61ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 8. Educação Matemática
TRIÂNGULOS, MAS PARA QUÊ?
Adegundes Maciel 1, 2
Débora Cézar 2
1. Prefeitura do Recife
2. Fundação de Ensino Superior de Olinda
INTRODUÇÃO:

O vídeo didático vem se tornando um grande aliado do professor em sala de aula. Mesmo assim, ainda percebemos dificuldades metodológicas dos professores em temas relacionados à Matemática. Foi assim verificado em ensaios de anos anteriores: com alunos do PROJOVEM e dos IIIº e IVº Ciclos da Escola Municipal Vasco da Gama-Recife. O vídeo “Por que Triângulos?” contextualizou e motivou os alunos a estudar triângulos, pois quem o assistiu antes da aula tradicional (MACIEL, 2007, 2008), obteve perto dos 30% a mais de rendimento para quem não o assistiu. Portanto, a motivação e a contextualização dos conteúdos foram capazes de evidenciar esse vídeo como forte ferramenta para aprendizagem. Desta vez, investigaremos alunos do IIº Ciclo desta mesma Escola, adaptando os conteúdos e instrumento de verificação, para ver até que ponto se comporta o “termômetro” da aprendizagem também em crianças menores. Estimamos da mesma forma um aproveitamento próximo dos 30% a mais em relação a quem não vai assistir ao vídeo antes da aula expositiva. Entretanto, com crianças menores a surpresa nos resultados, por muitas vezes, pode se tornar um fato.

METODOLOGIA:

A experiência realizada no auditório da Escola VG mobilizou 34 alunos sorteados do IIº Ciclo 2º ano, metade destes para assistir ao vídeo (24’) para, logo após, assistirem à aula expositiva (9’) composta de Elementos Fundamentais e Classificação dos Triângulos, sem acompanhamento escrito pelos alunos, mas com pincel e lousa pelo professor. A outra metade não assistindo ao vídeo, participou da mesma aula expositiva do 1º grupo. Os dois grupos responderam um instrumento de 24 questões adaptadas ao Ciclo dos mesmos. O vídeo confeccionado mostra imagens estratégicas dos triângulos em estruturas metálicas de cobertas e pilares na construção civil, objetos que impunham segurança e rigidez em suas articulações, assim como: cobertas do Aeroporto Guararapes e Centro de Convenções de Pernambuco, parque de diversões Mirabilândia, guindastes, torres de alta tensão... A importância dos triângulos e a demonstração da sua singular propriedade de Rigidez – com a ajuda do “metro do pedreiro” e participação de alunos no ensaio–. O clipe tem duas paradas internas entre capítulos, para reflexões e interação com os alunos, relativo ao capítulo anterior, podendo ser pausado a qualquer momento, caso necessário.

RESULTADOS:
Segundo relatos, ninguém no auditório declarou ter assistido vídeos matemáticos. Logo, a novidade foi marcante para o 1º grupo. Os alunos que não assistiram ao vídeo antes da aula tradicional obtiveram uma média de 48% de acertos no instrumento de 24 questões, enquanto que, para os que assistiram ao vídeo foi de 81,5% de acertos, com uma vantagem de 33,5%. Ainda devemos recordar que o rendimento a mais, proporcionado pelo vídeo aos alunos do PROJOVEM, em ano antepassado, foi de 27,3%, percentual bem próximo da média geral obtidas pelas turmas de IIIº e IV Ciclos (26,3%). Durante os dois intervalos que o filme proporciona, foram percebidos muitos comentários a respeito dos triângulos em parques de diversões: “vou verificar, quando minha mãe me levar, quantos triângulos tem a roda gigante?” Inevitável que o Parque de Diversões fosse o centro dos comentários, mostrando a presença incansável de triângulos a favor da segurança, impressionou as crianças, pois nunca imaginavam como eles eram importantes no funcionamento daqueles brinquedos. O último capítulo do vídeo mostrou os efeitos da propriedade de rigidez no triângulo e muitos precisavam testar com a prática também, quando o fizemos depois de assistir a mídia. Para tanto, usamos o mesmo “metro do pedreiro” que apareceu no clipe.
CONCLUSÃO:
Planejamento e estrutura bem montada, torna o vídeo didático de Matemática, grande ferramenta no exercício do saber. O tradicional fica vencido pela construção motivada e contextualização dos temas. Trabalhar com projetos é melhor que arriscar o imprevisto ou continuar com o “mesmismo” diante de um aluno que já percebeu as Novas Tecnologias. A interação entre aluno/vídeo/professor (SERNA, 2000), combina com este novo aluno que acredita nas mudanças. “Por que triângulos?” contextualizou no ensino da Geometria, mas acrescente ainda pela sua característica de mostrar várias aplicações do dia-a-dia, inclusive a de lazer das crianças – os triângulos impondo segurança aos movimentos da Roda-gigante ou Kamikaze no parque Mirabilândia–. As músicas e lugares bem atrativos puderam torná-lo motivador, capaz de promover o rendimento nos alunos à atenção dispensada, na aula tradicional. Concluímos que, no instrumento de 24 questões, quem assistiu ao vídeo acertou 8 questões a mais em relação a quem não o assistiu. Que este material deva ser aproveitado em atividades da Geometria como ferramenta motivadora da aprendizagem. Sim, Vídeo-Didático não existe, nós professores é quem o faremos ou não! (MACIEL, 2008). Admitamos que a motivação e o contexto sejam imprescindíveis em sua sala de aula.

Palavras-chave: Triângulos, Vídeo didático, Propriedade de rigidez.