61ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 7. Fisiologia - 5. Fisiologia
EFEITO DE MÉTODOS PRÉ-GERMINATIVOS PARA QUEBRA DA DORMÊNCIA DE SEMENTES DE CINCO ESPÉCIES HERBÁCEAS DE Chamaecrista (FABACEAE, CAESALPINIOIDEAE).
Cleiciane Carneiro Serrão 1
Luiz Augusto Gomes de Souza 2
1. Centro Universitário do Norte - UNINORTE
2. Ciências Agronômicas - INPA – Orientador
INTRODUÇÃO:
O gênero Chamaecrista (Fabaceae, Caesalpinioidae, tribo Cassieae, subtribo Cassiinae), sendo pouco representada na América do Norte e em outras regiões temperadas (COWAN, 1981; LEWIS, 1987; LEWIS & POLHILL, 1998). O Brasil possui cerca de 230 espécies de Chamaecrista, sendo que o centro de radiação do gênero está localizado no estado da Bahia (LEWIS, 1987), entre as espécies de leguminosas, que ocorrem na Amazônia (SILVA et,al.,1989), poucas foram estudadas quanto a aspecto de germinação de sementes. A germinação ocorre numa seqüência de eventos fisiológicos influenciada por fatores externos (ambientais: luz, temperatura, disponibilidade de água e de oxigênio) e internos (inibidores e promotores da germinação). Para definição do melhor tratamento pré-germinativo á ser empregado para aperfeiçoar a germinação das sementes. Albuquerque (1987) descreveu a morfologia de frutos, sementes e plântulas de espécies que ocorrem na Amazônia central. Estudos efetuados nesse gênero são ainda incipientes. Diante disto tem-se cada vez mais a necessidade de se estudar o comportamento germinativo desta família, devido a sua grande importância econômica. Este trabalho teve como objetivo estudar os efeitos pré-germinativos do gênero Chamaecrista.
METODOLOGIA:
Os estudos de germinação das sementes de espécies de Chamaecrista foram feitas no Laboratório de Microbiologia do Solo do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, na CPCA, em 2008. As sementes empregadas nos testes foram coletadas nos municípios de Manaus, AM. As sementes foram registradas no Banco de Sementes Ortodoxas do LMS-CPCA-INPA, e preservadas em recipientes vedados em baixa temperatura (± 8ºC), em geladeira. As espécies de estudo foram: (C. desvauxii latistipula, (C. diphylla (L.) Greene), (C. mimosoides (L.) Greene), (C. nictitans (L.) Moench.) e (C. rufa Britton & Rose var. exsul ). Para as espécies os testes pré-germinativos foram; T1) Testemunha, T2) Escarificação química com (H2SO4) por 5 minutos, T3) A escarificação mecânica atrito entre lixas por 1minuto, T4) O choque térmico com água quente a (100ºC). O Delineamento Experimental adotado foi o DIC com 4 tratamentos e 4repetições de 25 sementes, totalizando 400 sementes. Decorrido o tempo de embebição das sementes foram postas em placa de petri forradas com papel toalha, à incubação das sementes se deu na estufa em temperatura de (24-26ºC). As sementes foram contadas diariamente até os 15 dias de experimento e as médias de germinação foram comparadas pelo Teste Turkey a 1% de probabilidade.
RESULTADOS:
As sementes de C. desvauxii, são pequenas, alongadas de tegumento marrom-avermelhado, com peso médio de 3,7 mg,onde esta espécie mostrou a taxa de germinação final de 72,0 % no tratamento com acido. A C diphylla são pequenas, alongadas, de tegumento negro, peso médio de 2 mg, o teste das sementes com ácido sulfúrico por 5 min, a taxa média de germinação no tratamento foi baixa e inferior a 50 %. A C. mimosoides de cor negra e quadrados achatados, com peso médio de 3,7 mg. Com os métodos para a quebra de dormência desta espécie o ácido sulfúrico por 5 min, atrito entre lixas por 1 min, resultaram nas maiores taxas de germinação, com 63,0 e 68,0 %. As sementes de C. nictitans são semelhantes às de C. mimosoides. Não mostraram diferenças significativas entre os tratamentos de choque térmico e entre lixas, ambos inferiores ao tratamento em que as sementes foram expostas ao ácido 89%. As sementes de C. rufa de cor negra e formato quadrangular achatado, com dimensões superiores com peso 12 mg. C. rufa mostrou resposta germinativa quando testadas com água à 100ºC. Entretanto, avaliando-se o Índice de Velocidade de Germinação, o tratamento com ácido superou todos os outros tratamentos testados, promovendo uma expressiva taxa de germinação nos primeiros dias após semeadura.
CONCLUSÃO:
As cinco espécies de Chamaecrista pesquisadas apresentaram mecanismos consistentes de dormência física de sementes e para obtenção de germinação satisfatória há necessidade de aplicação de um tratamento pré-germinativo. Todas as espécies estudadas, Chamaecrista desvauxii, Chamaecrista diphylla, Chamaecrista mimosoides, Chamaecrista nictitans e Chamaecrista rufa apresentaram boa germinação das sementes quando tratadas com ácido sulfúrico concentrado por 5 minutos. As sementes de C. desvauxii, C. mimosoides e C. nictitans, também podem ser escarificadas mecanicamente pelo atrito entre lixas por 1 minuto e C. rufa apresentou resposta ao tratamento térmico com água quente à 100ºC.
Instituição de Fomento: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA.
Palavras-chave: Germinabilidade, Superação de dormência, Leguminosas invasoras.