61ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 2. Economia e Sociologia Agrícola
PRODUTIVIDADE DA BOVINOCULTURA DE CORTE PAULISTA EM 1972 E EM 2005
Eder Pinatti 1
Sônia Santana Martins 2
Danton Leonel de Camargo Bini 3
Abel Ciro Minitti Igreja 4
1. Zootecnista, MSc., Pesquisador Cientifico, Inst. de Economia Agrícola (IEA/Apta)
2. Engª Agrônoma, Dra, Pesquisadora Cientifica, Inst. de Economia Agrícola-IEA/Apta
3. Geógrafo, MSc., Pesquisador Cientifico, Inst. de Economia Agrícola (IEA/Apta)
4. Eng.º Agrônomo, Dr., Pesquisador Cientifico, Instituto de Zootecnia (IZ/Apta)
INTRODUÇÃO:

       Os ganhos de produtividade da agropecuária deve-se a um conjunto de fatores, dentre os quais merecem destaque a geração e adaptação de tecnologias pelas universidades e institutos de pesquisas, além das iniciativas do setor privado.

       Produtores adotam novas tecnologias que viabilizam a elevação da produtividade e isto permite o aumento da oferta de produtos, o que por sua vez leva a redução de custos e dos preços, que em última instancia é o objetivo de todo o processo que se inicia na pesquisa. Assim, a pesquisa, ou seja, o desenvolvimento de novas tecnologias permite a elevação do bem-estar da sociedade (Barros et. al, 2005). A situação ideal, onde a pesquisa atinge seu objetivo não ocorre em todas as situações, em virtude de fatores que interferem em alguma das fases. Assim se faz necessário o acompanhamento da evolução de todas as etapas.

       A produtividade da pecuária está relacionada aos índices zootécnicos, que mensuram a produtividade de um rebanho ou rebanhos, o mais utilizado tem sido a taxa de desfrute (abate); taxa de lotação, de natalidade e de mortalidade, idade de abate, peso de abate, idade ao 1.º parto, descarte de vacas e quilos produzidos de carcaça por área são indicadores importantes e também bastantes empregados.

       O objetivo deste trabalho é fazer uma análise dos indicadores de produtividade da bovinocultura de corte Paulista em 1972 e em 2005.

METODOLOGIA:

       Para a elaboração desse trabalho, além do levantamento bibliográfico que possibilitou um embasamento teórico para o estudo, priorizou-se a análise dos indicadores de produtividade da bovinocultura de corte (Toyama et. al., 1978; Pinatti, 2007). Através da coleta de informações no banco de dados do Instituto de Economia Agrícola da Secretária de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (IEA/Apta/SAA) se visualizou a evolução dos indicadores nos anos de 1972 e 2005.

RESULTADOS:

       De 1972 a 2005, o rebanho paulista cresceu 35,6% (de 10,4 mi. para 14,1 mi. de cab.), a área de pastagem decresceu 7,1% (de 10,9 mi. para 10,1 mi. de ha), o que demonstra aumento do uso racional das pastagens, permitindo o aumento do rebanho mesmo com a redução da área.

       Os abates aumentaram 122,7% (2,3 mi. em 1972 para 5,1 mi. de cab. em 2005) e a produção cresceu 128,7% (0,53 mi. para 1,21 mi. t.Eq.C), ocorrendo assim um aumento de 5,9% no peso de abate (de 230 para 243Kg). A idade de abate sofreu uma redução de 20% (de 45 para 36 meses). A taxa de abate (incluindo o abate de animais vindos de outros estados) subiu 47,6% (24,6% para 36,3% do total do rebanho). Assim a produção e os abates mais que dobraram como resultado do aumento do rebanho, da diminuição da idade de abate, aumento dos confinamentos e principalmente pelo grande número de animais acabados vindos de outros estados para serem abatidos em São Paulo.

       A taxa de lotação medida em cab/ha aumentou em 26,0% (1,0 para 1,26 cab/ha) e, quando medida em unidade animal (UA) em 38,8% (0,67 para 0,93 UA/ha), assim ocorreu um incremento significativo, sendo que a UA/ha, teve maior aumento, o que é favorável, já que este indicador é o mais utilizado, pois permite uma melhor análise da lotação da pastagem, já que os animais de um rebanho ao variarem de categoria (sexo e idade) influenciam a capacidade de suporte da pastagem.

CONCLUSÃO:

       A bovinocultura de corte paulista teve significativo progresso técnico de 1972 a 2005, com destaque para produção de carne e taxa de abate, entretanto dado os avanços nas diversas áreas da produção, este progresso poderia ser mais expressivo. Assim as tecnologias geradas e/ou adaptadas nas universidades, institutos de pesquisas e no setor privado não estão sendo plenamente aplicadas no setor produtivo.

       Em linhas gerais, observou-se que a área utilizada pela atividade ainda está subaproveitada, portanto, o estado de São Paulo tem potencial de aumento da produção de carne bovina ou liberação de grandes áreas de pastagens degradadas para outras atividades sem reduzir a produção, deste modo, a melhoria e o uso racional das pastagens são primordiais.

       O acompanhamento da produtividade torna-se imprescindível para a elaboração de soluções para os eventuais pontos críticos da cadeia produtiva e melhoria na capacidade da tomada de decisões dos agentes públicos e privados, o que contribui para manter a atividade presente e competitiva. Sendo assim, casos característicos de especulação fundiária, onde a ocupação por pastagens de grandes áreas ocorrem no intuito de constituí-las como reservas de valor a ser realizado quando do surgimento de atividades agropecuárias com custos de oportunidades mais atrativos (para realização de arrendamentos, parcerias e até a venda) devem ser desestimulados, direcionando essas áreas para atender de maneira satisfatória as necessidades da sociedade.

Palavras-chave: Bovinocultura de corte, Índices Zootécnicos, Produtividade.