61ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 8. Genética - 5. Genética Vegetal
GERMINAÇÃO IN VITRO DE GRÃOS DE PÓLEN DA GRAVIOLEIRA (Annona muricata L.) EM FUNÇÃO DE DIFERENTES HORÁRIOS DE INOCULAÇÃO EM MEIO DE CULTURA.  
Catia Ionara Santos Lucas 1
Maria Isabela Brito da Silva 1
Magali Oliveira Afonso 1
Generosa Sousa Ribeiro 1
Tiyoko Nair Hojo Rebouças 2
Abel Rebouças São José 2
1. Universidade do Estado da Bahia
2. Universidade do sudoeste da Bahia
INTRODUÇÃO:

A família das anonáceas é composta por plantas nativas de regiões tropicais e subtropicais, dentre elas, algumas do gênero Annona, são frutíferas e de interesse comercial, como a graviola (Annona muricata L.). O principal fator do insucesso da polinização natural é a dicogamia protogínica (Ribeiro 2006), causando uma baixa distribuição polínica por agentes naturais e como consequência, uma baixa fecundação dos carpelos. Dentre as técnicas de manejo, a polinização manual recebe destaque uma vez que a auto fecundação é insignificante para o gênero Annona. A determinação do percentual de germinabilidade dos grãos de pólen torna-se importante no sentido de melhorar as técnicas utilizadas pelos produtores e serve também para auxiliar programas de melhoramento genético visando o manejo correto da cultura. A germinação de pólen in vitro consiste em uma metodologia eficiente para a verificação da viabilidade polínica, fator importante no fitomelhoramento (Rebouças et.al. 2008). O objetivo do presente trabalho foi determinar a taxa de germinação polínica de Annona muricata L. quando condicionados à cultura in vitro em função da inoculação em meio de cultura em diferentes horários após a coleta do pólen, visando à melhoria das técnicas de polinização manual.

METODOLOGIA:

As amostras foram retiradas do pomar da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB)-Vitória da Conquista/BA. Coletou-se aleatoriamente, às 16 horas, 40 flores em estádio feminino, e estas foram levadas ao laboratório da Biofábrica da UESB, sendo acondicionadas em placas de Petri abertas, e deixadas à temperatura ambiente de 26º C. Às seis horas da manhã do dia seguinte, as anteras foram cessadas com o auxilio de uma peneira de crivo fino e os grãos de pólen foram coletados em placa de Petri. Imediatamente após a coleta do pólen, realizaram-se os primeiros testes, consistindo na distribuição de grãos de pólen em duas placas de Petri. Cada placa, continha meio de cultura composto de sacarose a 10%, ágar a 2% e ácido bórico a 0,1%. Após a semeadura, as placas foram deixadas à temperatura de 26º C. Esses procedimentos foram repetidos nos testes posteriores, nos seguintes espaços de tempo: 2; 4; 6; 8;10 e 12 horas após a coleta do pólen. Após 48 horas de incubação, cada placa foi analisada, sendo o horário contado de acordo ao seu período de inoculação. Preparou-se 10 lâminas, para cada placa de Petri, acrescentando-se uma gota de azul-de-amã a 1%, sendo feita a contagem ao acaso de cem grãos de pólen por lâmina, com o auxílio da objetiva de 4x de microscopia óptica.

RESULTADOS:

Na contagem (ao acaso) dos tubos polínicos, foi considerada a metodologia descrita por Cavalcanti (2002), segundo o qual, é considerado como germinado, o pólen que apresenta tubo com tamanho igual ou superior a si mesmo. As taxas de germinação polínica encontradas neste trabalho foram: 28% (hora da coleta do pólen); 23,8% (duas horas após); 11,4% (quatro horas após); 3% (seis horas após) e 0% para os três horários seguintes. Nos testes de germinação polínica in vitro da pinheira (Annona squamosa L.), realizados por (Ribeiro, 2005), a taxa de foi de 35,7% nas duas primeiras horas após a coleta do pólen. As taxas encontradas neste trabalho são consideradas baixas, comparando com as da pinheira, por se tratar de uma espécie da mesma família e mesmo gênero, e ainda por ambas apresentarem protoginia. Segundo São José (2003), os melhores horários para a polinização manual da graviola, são os de 6:00 até 10:00 horas da manhã, corroborando com os dados obtidos neste trabalho, o qual foi observada baixíssima germinação polínica após as 10:00 da manhã e nenhuma após as 12:00. De acordo a Azevedo e Pio (2002), em condições de cultura in vitro, o sucesso da emissão de tubo polínico, pode ser comprometido pelo meio de cultura utilizado, bem como suas condições físico-químicas.  

CONCLUSÃO:

Nas condições laboratoriais in vitro as quais os grãos de pólen da graviola foram submetidos no presente trabalho, as taxas de germinação polínica são baixas. Quando os horários após a coleta do pólen avançam, ocorre uma queda expressiva na capacidade de emissão de tubos polínicos. Há uma necessidade de estudos complementares relacionados à baixa germinação polínica da gravioleira, para um melhor auxílio em programas de melhoramento genético.

Palavras-chave: Germinabilidade, Tubo Polínico, Melhoramento Genético.