61ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 8. Química
EXPERIMENTAÇÃO EM QUÍMICA E APLICAÇÃO NO COTIDIANO
Carlos Cézar da Silva 1
Leandro Rezende Franco 1
Marcelo Bueno Guimarães 1
Rafael Franco Silveira 1
Kênia Alves Pereira Lacerda 1
1. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás-Campus Jataí / IFG
INTRODUÇÃO:

A gasolina é um combustível constituído basicamente por hidrocarbonetos (compostos orgânicos que contém átomos de carbono e hidrogênio) e, em menor quantidade, por substâncias cuja fórmula química contém átomos de enxofre, nitrogênio, metais, oxigênio etc. Os hidrocarbonetos que compõem a gasolina são, em geral, mais "leves" do que aqueles que compõem o óleo diesel, pois são formados por moléculas de menor cadeia carbônica (normalmente cadeias de 4 a 12 átomos de carbono)

O Programa de Monitoramento da Qualidade dos Combustíveis da ANP, iniciado no 2° semestre de 1999, apresenta como objetivos principais : mapear problemas de não-conformidades para direcionar as ações de fiscalização da ANP, tornando-as mais eficazes e dinâmicas. Em razão das dimensões nacionais, da impossibilidade logística de avaliar a qualidade dos combustíveis num único laboratório e da existência de um número expressivo de laboratórios em Universidades e Institutos de Pesquisa, a ANP mantém acordos que atuam hoje no monitoramento da qualidade dos combustíveis brasileiros.

Um componente presente exclusivamente na gasolina brasileira que merece destaque especial é o etanol. Seu principal papel é atuar como antidetonante em substituição ao chumbo tetraetila, que está sendo banido devido à sua elevada toxicidade. A quantidade de etanol presente na gasolina deve respeitar os limites estabelecidos pela Agência Nacional do Petróleo- ANP (teor entre 22% e 26% em volume). A falta ou excesso de álcool em relação aos limites estabelecidos pela ANP compromete a qualidade do produto que chega aos consumidores brasileiros.

A grande variação de preços no município de Jataí, motivou um estudo mais detalhado dos teores de álcool na gasolina comercial e posterior comparação com os preços praticados pelos de distribuição com o intuito de verificar a relação entre o preço tais percentuais de álcool.

Objetivou-se com este estudo comparar vários postos e distribuidoras de gasolina e verificar a relação entre estes no que diz respeito á variação de preço, localização, redes distribuidoras e época do ano.

METODOLOGIA:

O teste de teor de álcool presente na gasolina é regulamentado conforme disposto na Portaria ANP n.º 248, de 31 de outubro de 2000. A metodologia utilizada será de acordo com a mesma e feitas adaptações, quando necessário. O experimento será executado com água e amostras de gasolina coletadas pelo professor em postos do município de jataí no período mensal e com duração de no mínimo 06 meses. As análises serão efetuadas discentes com acompanhamento do orientador. A identidade dos postos e o nome das distribuidoras não foram revelados para manter a imparcialidade e a lisura da pesquisa. Em uma proveta de vidro graduada de 100 mL e previamente limpa, colocou-se-á 50 mL da amostra de gasolina, adicionando-se água e solução de cloreto de sódio saturada até completar o volume de 100 mL, misturaram-se as camadas de água e amostra por meio de leve agitação com bastão de vidro. Deixou-se em repouso por 10 minutos, a fim de permitir a separação completa das duas fases. Anota-se o aumento da camada aquosa em mililitros. A gasolina, de tom colorido, ficando na parte de cima do frasco e a água e o álcool, de tom transparente, na parte inferior. A mistura transparente, na qual se encontraram o álcool e a água, devendo atingir no máximo 63 mL dentro da proveta. A porcentagem de etanol presente na gasolina fou calculada a partir desse aumento do volume da fase aquosa. Os resultados foram organizados e posterior comparação foi feita entre as variáveis já descritas no texto introdutório

RESULTADOS:

Os resultados das análises foram organizados e comparados, os postos de gasolina, bem como a distribuidora dos mesmos. Todos os postos apresentaram teor de álcool dentro dos limites legais, embora haja grande variação entre os mesmos e inclusive entre postos diferentes que comercializam gasolina de mesma distribuidora. Em média, verificou-se que há relação inversa entre o preço da gasolina e o teor de álcool existente na mesma, assim, o preço mais baixo comercializado por determinado posto resultou em maior teor de álcool. Foram estabelecidas três faixas diferentes de teor de álcool encontrado nas gasolinas analisadas, os preços se mostram crescentes conforme o teor de álcool cai de 25,5 % para 23%.

CONCLUSÃO:

1. Diante destes resultados e vislumbrando uma contribuição para o cotidiano do cidadão jataiense, a pesquisa serve de um alerta para os proprietários de carros bicombustíveis (álcool e gasolina). Nem sempre um preço mais baixo da gasolina indicará maior economia, visto que o maior teor de álcool resultará em maior gasto de combustível por deslocamento.

2.Além disso, com adaptações, o experimento pode ser aplicado como metodologia para experimentação no ensino de química para alunos de ensino médio e superior ou em cursos de capacitação para professores de química e ciências.

Instituição de Fomento: PIBIC - IFG
Palavras-chave: experimentação, química, combustíveis.