61ª Reunião Anual da SBPC |
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 4. Fitotecnia |
BANCOS DE SEMENTES DE PLANTAS DANINHAS EM CULTIVOS DE MANDIOCA NA AMAZÔNIA CENTRAL |
Joanne Régis da Costa 1 Danielle Mitja 2 José Roberto Antoniol Fontes 1 |
1. Embrapa Amazônia Ocidental 2. Institut de Recherche pour le Dèveloppement/Embrapa Cerrados |
INTRODUÇÃO: |
A infestação de plantas daninhas em áreas agrícolas exerce influência negativa sobre a produtividade, sendo considerada um dos principais motivos pelo abandono de áreas pouco tempo após a instalação dos cultivos. Os prejuízos na produção são decorrentes da interferência negativa sobre as plantas cultivadas, por meio da competição e da alelopatia. A competição das plantas daninhas com a cultura da mandioca nos primeiros três meses reduz drasticamente a produtividade de raízes. Estimativas dos bancos de sementes em áreas agrícolas são de extrema importância na previsão de infestações de plantas daninhas, no melhor conhecimento da dinâmica das espécies e na proposição de programas de manejo integrado. O objetivo deste trabalho foi estimar o banco de sementes de espécies daninhas em áreas cultivadas com mandioca (Manihot esculenta), em pequenas propriedades agrícolas localizadas na zona rural de Manacapuru-AM. |
METODOLOGIA: |
A área de estudo localizou-se em pequenas propriedades rurais no município de Manacapuru, Amazonas (3º16'20" S, 60º33'07" W). Transectos com 50 m de comprimento foram instalados na faixa central de quatro cultivos de mandioca onde foram coletadas 20 amostras de solo até 5 cm de profundidade, mais seis amostras, três na profundidade de 5 até 10 cm, e três de 10 até 30 cm, totalizando104 amostras. O ensaio de germinação foi conduzido em casa de vegetação, em condição ambiente, cercada com sombrite 60%. As amostras de solo foram colocadas em bacias com 20 cm de diâmetro e 8 cm de profundidade. Foram realizadas irrigações para manter o solo sempre úmido. Foram realizados 11 levantamentos, durante 9 meses, Os valores médios de densidade de sementes, nas profundidades de 0-5 cm foram comparados pelo teste Kruskal-Wallis ao nível de 5% de probabilidade. O Índice de Similaridade de Jaccard (ISJ) foi usado para estimar o grau de semelhança florística entre as parcelas estudadas. |
RESULTADOS: |
Na profundidade de 0-5 cm, foram contadas 9.204 sementes nos quatro cultivos de mandioca, o que correspondeu, em média, a 5.113 sementes/m2. Verificou-se diferença significativa (Kruskal Wallis, p<0,001) entre os quatro cultivos de mandioca, cujas densidades médias de sementes apresentaram grande amplitude entre si, variando de 44 a 187. A distribuição das sementes no perfil do solo indicou decréscimo no número de espécies e indivíduos de plantas daninhas, com o aumento da profundidade, com média de 1.111,25 sementes/m2 na profundidade de 5-10 cm e 285 sementes/m2, na profundidade de 10-30 cm, respectivamente. As principais espécies identificadas foram de porte herbáceo e consideradas espécies pioneiras, características de áreas agrícolas e ambientes perturbados. Foram encontrados 52 morfotipos e espécies, sendo que 34 morfotipos foram identificados até espécie (65,38%), 9 até gênero (17,31%), 5 até família botânica (9,62%), e 4 permaneceram como morfotipos (7,69%). O Índice de Jaccard mostrou que houve baixa similaridade na composição florística das áreas de cultivo. |
CONCLUSÃO: |
O banco de sementes de plantas daninhas no solo em áreas de cultivo de mandioca foi abundante, formado por indivíduos de várias espécies. Esta característica pode garantir fluxos de germinação e de emergência de plantas daninhas, permitindo a ocorrência continuada de infestações nas lavouras. O manejo das plantas daninhas, neste caso, exige que o controle seja implementado nos períodos que antecedem a floração e/ou a produção de sementes pelas plantas para evitar a manutenção ou mesmo o aumento do número de sementes no solo. |
Palavras-chave: sementes no solo, herbáceas, manejo daninhas. |