61ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 3. Física - 2. Ensino de Física
O ENSINO DE FÍSICA MODERNA NO MUNICÍPIO DE SANTARÉM - PA
Evandro Ares de Araújo 1
Edilan Silva Lima 2
Eder Vasconcelos Marinho 3
Mariana Cristina de Freitas Osmar da Silva 4
Alexandre Guimarães Rodrigues 5
Lílian Cristiane Almeida dos Santos 6
1. Acadêmico - UFPA/Faculdade de Física Ambiental/Campus de Santarém
2. Acadêmico - UFPA/Faculdade de Física Ambiental/Campus de Santarém
3. Acadêmico - UFPA/Faculdade de Física Ambiental/Campus de Santarém
4. Acadêmico - UFPA/Faculdade de Física Ambiental/Campus de Santarém
5. Prof. Dr. - UFPA/Faculdade de Física Ambiental/Campus de Santarém/orientador
6. Profª. MSc. - UFPA/Faculdade de Física Ambiental Campus de Santarém/orientadora
INTRODUÇÃO:

A física moderna é considerada um ramo relativamente novo da Física com pouco mais de 100 anos de estudos da natureza. Seu inicio se deu com a publicação do trabalho de Max Planck sobre a quantização da energia em dezembro de 1900 e, desde então, levou a humanidade à explicação de fenômenos e às aplicações tecnológicas que não são compreendidos à luz da Física Newtoniana. Porém, quando comparamos o desenvolvimento científico com a sua abordagem dentro das instituições da educação básica, há certa decepção sobre o que é ensinado. Os estudantes ficam limitados a uma física de pêndulos e planos inclinados, como se o desenvolvimento científico não tivesse ultrapassado esse ponto de sua história. A excitante física do “muito pequeno”, dos novos materiais, da cosmologia moderna, em geral, é reservada aos pesquisadores universitários.

Esse trabalho pretendeu fazer uma caracterização inicial sobre a situação do ensino em Física Moderna nas escolas públicas do ensino médio em Santarém, região oeste do Pará. Investigou-se qual a formação dos docentes que trabalham a disciplina Física na educação básica. Além disso, a pesquisa procurou averiguar se a Física Moderna é ministrada nas escolas, levando em consideração a opinião dos professores quanto à abordagem de tal área em sala de aula.

METODOLOGIA:

A pesquisa foi feita com oito docentes do ensino médio da rede pública estadual, no município de Santarém-PA. Esse total corresponde a aproximadamente 35% dos 23 professores que lecionavam Física na época da pesquisa. Entre os entrevistados, alguns atuam em mais de uma escola, abrangendo desse modo treze instituições de ensino básico de um universo de trinta e cinco. Todos são licenciados em Física ou Matemática, com tempo de formação variado.

Como fonte de dados, utilizamos um questionário com perguntas abertas. Este foi desenvolvido em dois eixos: no primeiro, composto de cinco perguntas, buscou–se indagar a respeito da formação e atuação profissional; no segundo, constituído de oito perguntas, foi investigado se os professores abordam a Física Moderna em suas aulas, qual o entendimento que estes têm a respeito desse assunto e se pensam ser importante a abordagem da mesma no nível de Ensino em que atuam.

RESULTADOS:

A análise das respostas obtidas nos questionários indicou que 50% dos docentes pesquisados são licenciados em Física e a outra metade é licenciada em Matemática. Desse total, 12,5% têm formação continuada na área em nível de especialização.

Já trabalharam, mesmo que esporadicamente com tópicos de Física Moderna, 50% dos pesquisados. Verificou-se que 75% dos professores pesquisados não se sentem preparados para ministrar aulas que enfoquem esse tema, porém, 87,5% reconhecem a importância de se abordar Física Moderna no ensino médio, colocando-a como um fator importante para a compreensão das atuais tecnologias, o que possibilitaria um melhor embasamento para emissão de juízos de valor diante dos fatos que envolvam essas tecnologias.

Todos os docentes identificam como fatores problemáticos à inserção da física moderna no ensino médio: pequena carga horária; conteúdo programático extenso; falta de estrutura física das instituições; falta de domínio das ferramentas matemáticas pelos estudantes; falta de materiais didáticos. Entretanto, a totalidade dos professores sinaliza positivamente para a possibilidade de uma abordagem histórico-conceitual, focalizando as aplicações à tecnologia.  

CONCLUSÃO:

Os resultados apontam para a necessidade de se repensar a forma de se trabalhar o ensino de física no município de Santarém. Conciliar os conceitos físicos com aplicações no cotidiano e com o desenvolvimento histórico dos mesmos pode ser uma forma de auxiliar esse olhar. Os dados da pesquisa mostram ser imperativo a produção de material de apoio didático com esse perfil.

Uma vez que metade dos docentes que atuam com a disciplina Física não tem formação específica na área, acreditamos que a possibilidade de contar com profissionais com formação de licenciatura nesta ciência possa contribuir para que os tópicos de física moderna sejam tratados de maneira mais efetiva em sala de aula. Ainda assim, tal licenciatura tem o compromisso de estabelecer fronteiras com o que há de mais atual no conhecimento científico, sem esquecer dos aspectos metodológicos e pedagógicos, intrínsecos ao estágio da educação básica. Nesse sentido, a formação continuada é um fator para promover um ensino de maior qualidade por fornecer ao professor subsídios tanto metodológicos quanto de aprofundamento de conhecimento.

É oportuno ressaltar que os professores entendem a importância da abordagem da Física Moderna no Ensino Médio, ainda que, em sua maioria, não se sintam plenamente preparados para tal desafio.

Palavras-chave: Física Moderna, Ensino de Física, Educação Básica.