradas de vulnerabilidade, por se tratarem de bairros periféricos, possibilitando melhora nas ações que se efetivem por parte das autoridades competentes.

Os resultados, em geral, não são diferentes dos encontrados na literatura, houve, por exemplo, uma predominância do sexo feminino (57,8%), com maioria entre 65 a 69 anos (24,5%), amazonenses (75,5%) nascidos no município de Manaus (21,8%). Mais da metade dos idosos clientes do CAIMI eram casados (56,5%), tendo como única fonte de renda a aposentadoria (74,1%) e sendo católicos (72,3%), residiam em bairros adjacentes ao CAIMI (60,6%), prevaleceu cor morena (82,6%) e o tipo de consulta mais dispensada foi a médica (42,6%). A pressão arterial mediana foi de 130x79 mmHg, e a média de 138x80 mmHg , com um desvio padrão de 23,3 e 12,5 mmHg  para a pressão sistólica e diastólica, respectivamente. Com relação às patologias presentes nos idosos foram analisados todos os diagnósticos médicos e sinais e sintomas encontrados, sendo de maior freqüência a hipertensão arterial sistêmica (15,1%) e diabetes mellitus (4,8%), com suas principais complicações (hemodinâmicas, endócrinas e metabólicas), como a cefaléia (8,1%), náusea (6,5%), dificuldade visual (4,0%), dentre outras. Os achados parasitológicos mais freqüentes foram E. histolytica (39,0%) e A. lumbricóides (26,8%), representando 6,8% das patologias e/ou sinais e sintomas encontrados.