61ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 8. Genética - 1. Genética Animal
DESCRIÇÃO MORFOMÉTRICA E CARIOTÍPICA DO MATUPIRI (Tetragonopterus argenteus, ORDEM CHARACIFORMES) COLETADO NA MARGEM DIREITA DO RIO AMAZONAS, CIDADE DE PARINTINS, AM
Edigleisson Lima Ribeiro 1
Alber Sousa Campos 1
João D’Anuzio de Azevedo Filho 1
Adailton Moreira da Silva 1
1. Universidade do Estado do Amazonas
INTRODUÇÃO:

Introdução

Em termos gerais podemos definir a diversidade biológica como o conjunto da informação genética existente nas espécies que constituem a flora, a fauna e a microbiota, usualmente relacionada com os diferentes graus de adaptações que apresentam os organismos em relação aos diferentes habitats ou ecossistemas existentes. Na bacia amazônica estima-se entre 5 a 30 milhões de espécies viventes. Nesta região existem mais de duas mil espécies de peixes compreendendo as mais diversas ordens e famílias deste grupo. O Tetragonopterus argenteus também conhecido popularmente como matupiri, pertence à família dos Characidae, subfamília Tetragonopterinae, ordem Characiformes. Esta espécie tem aproximadamente 11.2cm (SL) de comprimento padrão com distribuição geográfica que vai desde a bacia Amazônica até a bacia de La Plata. Sua importância comercial está na sua utilização em aquarismo regulamentada pela Instrução Normativa do IBAMA/n.203 de 22 de outubro de 2008. Por tanto, este trabalho visa apresenta a descrição morfométrica e cariotípica do matupiri (Tetragonopterus argenteus) coletado na margem direita do rio Amazonas, cidade de Parintins, AM.

METODOLOGIA:

Metodologia

Foram coletados 10 exemplares de T. argenteus na margem direita do rio Amazonas, orla fluvial da cidade de Parintins, AM, utilizando tarrafas e/ou anzóis com iscas. A amostra foi transportada para o Laboratório de Biologia do Centro de Estudos Superiores de Parintins – UEA, onde foram realizadas as etapas de indução de mitose, obtenção cromossômica, coloração e análise cromossômica. A identificação, metragem e pesagem dos espécimes capturados também foram realizadas no laboratório. Durante o processamento os animais capturados foram mantidos vivos em aquários aerados. A indução de mitose consiste na injeção dorsolateral de uma solução de fermento biológico na proporção de 1ml para cada 100g do animal por 24 horas. A obtenção cromossômica consiste na injeção intraperitoneal de uma solução de colchicina 0,0125% por 40 minutos. Posteriormente, o animal foi sacrificado e retirado o rim posterior e anterior. Em seguida foi obtida uma suspensão celular homogênea em KCl 0,075M e esta suspensão foi incubada por 20 minutos. O fixador utilizado foi o metanol e ácido acético na proporção de 3:1. A coloração e análise cromossômica foram feitas de acordo com o descrito na literatura para montagem do cariótipo utilizando Giemsa a 5%.
RESULTADOS:

Resultados e Discussão

No presente trabalho o número de raios da nadadeira anal variou entre 36 a 41, da nadadeira peitoral entre 13 a 15 e o número de escamas da linha lateral entre 32 a 34 escamas. Em relação a seu peso, os mesmos variaram de 11g a 25g, ressaltando que os animais de maior peso são machos. As diferenças ocorridas na metragem entre os indivíduos coletados são de origem adaptativa sendo mais bem estudado quando se aplica uma análise estatística multivariada, o que não foi realizada nesta pesquisa. As diferenças morfométricas são divergências morfológicas acumuladas ao longo de sua história evolutiva. Os matupiris (T. argenteus), quando analisado cariotipicamente, apresentam número diplóide 2n=42 tanto em fêmeas como machos. A fórmula cariotípica apresentou sete pares de cromossomos meta-submetacêntricos e 14 pares de subtelo-acrocêntricos (7M-SM + 14ST-A). Estes resultados confirmam o descrito para esta espécie em outras regiões do Brasil.

CONCLUSÃO:

Conclusão

Através das observações e das analises dos animais, percebe-se que há uma diversidade morfológica contrastando com uma singularidade cariotípica de Tetragonopterus argenteus na região de Parintins, AM. Estes resultados são de grande importância para o aumento do conhecimento da ictiofauna da região. Os Characiformes constituem uma das ordens dominantes e de maior diversidade entre os peixes tropicais. Characidae é a família mais numerosa da ordem Characiformes, com 960 espécies. Apesar dessa alta diversidade, a sistemática ainda continua uma incógnita, pois poucas relações filogenéticas estão sustentadas por caracteres não-ambíguos. Levantar diferenças entre populações pode ser importante para a conservação das espécies, à medida que permite reconhecer a diversidade dentro da espécie. O reconhecimento da variação intra-específica e citogenética do matupiri (T. argenteus) poderá ser um importante instrumento para o manejo e conservação dessa espécie de peixe.

Instituição de Fomento: Universidade do Estado do Amazonas; FAPEAM.
Palavras-chave: Cariótipo, Peixes, Amazônia.