A Mata Atlântica encabeça a lista dos biomas mais ameaçados de extinção e, em termos de diversidade de fauna e flora pode ser comparado à Amazônia. Em Pernambuco um tipo de floresta pouco estudada é a do tipo Ombrofila Montana, conhecida como brejos de altitude. O local em estudo, a Mata do Siriji, é a maior remanescente no Estado desse tipo de mata.  Sua formação vegetacional apresenta uma elevada área basal e variação quanto ao porte, havendo a presença de cinco estratos, sendo três arbóreos, um arbustivo e um herbáceo. Possui árvores centenárias, de grande porte, algumas em processo de extinção, como o Pau-de-jangada e flores naturais das espécies nativas da Mata Atlântica. No potencial hídrico, a área onde a referida mata está situada possui cerca de trinta e duas nascentes, sendo algumas de grande importância para a formação da bacia do rio Siriji. A fauna do local é de grande diversidade, também havendo a existência de animais em risco de extinção, como a borboleta azul, entre outras.  Os recursos minerais da região estão representados pelo granito, pela argila e pelo calcário cristalino, alguns com forte potencial de exploração.

A principio foi feito contato com a prefeitura do município de Limoeiro que possui cerca de 496 ha, dos 600 ha da mata total.  Foram realizadas entrevistas com o grupo de ambientalistas da ONG - Ambientalista que trabalha em conjunto com a prefeitura, sendo, atualmente, a responsável por projetos desenvolvidos na área. Por sua vez foram feitas pesquisas em Internet, livros e revistas, registros fotográficos e realizadas visitas ao local estudado quando se teve a oportunidade de entrevistar pessoas da região. Coletado esses dados, procedeu-se às análises e comparações entre o material obtido em gabinete com aquele obtido no campo, culminando com a elaboração do relatório de pesquisa.  

Foi observado que o local possui um grande potencial paisagístico, com exuberância vegetacional, hídrica e de fauna nativa. O elemento paisagístico por si só já é algo a ser apontado como um dos fatores que deve ser objeto de preservação: sua flora, seus recursos hídricos, pois se trata de área de nascentes e, ainda, sua fauna com animais em processo de extinção. Mesmo tendo sua conservação melhorada devido às ações da ONG Ambientalista AMATUR, o lugar continua sofrendo fortes pressões antrópicas, através de pequenas invasões, que têm contribuído para a diminuição da extensão da mata e ainda, da lavagem de roupas nas nascentes e captação da água para uso na agricultura, represando as mesmas, prejudicando assim o desenvolvimento da vegetação. Isso se agrava porque a mata não pertence apenas ao município de Limoeiro que atualmente tem se empenhado na preservação da área que o corresponde.  Fora desse município, estas superfícies estão sob domínio de agricultores que constroem barragens em suas propriedades, represando suas nascentes e até mesmo uma das nascentes pertencente à área do município de Limoeiro. Observou-se que esta ação prejudicou parte da mata que estava mais ressecada antes do período chuvoso.

A mata do Siriji é uma área de proteção permanente do estado de Pernambuco, que carece de estudos aprofundados, não tendo sido realizada, ainda, a catalogação das espécies animais, vegetais e dos fatores hídricos.  A intervenção é dificultada em função de que esta mata pertence a mais de um município o que demandaria uma ação conjunta dos municípios envolvidos. Em um determinado momento, uma das gestões municipais,  adquiriu o local  para fornecimento de água  e os governos que se sucederam  também não se preocuparam com a preservação da área.  A ONG Ambientalista tem lutado para a diminuição da degradação ambiental, interagindo com o setor público e com a população local. O que falta são investimentos por parte da gestão pública em projetos, como de educação ambiental. Entretanto, para que isso ocorra é necessário, primeiro, conscientizar a própria administração do município que em algumas vezes não tem compreensão no que cerne à questão ambiental. O mesmo ocorre com parte da população local. Deve se levar em consideração ainda, a necessidade de se divulgar o lugar que é pouco conhecido visando transformá-lo em um local de estudos e de práticas do ecoturismo. Dessa maneira é mais viável levar a conscientização ao público por relacionar os fatores econômicos, ambientais e culturais.