61ª Reunião Anual da SBPC
B. Engenharias - 1. Engenharia - 14. Engenharia
EFEITO DA ADIÇÃO DE BUTANOL NA BIODEGRADABILIDADE DA GASOLINA
Richard Clayton Tomasella 1
Adriano Pinto Mariano 1, 2
Dejanira de Franceschi de Angelis 1
1. UNESP
2. UNICAMP
INTRODUÇÃO:
Biobutanol, produzido via fermentação a partir de matérias primas agrícolas, pode ser utilizado como um aditivo da gasolina (Ezeji et al., 2007). Com a comercialização do butanol ou da mistura butanol/gasolina, poderão ocorrer danos ambientais devido ao derramamento dessas substâncias. A limpeza dessas áreas contaminadas pode ser alcançada com a biorremediação, uma técnica baseada na ação de microrganismos, os quais transformam contaminantes perigosos em substâncias não tóxicas como CO2, água e biomassa. Deste modo, tendo em mente o uso do biobutanol em um futuro próximo como um aditivo da gasolina e devido à falta de conhecimentos dos efeitos do butanol na biodegradação da gasolina, este trabalho avaliou a biodegradação aeróbia das misturas de gasolina com butanol e etanol (20% v/v).
METODOLOGIA:

Duas técnicas experimentais foram empregadas, isto é, o método respirométrico (Bartha & Pramer, 1965) e o teste do indicador redox DCPIP (Hanson et al., 1993). Desta forma, um experimento simulando a contaminação do solo (adição de 50 ml de combustível / Kg de solo não contaminado) foi realizado em frascos respirométricos (250 ml), usados para medir o produção de CO2 microbiana. Os frascos foram preparados em triplicatas (50 g de solo) e incubados no escuro a 27oC durante 150 dias. O teste do indicador redox DCPIP avaliou a capacidade de quatro inóculos para biodegradar as misturas consideradas no experimento respirométrico: Pseudomonas aeruginosa LBI; Candida vismanathii; consórcio 1 (obtido do solo) e consórcio 2 (obtido do rio Atibaia). Os inóculos (0.2 ml, concentração não determinada) foram adicionados aos tubos de ensaio (duplicatas) que continham o meio esterelizado Bushnell-Hass (BH) (10 ml) e 1 % (v/v) das misturas. A concentração do DCPIP foi 0,14 mg/ml. Os tubos foram mantidos sob uma agitação de (60 rpm) a 27.0±1.0oC.

RESULTADOS:

As produções de CO2 nos tratamentos com a mistura butanol/gasolina e butanol puro foram as mesmas, enquanto que a produção de CO2 para o etanol é 73 % maior que para a mistura etanol/gasolina. No primeiro caso, a substituição de 80% do butanol pela gasolina, a qual é menos biodegradável, não alterou a taxa de biodegradação. Isto pode sugerir que o butanol teve um efeito positivo mais efetivo na biodegradação da gasolina que o etanol. Os resultados do experimento com o indicador redox mostram que a gasolina pura não foi biodegradada pelos inóculos testados. A biodegradação do etanol para a maioria dos casos começou mais rapidamente que a do butanol. Assim, como verificado no experimento respirométrico, a seguinte ordem de biodegradabilidade foi encontrada: etanol>butanol>gasolina. Em relação às misturas, com exceção do inóculo 2, os inóculos alcançaram melhores resultados na mistura butanol/gasolina.

CONCLUSÃO:

A adição de butanol na gasolina resultou em um efeito sinérgico positivo na biodegradação do combustível. Além disso, os resultados sugerem que o butanol promoveu uma melhor biodegradação da gasolina que o etanol.

Instituição de Fomento: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) (Prh-05)
Palavras-chave: biocombustível, biodegradação , biobutanol.