61ª Reunião Anual da SBPC |
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 1. Epidemiologia |
ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DAS LESÕES TRAUMÁTICAS EM POVOS INDÍGENAS. |
Carlos Daniel Veras Deschamps 1 Luana Marcia Cristino Abreu 3 Estela Luiza Teixeira Muniz 1 Marjorie Cristine Mota Fassanaro 1 José Alberto Dias Leite 2 Ramão Luciano Nogueira Hayd 1 |
1. Universaidade Federal de Roraima 2. Universidade Federal do Ceará 3. Universidade de Fortaleza |
INTRODUÇÃO: |
O perfil epidemiológico dos povos indígenas no Brasil é pouco conhecido, o que decorre da exigüidade de investigações, da ausência de censos e de outros inquéritos regulares e da precariedade dos sistemas de registro de informações. É de suma importância a realização de um estudo epidemiológico de lesões traumáticas nos povos indígenas, pois se observa a multiplicação da violência, principalmente as de patologias traumáticas, que vêm ocupando um grande espaço. Necessitamos conhecer as características das lesões traumáticas a que os indígenas estão mais sujeitos, visando com isso minimizar os fatores de riscos a que estão expostos. O traumatismo pode, dependendo do caso, alterar drasticamente a vida do indivíduo acometido, gerando desastrosas conseqüências ao lesado, à família e à sociedade. Este estudo tem por objetivo analisar os dados epidemiológicos das lesões traumáticas ocorridos entre os povos indígenas. A importância de trabalhos epidemiológicos sobre pacientes vítimas de trauma torna-se evidente quando observamos que a única forma de melhorar a qualidade de vida da população e diminuir os custos com estes pacientes é evitar que eles aconteçam. |
METODOLOGIA: |
Trata-se de um estudo retrospectivo, sendo realizado através da análise de prontuários dos pacientes atendidos na Casa do Índio (CASAI), Boa Vista, Roraima, no período de janeiro a outubro de 2008. Todos os pacientes atendidos na CASAI, vítimas de trauma no período de janeiro a outubro de 2008, foram incluídos. Os dados foram coletados utilizando uma ficha que incluía às seguintes variáveis: sexo, idade, procedência do paciente e etiologia do trauma. Os dados foram analisados com o auxílio do programa digital “Excel for Windows”. |
RESULTADOS: |
No período de estudo foram identificados 196 lesões traumáticas em pacientes indígenas dos quais 138 foram do sexo masculino e 58 do sexo feminino. A média de idade foi 25,2 anos. As etnias e número de casos de lesões traumáticas foram, respectivamente: Ingaricó (09), Macuxi (82), Sanumã (12), Sapará (1), Wai Wai (2), Wapichana (19), Xiriana (4), Xirixana (9), Yanomami (49) e Yekuana (5). Houve um predomínio de lesões traumáticas de membros superiores (48,97%), seguidos por lesões traumáticas na região da cabeça (18,87%), lesões traumáticas de membros inferiores (17,34%), outros (9,69%), tórax (3,06%), coluna (2,55%) e abdome (2,04%). |
CONCLUSÃO: |
Verificamos predominância do sexo masculino na terceira década de vida. Houve uma relação direta entre o número de indivíduos estimado nas 11 etnias e o número de atendimentos. Os membros superiores foram os mais acometidos. Sugerimos novos estudos com relação aos traumas na população indígena em Roraima e propostas de políticas públicas que diminuam essas morbidades. |
Instituição de Fomento: Universidade Federal de Roraima |
Palavras-chave: Lesões traumáticas, Indígena, Trauma. |