61ª Reunião Anual da SBPC
B. Engenharias - 1. Engenharia - 3. Engenharia Civil
CONCRETO BOMBEÁVEL COM ADIÇÃO DE FINOS BASÁLTICOS – ANÁLISE MICROESTRUTURAL
Ricardo Forgiarini Rupp 1
Paula Weber Prediger 2
Simone Bassan Petry 2
Luis Eduardo Azevedo Modler 2
Luciano Pivoto Specht 3
1. Bolsista PET/MEC-SESu e Acadêmico do Curso de Engenharia Civil - DeTec/UNIJUÍ
2. Engenheiro (a) Civil
3. Professor Doutor/Orientador – Departamento de Tecnologia – DeTec/UNIJUÍ
INTRODUÇÃO:
Atualmente uma das propriedades mais almejadas do concreto é a durabilidade, ou seja, espera-se produzir concretos com capacidade de resistir à ação das intempéries, ataques químicos, abrasão ou qualquer outro processo de degradação. A durabilidade está ligada ao volume e a quantidade de poros. Qualquer tentativa de refinamento dos poros, gerando um material menos permeável, auxilia na durabilidade das estruturas, contribuindo favoravelmente com o meio ambiente. Através da análise microestrutural conhecem-se as características e propriedades globais do concreto. A visualização do concreto através do Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV) permite não só o estudo da morfologia dos compostos hidratados, mas também a visualização dos vazios e fissuras desta interface crítica, as fissuras dos agregados e os compostos de hidratação do cimento. Este trabalho é uma continuação da pesquisa apresentada em MODLER et al. (2007) e tem entre seus objetivos estudar a microestrutura do concreto, comparando os resultados obtidos do ensaio de resistência à compressão com as micrografias, verificando se foi devido à incorporação de finos basálticos ao concreto que o mesmo teve sua resistência majorada e identificar as diferenças entre as misturas, relacionando-as com a mistura de referência.
METODOLOGIA:
Neste estudo foram utilizadas amostras cúbicas de 1 cm de aresta retiradas de corpos-de-prova de concretos com idade de 91 dias, que foram submetidas ao ensaio no MEV para obter as imagens relativas à microestrutura do concreto. As amostras ensaiadas eram provenientes de concretos bombeáveis com adição de finos basálticos. As adições de finos foram misturadas aos demais componentes do concreto em diferentes teores relacionados à massa de cimento (10%, 20%, 30% e 40%) para cada uma das quatro frações de finos obtidas (<75μm, <150μm e >75μm, <300μm e >150μm, <600μm e >300μm). A trabalhabilidade foi mantida acima de 130 mm através da incorporação de aditivo superplastificante. A análise das micrografias obtidas através do MEV foi realizada qualitativamente, através da comparação da morfologia resultante entre os diferentes produtos obtidos e destes com o concreto de referência. Para um fator a/c fixo e utilizando uma mesma ampliação, comparou-se os concretos com mesmo teor de adição e com adições de diferentes finuras, o que permite verificar a influência do aumento da finura. Também foi realizada a comparação de concretos obtidos através da adição de pó de pedra de uma mesma finura, mas em proporções diferenciadas, quando pode-se inferir sobre o efeito do aumento do teor da adição.
RESULTADOS:
Para o concreto de referência os resultados apontaram para uma significativa presença de poros vazios na interface pasta/agregado. Para o caso de concretos com um teor de adição fixo, analisando-se os materiais de diferentes finuras, selecionou-se a situação de concretos com finura >75μm, obtendo-se, através da análise das micrografias, uma presença mais significativa de vazios para o concreto de referência quando este é comparado aos concretos com as adições propostas. Este preenchimento dos poros pelas adições vem ao encontro dos resultados obtidos nos ensaios de resistência destes concretos, que apontaram um aumento acima de 22% na resistência dos mesmos. A análise entre as amostras com teores diferentes de finos do mesmo tamanho, mostra uma maior compacidade e preenchimento dos vazios do concreto com o aumento do teor de finos, o que referenda os resultados de absorção de água anteriormente obtidos e já relacionados. Prosseguindo a análise de concretos com diferentes teores de finos, todos de um mesmo tamanho, tornou-se evidente o melhor preenchimento dos poros pelo material inerte e a melhoria da qualidade da zona de transição quando comparados ao concreto de referência e também quando comparados entre si, havendo maior refinamento com o aumento do teor de adição usada.
CONCLUSÃO:
Sendo clara a melhoria do aspecto do concreto, o preenchimento dos vazios pelo material inerte e a conseqüente melhoria da zona de transição e das propriedades do concreto relacionada com a microestrutura do mesmo, vindo estes fatores ao encontro dos resultados numéricos anteriormente obtidos no ensaio de absorção de água, infere-se que a adição de finos inertes ao concreto tende a beneficiá-lo, aconselhando-se o aumento do teor de finos até um determinado patamar. Para um mesmo teor de adição, variando-se a finura do material adicionado, obtêm-se maior compacidade do concreto e redução dos vazios com o aumento da finura adicionada, ou seja, para um material mais finamente particulado produz-se um melhor preenchimento dos poros embora, os resultados de resistência e absorção não indiquem diferenças significativas entre as amostras analisadas. Isto conduz ao questionamento de que se o aumento da finura adicionada representa reais benefícios ao concreto, ou seja, até qual finura é compensatória a adição deste material particulado. As respostas a estas questões demandam novos estudos, como por exemplo, o comportamento destes concretos frente ao ataque de cloretos e o estudo da carbonatação do mesmo, aliados a novos estudos microestruturais.
Instituição de Fomento: MEC/SESu (Bolsa PET)
Palavras-chave: Concreto, adições minerais, análise microestrutural.