61ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenharia Florestal - 1. Silvicultura
ANÁLISE DA COLONIZAÇÃO MICORRÍZICA EM MUDAS DE ACARIQUARA (Minquartia guianensis Aubl.) E COPAÍBA (Copaifera multijuga Hayne) EM RESPOSTA ADUBAÇÃO FOSFATADA E INOCULAÇÃO COM BACTÉRIAS SOLUBILIZADORAS DE FOSFATO.
ANDREA BARROSO AMANCIO 1
LUIZ ANTONIO DE OLIVEIRA 2
1. Universidade Federal do Amazonas
2. Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia
INTRODUÇÃO:

A demanda por produtos florestais da Amazônia vem aumentando consideravelmente nos mercados nacional e internacional, esse fato tem levado a um avanço da exploração florestal predatória de madeiras nativas, fazendo com que haja uma crescente preocupação com o desenvolvimento de técnicas silviculturais de espécies com alto valor econômico. Nesse contexto, as Acariquara (Minquartia guianensis Aubl.) e  Copaíba (Copaifera multijuga Hayne) estão entre as plantas com potencial de utilização por suas características de múltiplo uso. Nesse sentido, conhecer os microrganismos que vivem no solo e as transformações que eles promovem é fundamental para entender os efeitos diretos e indiretos na produtividade e na qualidade dos produtos florestais (Siqueira & Franco, 1988).  Existem evidências suficientes dos efeitos benéficos dos microrganismos do solo e seus processos na nutrição e crescimento das plantas, podendo inclusive serem considerados como modificadores da fertilidade do solo, pois atuam na disponibilidade e absorção de nutrientes (Oliveira, 1991).  Dessa forma, o presente estudo teve como objetivo verificar a influência da adubação fosfatada e das bactérias solubilizadoras de fosfato (BSF) na colonização micorrízica em mudas  de Acariquara e Copaíba.

 

METODOLOGIA:

O estudo foi desenvolvido em casa de vegetação da Coordenação de Pesquisas em Ciências Agronômicas (CPCA), do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), localizada na cidade de Manaus-AM. As plântulas de Acariquara e as sementes de Copaíba foram obtidas na Estação Experimental de Silvicultura Tropical do INPA.  O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados, com treze tratamentos e dez repetições para o experimento com a Acariquara e treze tratamentos e oito repetições para o experimento com a Copaíba. Perfazendo um total de 130 plantas para o experimento contendo as mudas de Acariquara  e 104 plantas para o experimento com as mudas de Copaíba, deixando-se uma planta por saquinho. Foi feito a adubação  em diferentes níveis de cálcio, magnésio, potássio, nitrogênio e o fosfato de rocha (FR)  e os  demais nutrientes foram aplicados de uma só vez, no início do experimento. Em seguida, foram inoculados quatro isolados de bactérias solubilizadoras de fosfato. Aos 240 dias após o transplante das mudas para os sacos plásticos encerrou-se o experimento para a Acariquara e aos 360 dias de avaliação encerrou-se o experimento para a Copaíba. Em seguida foram feitas avaliações relativas à colonização micorrízica e contagem de esporos. Para a determinação do percentual de micorrização, foram escolhidas cinco plantas por tratamento e retiradas frações de 1 cm das raízes mais finas que foram submetidas ao processo de clarificação e coloração proposto por Kormanick et al. (1980).

 

RESULTADOS:

Não foi encontrada colonização micorrízica nas plantas de Acariquara e Copaíba do presente experimento. Para verificar se esse resultado foi proveniente de uma possível ausência dos fungos micorrízicos no solo, foi feita uma contagem dos mesmos, indicando que embora em números baixos, eles se encontravam presentes no solo usado no experimento. Ao se avaliar o substrato utilizado para as mudas de Acariquara, o tratamento que apresentou o maior valor numérico (8,3 esporos) foi o com 25 kg de P2O5 (SFT) ha-1  e o menor valor numérico (4,3 esporos) foi o com 50 kg de P2O5 (FR) ha-1 + nutrientes adicionais + BSF. Para as mudas de Copaíba os tratamentos que apresentaram o maior valor numérico (7,3 esporos por 30 gramas de solo) foram o com 25 kg de P2O5 (SFT) ha-1+ BSF e o com 50 kg de P2O5 (SFT) ha-1+ BSF. Os que apresentaram o menor valor (5,0 esporos) foram o com 50 kg de P2O5 (SFT) ha-1 e o com 50 kg de P2O5 (FR) ha-1+ nutrientes adicionais + BSF. Esse fato vem confirmar que o baixo potencial de inóculo no solo deve estar relacionado com as características da germinação dos esporos e desenvolvimento dos fungos, ou pela incompatibilidade do fungo com a planta. Quanto à micorrização das raízes das duas espécies, não foi observada colonização micorrízica.

CONCLUSÃO:

As raízes das mudas de Minquartia guianensis e da Copaifera multijuga não apresentaram colonização por fungos micorrízicos arbusculares. Esse fato vem confirmar que o baixo potencial de inóculo no solo deve estar relacionado com as características da germinação dos esporos e desenvolvimento dos fungos, ou pela incompatibilidade do fungo com a planta.

 

Instituição de Fomento: CAPES
Palavras-chave: Produção de mudas, Micorrizas, Adubação.