61ª Reunião Anual da SBPC |
A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 1. Físico-Química |
ANÁLISE FÍSICO-QUÍMICA DA GASOLINA C COMERCIALIZADA NO ESTADO DE RONDÔNIA: UMA APLICAÇÃO DE REGRESSÃO LINEAR POR COMPONENTES PRINCIPAIS |
Tainá Cunha de Aguiar 1 Pedro di Tárique Barreto Crispim 1, 2, 3 Cícero Hênio Vieira Marques 3 Mariangela Soares de Azevedo 1, 3 Luis Fernando Lira Souto 1, 3 Nilton Fagner de Oliveira Araújo 1 |
1. Universidade Federal de Rondônia 2. Professor MSc. (Orientador) 3. Laboratório de Combustíveis (LABCOM/UNIR) |
INTRODUÇÃO: |
Consta na literatura que o consumo anual de gasolina automotiva no Brasil é de aproximadamente 22 bilhões de litros, que são distribuídos à população através de mais de 28.000 postos revendedores. Devido à importância desse combustível, estudos estão sendo desenvolvidos a fim de garantir qualidade, que naturalmente implica em minimizar os efeitos ambientais e prevenir danos à saúde pública. A gasolina é uma mistura complexa de hidrocarbonetos voláteis, onde a concentrações desses compostos e suas características dependem da natureza do petróleo que a gerou, dos processos de refino e da finalidade para qual foi produzida. A calibração multivariada é uma área que se entende em química como quimiometria e que se refere à aplicação de métodos estatísticos e matemáticos a problemas de origem química. Os combustíveis comercializados no estado de Rondônia e Acre passam por um monitoramento realizado pelo LABCOM/ANP em parceria com a Universidade Federal de Rondônia. Este trabalho objetiva estudar os parâmetros físico-químicos da gasolina C comercializada no estado de Rondônia a fim de construir um modelo de regressão linear por componentes principais que simule o comportamento das temperaturas de destilação deste combustível. |
METODOLOGIA: |
As amostras foram coletadas diretamente da bomba medidora, armazenadas |
RESULTADOS: |
Os resultados físico-químicos apontaram as maiores adulterações para os pontos finais (T90% e TPFE), resíduo e teor de álcool, caracterizando-se 272 amostras como conformes e 73 como não conformes que foram usadas aleatoriamente na predição e validação do modelo. A PCA gerou a primeira componente explicando 63,28% da variabilidade dos dados, que pode ser interpretada como um índice das temperaturas de destilação ou, matematicamente, pela equação linear múltipla onde as temperaturas (T10%, T50%, T90% e TPFE) obtiveram, respectivamente, os coeficientes: 0,77, 0,82, 0,85 e 0,74. O modelo de regressão foi construído a partir do IT, onde se gerou uma equação linear múltipla com os valores 12,0641 e -3,6958, sendo respectivos coeficientes de resíduo e IAD, e r=0,54 (valor-p=0,000). O PRESS (soma dos erros quadradáticos da predição) para o modelo foi de 1691,9, com MSEP (média de PRESS) de 84,6 e RMSEP (raiz quadrada da MSEP) de 9,2. Sendo as T10%, T50%, T90 e TPFE previstas com PRESS de 2801,2, 2544,9, 2365,6 e 3091,1 respectivamente. Sabe-se que modelos com baixos valores de PRESS são os melhores, porém o erro para o modelo não é tão alto quando se considera este como modelo linear de apenas uma variável latente. |
CONCLUSÃO: |
Verificou-se que as adulterações ocorridas na gasolina C comercializada no estado de Rondônia, no período descrito, possuem alto teor de etanol e resíduo sendo este justificado por conter muitos compostos de alto peso molecular e apresentarem altas temperaturas de destilação (T90% e PFE). O modelo de regressão por componentes principais construído respondeu bem ao objetivo do trabalho, pelo fato de possuirmos a primeira componente explicando 63,28% da variabilidade dos dados e um modelo com apenas uma variável latente. Comparando os PRESS das temperaturas de destilação é possível acrescentar que este modelo representa melhor a temperatura de T90%, por possuir o menor PRESS, ou seja, indica que este modelo consegue prever melhor esta temperatura que as demais. Isto, provavelmente, se deve ao fato das variáveis resíduo e IAD estarem bem correlacionadas com T90%, onde o resíduo pode representar componentes iso-parafíncos e naftalênicos de alto peso molecular e o IAD os octanos (hidrocarbonetos com oito átomos de carbono). |
Instituição de Fomento: Laboratório de Combustíveis de Rondônia (LABCOM), PIBIC/UNIR |
Palavras-chave: gasolina comum tipo C, propriedades físico-químicas, regressão por componentes principais. |