61ª Reunião Anual da SBPC
F. Ciências Sociais Aplicadas - 3. Economia - 5. Economia Internacional
UNIÃO EUROPÉIA: PROCESSO DE INTEGRAÇÃO ECONÔMICA.
Débora Cristina Petry 1
Karine Daiane Zingler 1
Denise Adriana Johann 1
Argemiro Luís Brum 1
1. Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul - UNIJUI
INTRODUÇÃO:

Os processos atuais de integrações econômicas têm suas origens no início do século XX na África, porém começam a projetar-se internacionalmente no Pós-Segunda Guerra Mundial especialmente na tentativa de conter novos conflitos na Europa. Atualmente vários são os exemplos de integrações entre os países, partindo desde tratados puramente comerciais à blocos econômicos cujo o ápice se dá com a adoção de uma moeda única e harmonização completa das políticas econômicas. Compreendendo na maioria das vezes um conjunto de medidas políticas, econômicas e comerciais, a fim de promover aproximação entre as economias dos países envolvidos. Através de um processo onde se eliminam barreiras ao comércio, aos pagamentos e à mobilidade dos fatores internacionais. Costuma-se, para tanto, dividir as fases de uma integração econômica em cinco grandes etapas: zona de tarifa preferencial, zona de livre comércio, união aduaneira, mercado comum e união econômica e monetária. Sendo que a medida que o processo avança para etapas superiores, as etapas anteriores permanecem intrínsecas. Nesse sentido entende-se a União Européia como forma mais completa de integração econômica. Pois é a única a alcançar todas as fases propostas, de maneira organizada contendo órgãos supranacionais que avaliam e fiscalizam a evolução e manutenção do processo de integração.

METODOLOGIA:

Baseou-se especialmente na análise de referenciais bibliográficos já produzidos a respeito da temática, extraídos de sites oficiais da União Européia. Nesse caso utiliza-se desses dados para elaboração de gráficos e tabelas no sentido de ilustrar a atual situação econômica do bloco econômico a ser estudado, bem como a evolução histórica de certos indicadores. Destaca-se também as diferenças existente internamente na UE, fazendo uma análise comparativa entre os países. Entre os principais indicadores analisados tem-se o Produto Interno Bruto, inflação e a relação entre dívida pública e PIB, com dados extraídos na EUROSTAT. Também analisa-se o processo histórico relacionado à formação e evolução do bloco, enfatizando quais os principais acordos e tratados que evidenciam cada uma das etapas do processo de integração econômica na perspectiva da União Européia. Bem como, a demonstração da atual situação organizacional do bloco, evidenciando as principais entidades supranacionais que orientam e regem o processo de integração entre os diferentes países do bloco. Sendo estas baseadas em bibliografias na área da Economia Internacional e discussões no âmbito acadêmico.

RESULTADOS:

A atual União Européia inicia-se em 1948, com a zona de livre comércio entre Bélgica, Países Baixos e Luxemburgo (BENELUX). Porém, comumente o embrião da UE é considerado a Comunidade Européia do Carvão e do Aço (CECA), 1952, entre os países membros do BENELUX, Alemanha Ocidental, França e Itália. Evoluindo em 1958 para o mercado comum Europeu, CEE. Em 1992 os países-membros assinaram o Tratado de Maastricht dando origem à União Econômica e Monetária (UE), última fase do processo de integração. Em que há a criação da moeda única (Euro), substituindo as moedas nacionais a partir de 2002, com o sistema financeiro passando a ser controlado pelo BCE. Atualmente são 27 países membros, destes 15 adotam a moeda única. Em relação aos aspectos macroeconômicos percebe-se que os maiores crescimentos do PIB em 2007 foram: Eslováquia, Letônia e Lituânia, já os menores foram: Hungria, Itália e Dinamarca. Em relação ao Índice Harmonizado de Preços ao Consumidor, percebe-se que os maiores percentuais em 2007 ocorrem na Letônia (10,1%), Hungria (7,9%) e Bulgária (7,6%), e as menores foram: Malta com 0,6% e 1,6% verificado na Finlândia, Países Baixos e França. O maiores endividamentos da administração pública em relação ao PIB, no ano de 2007,  foram: Itália (104%), Grécia (94,5%) e Bélgica (84,9%), já os menores: Estônia (3,4%), Luxemburgo (6,8%) e Letônia (9,7%).

CONCLUSÃO:

Baseada na cooperação entre países com disparidades socioeconômicas a UE é fruto de um longo processo, com vários tratados e acordos, visando o desenvolvimento num todo. Surgiram vários mecanismos e suportes para que as nações alcançassem as metas estabelecidas. Criaram-se diferentes órgãos supranacionais no sentido de melhor gerir esse processo implementando um sistema organizado que ainda está em concretização, pois nem todos os países membros fazem parte da zona Euro. Em relação aos indicadores avaliados percebe-se que os maiores crescimentos do PIB registrados em 2007 se referem aos países que recentemente ingressaram no bloco e que ainda não fazem parte da zona Euro. Para tanto, verifica-se certa relação com o indicador de inflação para a Letônia, que no ano analisado está entre os maiores crescimentos do PIB e inflação, opostamente a Eslováquia apresenta um dos menores índices de inflação, demonstrando sua capacidade de se adequar ao Tratado de Maastricht. Nesse caso também verificou-se a relação entre a divida publica e o PIB, em que ressalta-se os maiores endividamentos para as nações tidas como mais “desenvolvidas”, opostamente àquelas que recentemente ingressam na UE. Assim pode-se afirmar que do ponto de vista econômico, a partir das variáveis analisadas constata-se que essa integração tem sido positiva para os países membros, alavancando suas economias.

Instituição de Fomento: PET/MEC/SESU
Palavras-chave: Integração, Economia, União Europeia.