61ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 8. Fisioterapia e Terapia Ocupacional - 1. Fisioterapia e Terapia Ocupacional
AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO PULMONAR EM IDOSOS PRÉ E PÓS TREINAMENTO MUSCULAR RESPIRATÓRIO COM E SEM USO DE INCENTIVADOR
Marcelo Custódio Rubira 1
Bruna Aparecida Gomes Basso 1
Clavy Gomes Sales 1
Marta Brasil Chagas 1
Mariane Nunes Reco 1
Ana Paula F. De Angelis Rubira 1
1. Departamento de Fisioterapia / Faculdade São Lucas
INTRODUÇÃO:

O envelhecimento leva a modificações morfofuncionais em diversos sistemas orgânicos, dentre eles o aparelho respiratório (Mayor A, Mayor RU, 2004). Os músculos da respiração são músculos esqueléticos que podem sofrer alterações como a diminuição no tamanho, número de fibras e na transmissão do impulso nervoso na junção neuromuscular (Irwin S, Tecklin, 2003). O treinamento muscular respiratório proporciona melhora da força, endurance e mecânica diminuindo o trabalho da respiração (Pryor JA, Webber BA, 2002). Os testes de força dos músculos respiratórios, mais comum, consistem nas medidas de pressão inspiratória (Pimax) e expiratória (Pemax) estática máxima (Frownfelter D, Dean E, 2004). A prova de espirometria constitui um exame da função pulmonar para fins diagnósticos, terapêuticos e de intervenção e mede a capacidade vital forçada e ventilação voluntária máxima (Alvarez et al., 2004). O uso do incentivador, threshold, é recomendado por favorecer características e habilidades independentes de manter constantes as taxas de fluxos e propicia um feedback no treinamento respiratório (Andrade et al.,2005).O estudo avaliou a função pulmonar em idosos pré e pós treinamento muscular respiratório com e sem uso de incentivador.

 

METODOLOGIA:

O presente estudo foi realizado com 18 voluntários idosos, sem patologia respiratória, na faixa etária de 65 a 75 anos, de ambos os sexos e após serem esclarecidos a respeito da natureza do estudo assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. Foram realizadas avaliações respiratórias, compreendendo  medidas de manovacuometria: pressão expiratória máxima (Pemáx) e inspiratória máxima (Pimáx) e medidas de espirometria: volume expiratório forçado em um segundo (FEV1), capacidade vital forçada (CVF), a relação FEV1/CVF e medidas de fluxo com Peak Flow. Os voluntários foram divididos em dois grupos. Um grupo com treinamento de padrão muscular respiratório (TMR) e outro com uso de incentivador respiratório threshold IMT (TRS) no treinamento de padrão muscular respiratório. Os grupos realizaram treinamento respiratório três vezes por semana em dias intercalados, totalizando 18 sessões com duração de 30 minutos.

RESULTADOS:

Os voluntários apresentaram média de idade 71,56±5,5 anos, com IMC 27,34±4,4 kg/m2. As provas respiratórias de manovacuometria apresentaram diferença estatisticamente significante na pressão (cmH2O) na Pimax (60,6±11 e 51,2±14, p<0,001) e na Pemax (67,1±15 e 57±16, p<0,001), respectivamente no treinamento com e sem threshold IMT.  Na prova de Espirometria o parâmetro de  Capacidade vital forçada (CVF) não apresentou diferença estatística significativa (p<0,5) entre TRS 2,07±0,5 e TMR 1,92±0,3 L/s. Os valores de FEV1 (1,63±0,4 e 1,58±0,3,L/s), CVF/VEF1 (79,1±4,8 e 82,3±5,9) e as medidas Peak Flow (300±90,3 e 289±67) não apresentaram diferença estatística significante com e sem treinamento com threshold IMT, respectivamente.

CONCLUSÃO:

Verificamos melhor eficiência da força dos músculos respiratórios após o treinamento de padrão muscular respiratório com o uso de incentivador respiratório threshold em idosos e não houve diferença no volume expiratório forçado do primeiro segundo e capacidade vital forçada.

Instituição de Fomento: Faculdade São Lucas
Palavras-chave: Idosos, Espirometria, Treinamento muscular .