A fitorremediação é uma técnica promissora que utiliza sistemas vegetais para recuperar águas e solos contaminados por poluentes orgânicos ou inorgânicos, entre eles os metais pesados Particularmente, no caso dos metais esta técnica é bastante promissora, além de apresentar diversas vantagens, como possibilidade de aplicação em áreas extensas, baixo custo, redução da erosão e lixiviação dos contaminantes. Muitas plantas naturalmente exibem alta tolerância a metais pesados e são conhecidas como hipertolerantes. Para uma espécie ser hiperacumuladora é necessário que seja capaz de acumular de 1 a 5% de sua massa de metal Apesar das espécies lenhosas apresentarem menor grau de tolerância a níveis tóxicos de metais pesados do que espécies herbáceas, o seu uso na recuperação de áreas contaminadas é interessante, considerando que os metais ficarão por mais tempo imobilizados nos tecidos vegetais, retardando o seu retorno ao solo. Este trabalho tem como objetivo avaliar o potencial fitoextrator das espécies arbóreas, da família Leguminosae, Senna multijuga e Schizolobium amazonicum na fitorremediação de solos contaminados por metais pesados, do Pólo Industrial de Manaus (PIM).

As amostras de solo contaminado em relação ao controle, apresentaram valores altos de pH; P; Ca; Na; acidez trocável (H⁺ e Al³⁺), Mg, Cu; Fe; Mn; Zn e baixos de MO. As análises granulométricas mostraram que o solo contaminado apresenta característica de solo arenoso, enquanto o controle, argilosa. Estes resultados indicam que o solo do PIM teve seus atributos químicos e físicos alterados devido ao processo de contaminação antrópica ocorridos no solo. Os resultados ao final do experimento revelaram que A Senna multijuga apresentou maior taxa de crescimento mensal, se adaptando muito bem ao solo contaminado. As maiores concentrações de metais pesados obtidas nas duas espécies cultivadas no solo contaminado ocorreram para: Cd, Cu, Ni e Pb na parte área e Cu, Ni e Zn na radicular. A distribuição relativa do Ni, independentemente da espécie de planta, apresentou praticamente o mesmo valor, tanto na parte aérea quanto na radicular da planta. Este comportamento indica que as duas espécies de planta absorvem a mesma quantidade de Ni, sendo, portanto, tolerantes a este metal. A taxa de absorção de metais pesados permitiu observar o potencial de acumulação destes metais pela planta no solo contaminado, sendo maiores para Ni, Cd e Cu nas duas espécies.

A partir dos dados obtidos, verificou-se que ocorreu uma contaminação antrópica no solo contaminado. A espécie Senna multijuga foi a que apresentou maior tolerância ao solo contaminado. As maiores concentrações de metais pesados obtidas nas duas espécies cultivadas no solo contaminado ocorreram para: Cd, Cu, Ni e Pb na parte área e Cu, Ni e Zn na radicular. As plantas absorveram Ni de forma eqüitativa nas partes aéreas e radiculares no PIM, indicando que as mesmas são tolerantes a este metal As duas espécies pode ser classificadas como fitoextratora para Cd, Cu, Ni, Zn e Pb.