61ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 5. Ecologia - 3. Ecologia Terrestre
CARATERIZAÇÃO DA DIVERSIDADE FLORÍSTICA NAS ÁREAS DE TERRA FIRME NO MINICÍPIO DE PARINTINS
ANA GRACY OLIVEIRA RIBEIRO 1
JOSÉ CARLOS MARTINS BRANDÃO 2
1. UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS - UEA
2. UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS - UFAM
INTRODUÇÃO:

Os sistemas agroflorestais, são sistemas sustentáveis de uso da terra que combinam, de maneira simultânea, ou em seqüência temporal, os cultivos agrícolas com plantações de espécies frutíferas e/ou florestais e/ou animais, na mesma unidade de área, com técnicas de manejo compatíveis com as práticas culturais da população local. Também são sistemas que possuem estabilidade e função ecológica importantes, devido a diversidade biológica e presença de diferentes espécies vegetais e/ou animais que exploram os vários nichos no seu interior. Para se conhecer a diversidade dos sistemas agroflorestais são feitos levantamentos da sua fitocenose, assim como estudos fitossociológicos para se verificar o papel e contribuição  exercido por cada espécie na indicação dos estágios sucessionais e para melhor avaliação da influência de fatores de clima, solo e ação antrópica nas comunidades vegetais. O presente estudo teve como objetivo desenvolver uma investigação sobre a diversidade florística em sistemas agroflorestais de terra firme no  município de Parintins, procurando mostrar   importância destes agroecossistemas e a diversidade de seus componentes arbóreos para a recuperação e sustentabilidade ambiental.

 

METODOLOGIA:

A pesquisa se desenvolveu em cinco propriedades rurais do Assentamento de Vila Amazônia, que apresentam entre seus componentes, sistemas de cultivos caracterizados por “sítios” ou “quintais agroflorestais”. O levantamento e caracterização dos componentes arbóreos foram feitos com base na metodologia proposta por Ziller (1992), Guapyassú (1994) e Longhi (1980), que tratam de levantamentos e estudos  fitossociológicos onde a área de pesquisa é constituída por  parcelas e sub parcelas. Por ocasião da realização da pesquisa foram feitas visitas a campo para identificação e medição  das 05 parcelas de 50m X 50m (sendo uma em cada propriedade) e divisão dessas parcelas maiores em sub parcelas de 10m X 10m. Em seguida foram aleatorizadas 05 sub parcelas e nelas levantadas todas as espécies com DAP igual e superior 10 cm. Todos os registros foram lançados em planilhas de campo, para sistematização e análise posterior.

 

RESULTADOS:

Foram visitadas e mapeadas 05 propriedades no assentamento, levantou-se 67 diferentes espécies vegetais em 55 gêneros como o Theobroma, Capsicum, Citrus, Anacardium, Inga, Endopleura e Sensevieria; 31 famílias tais como a Arecaceae 08 gêneros, Myrtaceae, Anacardiaceae e Rutaceae com 04; Rubiaceae, Moraceae,  Solanaceae e Euphorbiaceae com 03; Sterculiaceae e Lauraceae com 02. Espécies mais representativas e respectivos números de indivíduos: A. comosus 80, T. grandiflorum 72, M. indica e E. oleracea 36, Cecropia spp e Musa sp 26, P. americana e A. occidentale 23. Conforme a aplicação dos Parâmetros Fitossociológicos (N, DA, DoA + R2 X Pi, DoR + R2 X Pi, FA, FR, PI, e PC); as espécies mais representativas foram: A. comosus, T. grandiflorum, M. indica, E. oleracea, C. limon, A. occidentale, Inga sp, P. americana, P. guajava, T. cacao, B. gasipaes, C. nucifera, C. sinensis, O. bacaba, B. orellana, A. muricata, M. flexuosa, J. copaia, P. edulis, E. uchi, entre outras.      

 

CONCLUSÃO:

O conhecimento da diversidade florística dos agroecosistemas e o estudo fitossociológico, são importantes não só para a Taxonomia Vegetal ou para a Fitogeografia, mas, também no âmbito de pesquisa aplicada e de gestão, principalmente, como subsídios à agrofloresta, a silvicultura, manejo e conservação de bacias hidrográficas, manejo da fauna e flora, preservação de táxon, conservação do ambiente e interpretação do potencial agropecuário das áreas em estudo. Os sistemas estudados apresentaram grande diversidade de famílias, gêneros e espécies, conseqüentemente fortes tendências à sustentabilidade ambiental.

 

Instituição de Fomento: Fundação de Amparo a Pesquisa - FAPEAM
Palavras-chave: Sistemas Agroflorestais, Diversidade Florística, Estudo Fitossociológico.