As quedas são conseqüências perigosas do desequilíbrio e da dificuldade de locomoção, comuns em pessoas com idade superior a 60 anos, responsáveis pela maior parte dos casos de fratura levando inclusive a morte. O declínio da função motora é complexo e multifatorial. A participação, integração e a sincronia dos sistemas osteomuscular, nervoso, e sensorial são necessárias para que o ato motor se realize sem alterações, como na marcha e na manutenção do equilíbrio. Estas manifestações trazem um grande impacto para a vida dos idosos, uma vez que podem levá-los a uma diminuição de sua autonomia social. Preservação do equilíbrio durante o processo de envelhecimento é fundamental para manter a independência funcional. A psicomotricidade pode exercer um efeito preventivo, conservando tonicidade funcional, controle postural flexível, boa imagem do corpo, organização espacial, temporal e integração motora perfeitamente adaptada às necessidades funcionais. O estudo avaliou o equilíbrio de idosos pela baropodometria e estabilometria antes e após intervenção psicomotora.

Foram avaliados através da baropodometria estática e dinâmica e estabilometria 11 idosos, três do gênero masculino e oito do gênero feminino todos em boas condições sociológicas e psicológicas, com autonomia física e social, em plena atividade, sem história prévia de fraturas.  A média de idade foi de 66,9±3,6. Os voluntários realizaram um protocolo de intervenção psicomotora com freqüência de três vezes por semana, durante três meses. O comportamento das oscilações corporais foi feito através da análise das oscilações do centro de pressão dos pés (CPP), no Baropodômetro Eletrônico composto por uma plataforma modular da Physical Support Italy, formado por sensores eletrônicos que reconhecem as informações do apoio plantar na locomoção natural de cada pessoa. As aquisições das imagens são precisas, instantâneas, repetíveis e não invasivas coletando informações sobre superfície plantar(cm²), descarga de peso, carga média(gramas/cm²), velocidade (m/s), comprimento do passo (cm), força (kg), passos por minuto, oscilações( mm/s) , elipse (mm²)e área de rolamento em  milímetros.

Os resultados da baropodometria dinâmica mostram diferenças estatisticamente significantes entre as avaliações iniciais e finais da superfície plantar em cm² (137.2±28.1 e 96.0±22.0, p<0,002) e na carga média gramas/cm² (542.8±256.4 e 93.8±198.6, p<0,046), mas não mostram resultados significantes estatisticamente quanto a velocidade em m/s (160.1±504.4 e 146.1±498.9, p <0.354), comprimento do passo em cm (40.0±6.3 e 35.9±13.4, p<0.450), força em kg (82.5±29.6 e 72.7± 19.0, p<0,116) e passos por minuto (75.1±17.2 e 114.2±89.7, p<0.165). Na baropodometria estática, não houve significância estatística quanto às avaliações iniciais e finais da descarga de peso, superfície em mm/cm².

Na estabilometria houve diferença estatisticamente na oscilação ântero-posterior em mm/s inicial e final (2.03±1.23 e 1.10±0.33, p<0.02). Quanto aos dados da estabilometria, não houve diferença estatisticamente significante nas avaliações iniciais da velocidade média oscilatória mm/s, elipse de superfície em mm², área de rolamento em mm e na oscilação latero-lateral em mm/s. 

A intervenção psicomotora foi eficaz no ganho de equilíbrio corporal ântero-posterior da distribuição da carga média em gramas/cm² dos pés e área de superfície em cm² proporcionando melhor apoio e uma marcha mais dinâmica e com maior independência funcional.