61ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 2. Enfermagem de Saúde Pública
SATISFAÇÃO DOS USUÁRIOS DE PROGRAMAS DE CONTROLE DA TUBERCULOSE: SUA OPINIÃO COM RELAÇÃO À DISTÂNCIA E AOS MEIOS DE TRANSPORTE
Altair Seabra de Farias 1, 2, 3, 4
Laís Mara Caetano da Silva 1, 2
Pedro Fredemir Palha 1, 2
Iramildes Silva Souza 1, 2
Simone Teresinha Protti 1, 2
Tereza Cristina Scatena Villa 1, 2
1. Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (EERP/USP)
2. Grupo de Estudos Epidemiológico-Operacionais em Tuberculose (GEOTB-REDE TB)
3. Pós-graduando do Curso de Mestrado Enfermagem em Saúde Pública da EERP-USP
4. Bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM)
INTRODUÇÃO:

A Tuberculose (TB) se configura como um dos grandes problemas de Saúde Pública em todo o mundo, especialmente em países em desenvolvimento. O Brasil ocupa o 18º lugar entre os 22 países com a maior carga de TB notificada no mundo. Apesar de prevenível e curável, seu tratamento é complexo e muitas vezes é motivo de abandono. A satisfação dos doentes de TB em relação aos serviços de saúde é de grande importância para a adesão ao tratamento e controle da doença. O acesso se caracteriza como um dos principais fatores relacionados à avaliação de um serviço de saúde, e a acessibilidade implica na prestação contínua e organizada dos serviços de saúde da assistência por parte destes. O estudo teve como objetivo analisar a satisfação dos doentes de tuberculose com relação ao acesso aos serviços de saúde que prestam atenção a tuberculose em um município de grande porte do interior do Estado de São Paulo. Este trabalho é parte de um grande projeto intitulado “AVALIAÇÃO DA SATISFAÇÃO DO USUÁRIO EM RELAÇÃO AOS SERVIÇOS DE SAÚDE QUE PRESTAM AÇÕES DE CONTROLE DA TUBERCULOSE EM MUNICÍPIOS DE DIFERENTES REGIÕES DO BRASIL”, vinculado à Rede Brasileira de Pesquisas em Tuberculose (REDE-TB).

METODOLOGIA:

Pesquisa avaliativa, quantitativa, que tem como eixo a satisfação dos usuários/doentes de TB em relação aos serviços de saúde que prestam ações de controle da doença. Foram sujeitos do estudo os doentes de TB maiores de 18 anos, com mais de um mês de tratamento, que aceitaram responder ao instrumento por meio da leitura e posterior assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Atendendo a resolução 196/96, o projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (CEP-EERP-USP). A coleta de dados foi realizada no período de Dezembro de 2008 a Janeiro de 2009. A amostra contou com 77 doentes. O entrevistado respondeu a cada pergunta seguindo uma escala de possibilidades preestabelecida, a Escala de Likert, à qual foi atribuído o valor de zero a cinco. O zero foi atribuído à resposta “não sei”, e os valores de um a cinco registraram o grau de relação de preferência das afirmações (1-Muito ruim; 2-Ruim; 3-Regular; 4-Bom; 5-Muito bom). A análise dos dados ocorreu por meio da construção de um banco de dados no Software Statistica 8.0, da Statsoft. Em seguida, foram construídas tabelas de freqüência simples e confeccionadas médias e gráficos. 

RESULTADOS:
A maioria dos entrevistados 54 (77%) era do sexo masculino, e 66 (85,7%) faziam o Tratamento Supervisionado. No que tange à distância da residência aos serviços de saúde que prestam ações de controle da tuberculose, esta é considerada como boa por 35(45,5%) dos usuários, e por 19 (24,5%) como regular. Quanto ao tempo gasto no deslocamento da residência ao serviço, para 37 (48,05%) este foi considerado como bom, para 15 (19,5%) muito bom, e para 13 (16,8%) regular. O meio de transporte é considerado bom por 26 (33,8%) dos usuários, ao passo que 13 (16,8%) têm o mesmo como regular, e os gastos com este são vistos como bom para 16 (20,8%) e como regular por 8 (10,4%) dos usuários.
CONCLUSÃO:

Apesar da conformação da assistência a Tuberculose no município estudado ser centralizada, o que dificulta o acesso dos usuários a estes serviços, os resultados indicaram uma boa avaliação. Merece destaque a distância entre os serviços de saúde e a moradia dos usuários, também o tempo gasto no deslocamento, levando a uma reflexão acerca da conformidade destes serviços e necessidade de descentralização das ações de controle da tuberculose, para inclusive se configurar de acordo com o que o Programa Nacional de Controle da Tuberculose preconiza.

Instituição de Fomento: Fundo Global - Pró-Reitoria de Pesquisa da Universidade de São Paulo
Palavras-chave: Tuberculose, Acesso, Serviços de Saúde.