61ª Reunião Anual da SBPC

D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 7. Enfermagem

PERCEPÇÃO DE MULHERES SOBRE O EXAME DE PAPANICOLAU EM UMA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA EM SÃO LUÍS -MA.

Michelli Amorim Souza Guterres 1 Delfim Santana Pinheiro Guterres Júnior 2 Silvandira da Silva Castro 3

1. Profª Esp. Universidade Estadual do Maranhão/UEMA 2. Profº M. Sc Instituto Athena 3. Enfª Esp. Secretaria Municipal de Saúde de São Luís

INTRODUÇÃO:

O câncer de colo do útero constitui-se um problema de saúde pública nos países em desenvolvimento, pois alcança altas taxas de prevalência e mortalidade principalmente em mulheres de baixa renda e que estão em plena fase produtiva. No Brasil, esse tipo de câncer figura como a terceira neoplasia maligna mais comum, sendo superado apenas pelo câncer de pele e pelo câncer de mama. A estabilização de altas taxas de mortalidade é possível já que esta é uma neoplasia de fácil prevenção por meio da detecção precoce, realizada através do exame de papanicolau periódico dentre outras ações. Tal exame é de fundamental importância, pois além da prevenção e detecção precoce do câncer ginecológico, torna-se um procedimento indispensável aos programas de direitos reprodutivos, pré-natal e atendimento a patologias obstétricas possuindo grande aceitabilidade tanto pela população quanto pelos profissionais de saúde. Esse exame é realizado em nível ambulatorial e não provoca dor, no entanto, pela própria natureza do exame que envolve a exposição de órgãos relacionados à sexualidade, o papanicolau é motivo de desconforto para muitas mulheres, assim desejou-se analisar a percepção das mulheres sobre o exame de papanicolau em uma unidade de saúde da família.

METODOLOGIA:

A pesquisa teve metodologia quantitativa descritiva realizada no Centro de Saúde do Radional que funciona como Unidade de Saúde da Família(USF), na cidade de São Luís-MA, atendendo uma micro-área formada por bairros periféricos com população carente no período de agosto a setembro de 2008. A população foi composta por 84 mulheres cadastradas no Programa de Saúde da Família(PSF) e com exame agendado na unidade, sendo a amostra compreendida por 70 mulheres que realizaram o exame. Como instrumento para coleta de dados utilizou-se questionário com perguntas abertas e fechadas constando de dados relacionados a paciente e ao exame, estando a pesquisa em acordo com a resolução 196/ 96 do Ministério da Saúde, que diz respeito à pesquisas com humanos e ainda com a aprovação do Comitê de ética da Universidade Federal do Maranhão. Por fim, os dados foram analisados e dispostos em forma de gráfico e tabelas.

RESULTADOS:

Os resultados apontaram que apenas 27,60% das mulheres, estavam na faixa etária de 35 a 55 anos dado preocupante, pois é nesta faixa etária onde se concentra o maior risco de ocorrência de câncer invasor do útero. O nível econômico influencia de forma direta na detecção precoce desta patologia assim, quanto a renda familiar, 68,58% tinham renda variando entre menos de 01 a 02 salários mínimos. Observou-se que 57,15% realizaram o exame papanicolau anualmente, 40% declararam o motivo descuido, 20% falta de orientação profissional e 23% vergonha para não fazerem o papanicolau no período correto, demonstrando falta de conscientização das mesmas sobre os benefícios do exame. Quanto ao motivo da realização do mesmo, 42,85% realizaram o exame porque estavam com queixas ginecológicas. Do entendimento sobre o papanicolau, 44,28% disseram que o mesmo serve para prevenção de doenças, 37,14% importante para saber se tem alguma inflamação e 18,58% para prevenção do câncer de colo do útero, constatando-se a associação do exame principalmente a prevenção de doenças ginecológicas e não a prevenção do câncer de colo do útero.

CONCLUSÃO:

Embora a regularidade de realização do exame esteja dentro dos parâmetros recomendados, o grupo de mulheres em maior risco não está sendo plenamente atingido, haja vista que a maioria das entrevistadas procuraram a unidade de saúde para fazer o preventivo visando prevenção de doenças ginecológicas e não a prevenção do câncer de colo do útero, o que demonstra falta de conhecimento quanto ao objetivo do papanicolau, situação esta agravada pela falta de orientação do serviço de saúde. Os dados indicam ainda, que embora haja uma deficiência nos fatores comunicação e conhecimento por parte das pacientes, o PSF desenvolvido no Centro de saúde do Radional desempenha papel relevante quando considerado a realização do exame de papanicolau em mulheres de baixa renda familiar visto que o câncer de colo do útero é uma das principais causas de óbito.

Palavras-chave: Papanicolau, Percepção, Mulheres.