61ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 3. Saúde de Populações Especiais
CAPACIDADE FUNCIONAL EM IDOSAS PARTICIPANTES DE GRUPO DE CONVIVÊNCIA  
Vanderlane de Souza Duarte 1
Eduardo Faustino Coelho Sousa 1
Marcelo Lasmar dos Santos 1
Grasiely Faccin Borges 1
1. Universidade Federal do Amazonas -UFAM
INTRODUÇÃO:

A preocupação com a questão do envelhecimento é uma constante, principalmente quando se fala em envelhecer com saúde. A autonomia e a capacidade funcional são determinantes da manutenção da saúde do idoso e alterações nesses dois aspectos podem submetê-lo a uma dependência, influenciando diretamente na sua qualidade de vida.  A capacidade funcional pode ser evidenciada como a eficiência com que o idoso consegue realizar tarefas básicas. Vários fatores podem contribuir para a melhoria da autonomia e da capacidade funcional do idoso, e um deles é a prática de exercícios físicos dentro de grupos de convivência.

METODOLOGIA:

Foram entrevistadas 92 mulheres com idade acima de 60 anos, participantes de um grupo de convivência do município de Maringá (PR). A capacidade funcional foi verificada utilizando a escala de auto-percepção do desempenho de Atividades da Vida Diária (AVD), escala proposta por Andreotti e Okuma (1999), e foram coletados dados sóciodemográficos. Para início da coleta de dados, foi solicitada autorização da Secretaria de Ação Social do município de Maringá (PR) e buscou-se a permissão e o apoio dos coordenadores do grupo de convivência e a aprovação dos protocolos de intervenção do estudo pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos, da Universidade Federal de Santa Catarina. Para a análise dos dados utilizou-se os softwares EpiData 3.1 e o Statística 6.0.

RESULTADOS:

Segundo dados analisados referentes às características sócio-demográficas dos indivíduos observaram-se com relação ao estado civil um total de 47,8% das mulheres entrevistadas eram casadas ou viviam com o parceiro, em relação ao arranjo familiar 30,4% morava com o conjugue e os filhos. Com referência ao local de moradia 70,7% tinha moradia própria, com relação à escolaridade 87% eram analfabetas ou tinham o ensino fundamental incompleto, sobre a ocupação 40,2% eram donas de casa. Referente à classe econômica segundo a ABEP (Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa) 46,7% eram da classe C, das doenças existentes nas idosas 42% eram doenças circulatórias. Sobre a distribuição de freqüência da capacidade funcional das idosas 81,5% apresentaram capacidade funcional muito boa. Em relação à proporção das atividades da vida diária que as idosas apresentaram maiores dificuldades, 71,3% mostraram dificuldade em subir uma escadaria e 63,04% em descer uma escadaria (ambos com mais de 40 degraus).

CONCLUSÃO:

A análise da capacidade funcional em idosos não envolve só os aspectos fisiológicos decorrentes do processo de envelhecimento, mas também, segundo os dados analisados, aspectos sócio-demográficos como: estado civil, arranjo familiar, local de moradia, escolaridade, ocupação, classe econômica e a ocorrência de algumas doenças o que, de acordo com o estudo realizado, influencia diretamente em uma melhor ou pior capacidade funcional. É importante enfatizar ainda que apesar da dificuldade apresentada no que se refere ao movimento dos membros inferiores, nas idosas entrevistadas, a maioria apresenta uma capacidade funcional muito boa, demonstrando que é possível manter a autonomia e uma boa qualidade de vida.

 

Instituição de Fomento: CAPES
Palavras-chave: Capacidade Funcional, Grupos de Convivência, Idosas.