61ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 6. Zootecnia - 5. Zootecnia
RESPOSTAS SANGUÍNEAS E PLASMÁTICAS DO TAMBAQUI COLOSSOMA MACROPOMUM A BANHOS ANESTÉSICOS DE EUGENOL
Patrízia Teixeira Ribeiro 1, 3
Ana Maria Dias 2
Elisabeth Gusmão Affonso 2
Mariana Amaral 2
Cheila Boijink 3
Luis Antonio Kioshi Aoki Inoue 3
1. Uniniltonlins
2. INPA
3. EMBRAPA
INTRODUÇÃO:
O tambaqui vem conquistando a atenção de muitos piscicultores da Amazônia, contribuindo para a exploração racional da espécie com a presença do tambaqui cultivado em mercados, pesque-pagues e feiras-livres do Estado do Amazonas. Essa espécie é bastante apreciada também pelos consumidores de outros estados brasileiros. No entanto, esse animal é sensível às diversas práticas de manejo do dia a dia da piscicultura, podendo ocorrer a morte de animais durante o manejo inadequado. Uma das alternativas para reduzir o estresse é o uso de anestésicos como o eugenol. Esse produto natural pode amenizar esses danos, sendo ainda de extrema importância, visto que é de custo acessível e sem risco aparente de intoxicação aos peixes e operadores. Dessa forma, este trabalho avaliou respostas sanguíneas e plasmáticas do tambaqui durante a realização de banhos anestésicos simulados, de forma parecida aos conduzidos no campo.
METODOLOGIA:
Peixes foram estocados em 12 gaiolas flutuantes de 1m3, montadas em açude de uma propriedade particular, em densidade de 12 peixes por tanque durante 10 meses. Os peixes foram alimentados diariamente com ração comercial até um dia antes do experimento. Os tanques foram distribuídos ao acaso para quatro tratamentos com três repetições cada: Controle, T1, T2 e T3. Controle- os peixes foram somente amostrados nessas unidades. T1 - os tambaquis foram respectivamente transferidos, utilizando-se puçá, para três caixas de isopor com 20 litros de água cada, não contendo eugenol, permanecendo aí por 15 minutos e depois retornados aos tanques de origem. T2 e T3 tiveram manuseio similar ao aplicado em T1, porém utilizou-se eugenol nas caixas de isopor em concentrações de 15mg/L e 60 mg/L respectivamente. Três peixes de cada gaiola com 12 peixes foram amostrados logo após a imposição dos estímulos referentes aos tratamentos (0h) e depois de um período de recuperação (24h). Amostras de sangue dos animais foram coletadas para analises de hematocrito, hemoglobina, RBC e separação do plasma para dosagem de glicose e amônia e lactato.Os peixes remanescentes permaneceram ainda em observação por mais um mês nas gaiolas, quando foram então retirados e contados novamente.
RESULTADOS:
Não foi observada morte de peixes durante o experimento e nem no mês subseqüente. O tambaqui foi bastante responsivo aos estímulos aplicados durante o experimento, com aumentos claros do hematócrito, glicose plamática e amônia plasmática, de acordo com o aumento da concentração do eugenol nos banhos anestésicos nas exposições de 15 minutos. Porém 24h após os estímulos experimentais todos os grupos de peixes apresentavam valores sanguíneos e plasmáticos semelhantes aos observados no grupo controle de peixes, que não sofreram a imposição de estímulos adversos.
CONCLUSÃO:
O eugenol mostrou-se interessante como anestésico para o tambaqui, porém o anestésico em exposições de 15 minutos foi estressante aos animais. Possivelmente banhos anestésicos para tambaquis juvenis com eugenol devam ser realizados em tempos inferiores.
Instituição de Fomento: Embrapa (MP 03.08.01.05.70.002), CNPq (471263/07-9).
Palavras-chave: Piscicultura, Manejo, Anestesico.