61ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 3. Física - 2. Ensino de Física
ENSINO DE FÍSICA E MATEMÁTICA PARA PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS VISUAIS (PNEV)
Jefferson Neves Pereira 1
Jackes Martins da Silva 1
Marcos Cesar Danhoni Neves 1
1. Universidade Estadual de Maringá
INTRODUÇÃO:
Já há muito se discute a inclusão de portadores de necessidades especiais no ensino. Em nossa cidade, existem pessoas que possuem tais necessidades e que não tem um ensino adequado. Tendo isso em vista, o grupo PET-Física da Universidade Estadual de Maringá, juntamente com o Colégio Estadual Presidente Kennedy, presta auxílio para PNEV. Essa atividade fora antes realizada pelo grupo, em 1998, sendo retomada em 2007 e consiste no ensino de Física e Matemática de forma complementar aos alunos do Ensino Fundamental e Médio. Também há alunos que desejam estudar essas matérias para prestar exames de vestibular.
METODOLOGIA:
O projeto visa sanar as deficiências nas disciplinas de Física e Matemática, que os PNEV possuem devido às falhas no ensino que tiveram anteriormente, consequentes da falta de capacitação adequada de professores e de investimentos do governo no ensino especial. Além disso, objetiva-se, também, capacitar os petianos, a fim de que tenham as condições e habilidades necessárias no ensino para PNEV, através do aprendizado de metodologias e técnicas adequadas aos alunos. O conteúdo aplicado no projeto é o mesmo do ensino médio regular. Entretanto, o material didático utilizado é específico para PNEV. Nas aulas, é empregado o uso de maquinas de digitação no Sistema Braile, facilitando a escrita e a elaboração de cálculos. Os professores possuem à disposição um “manual” com símbolos matemáticos nesse sistema. Também são utilizadas figuras em alto relevo e barbantes fixados para promover uma compreensão mais clara de figuras geométricas. O uso da reglete é descartado devido à dificuldade de utilizá-la em sala de aula, mas a punção é usada para produzir desenhos em alto relevo. Além disso, é essencial a criatividade dos professores para utilizar objetos que facilitem a compreensão dos conteúdos.
RESULTADOS:
Como os alunos PNEV vinham, em sua maioria, de cursos supletivos, não tiveram a oportunidade de ter uma formação completa de conceitos matemáticos e de fenômenos físicos, uma vez que esses cursos têm curto período de duração, sendo os conteúdos passados de forma muito rápida. Após um ano acompanhando os alunos, notaram-se modificações na perspectiva de mundo destes, que passaram a entender concepções matemáticas tais como: ponto, vetores e manipulação algébrica. Percebeu-se também um melhor entendimento de conceitos físicos como, por exemplo: velocidade, aceleração, movimento circular e outros tópicos de Mecânica. Além disso, tendo conceitos melhorados, houve, para eles, uma maior prática na resolução de exercícios, auxiliando-os no ensino regular e em sua preparação para o vestibular. Em relação aos petianos participantes, o projeto ajudou a desenvolver metodologias de ensino, uma vez que formas alternativas de compartilhar o conhecimento com os alunos são requeridas. Ademais, também aprenderam a auxiliar uma pessoa PNEV em diversas situações encaradas no cotidiano.
CONCLUSÃO:
Os alunos contemplados com o projeto apresentaram um ótimo rendimento nas aulas. A utilização de materiais próprios para PNEV foi essencial para a aprendizagem. Os professores demonstraram bastante interesse e criatividade, pois, além de aprender a escrita e leitura no Sistema Braile, cada um elaborou um método próprio de ensino e empregou materiais não convencionais nas aulas ministradas.
Palavras-chave: Física, portadores de necessidades especiais visuais, aprendizagem.