A utilização de plantas como medicamentos pela humanidade é tão antiga quanto à história do homem. O processo de evolução da "arte da cura" se deu de forma empírica, em processos de descobertas por tentativas de erros e acertos (MORS, 1982). Neste processo os povos primitivos propiciaram a identificação de espécies e de gêneros vegetais bem como das partes dos vegetais que se adequavam ao uso medicinal, o reconhecimento do habitat e a época da colheita (LÉVI-STRAUSS, 1989).

Vários trabalhos Etnobiologia, etnoecologia e etnobotânico vêm sendo desenvolvidos sobre o aproveitamento dos recursos biológicos pelos povos de diferentes regiões e etnias, em especial enfocando o aspecto medicinal (Almeida & Albuquerque, 2002).

Nesse contexto, os estudos relacionados com a medicina popular têm merecido cada vez maior atenção, em virtude da gama de informações e esclarecimento à ciência (Sheldon et alli 1997).      Assim, esses estudos constituem-se de fundamental importância para levantamento da diversidade de plantas utilizadas pelo raizeiros que cultiva nos quintais de sua casa, os dados em etnobotânico no amazonas ainda são escassos.

A comunidade de estudo localiza-se no município de Itacoatiara ao extremo leste O Bairro do Jauari (S03º08’58.9”, W058º 26’21.2”) Os habitantes da comunidade estudadas se caracterizam de um modo geral, pela origem essencialmente rural. Em sua maioria, nasceram na várzea do município de Itacoatiara local denominado Igarapé do Carão. Com o êxodo rural trouxeram as experiências acumuladas há séculos devido a miscigenação cultural com o Indígena e nordestino e comunidade quilombola que migraram para Amazônia. Utilizou-se o estudo de caso devido melhor método a captar a relação entre o sujeito histórico-social. As entrevistas foram aberta, semi-aberta, semi-estrutura. No trabalho de campo de julho (2007) a Maio (2008) houve a necessidade da sensibilização naquele grupo de pessoas específico, (raizeiros) para que adquiram a confiança e transmitir seus conhecimentos acumulados da experiência com plantas medicinais e seus usos. quanto a diversidade de espécies uso-se índice de  Foram estudadas 30 pessoas da comunidade entre cinqüenta (50) e noventa e sete anos (97) de Idade, significativo para a proposta da pesquisa.

No presente trabalho foi estudado 30 informantes, sendo 29 mulheres (96,7%) e 1 homem (3,3%). Quanto à finalidade os raizeiros utilizam as partes das plantas medicinais para diferentes atividades, como: medicinal (N= 103,70,5%); alimentos (N= 28, 19,2%); tecnológicos (N= 28, 19,2%); combustível (N= 9,6,2%).Foram registradas 146 espécies de plantas com potencial medicinal e indicadas pelos raizeiros para varias doenças. As famílias mais representativas e identificadas botânicas, e mencionadas nas freqüências de citações, foram: Labiatae (N = 12,11,65%); Verbenáceas(N=12,11,65%);Rutáceas(N=11,10,67%);Chenopodiaceae(N=9,8,74%);

Piperaceae(N=8,7,7%);Bignoniaceae(N=8,7,7%);(LiliáceasN=7,6,8%);Leguminosae(N=8,7,8%);Zingiberceae(N=8,7,8%);Gramineae(N=8,7,8%);Phytolacaceae(N=7,6,8%),Compositae,(N=7,6,8%);Euphorbiaceae;(N=7,6,8%),Lamiaceae(N=7,6,8%),Malvaceae(N=3,2,05%);Crussalaceae(N=1,0,7%);Mirtaceae(N=3,2,05%);Sambucaceae(N=5,4,9%). As espécies mais utilizadas para fins medicinais foi: Melissa offinicilis, L., Coleus barbatus Benth, Marrubium vulgare, L.Ruta graveolens. Na comunidade do Jauari a diversidade ecológica e equitabilidade de espécies foram abundantes, e caracterizando as espécies exótica dominante em ambiente de quintais e jardim e a nativa em ambiente de floresta. A comparação de comunidade da Ilha de Cardoso (SP),Ilha de santa Catarina (SC) e Jauari Itacoatiara ,(AM) , equitabilidade  e  O índice de diversidade de Shannoon e Wiener (H’) foi de 2,02, considerado elevado pelo número de informantes. Com relação ao hábito vegetal verificou-se 6 tipos: ervas  (N = 24,16,4%);arbustos(N=65,44,5%);epífitas(N=2,1,3%);arvores(N=48,34%);hemiepifíta (N=4 2,7%);lianas(N= 10,6%).As ervas são mais utilizadas na comunidade, seguido pelas arbóreas nativas e depois arbusto.

    O resultado discorda com a hipótese elaborada na síntese do projeto que o conhecimento etnobotânico na comunidade do Jauari estava sendo fragmentado pelo modelo capitalista ou da ciência positivista.