As atividades físico-motoras realizadas na infância são de fundamental importância no desenvolvimento bio-psicossocial da criança e adolescente. Tal fato justifica a necessidade de pesquisas na área esportiva para crianças e adolescentes, pois é crescente a prática de atividades, seja ela de forma espontânea ou como programa esportivo.

            A natação é uma das atividades mais procuradas por crianças e adolescentes, dentre as diversas formas organizadas de práticas esportivas, por ser considerada uma das atividades mais completas para o desenvolvimento físico e motor dos praticantes. A sua prática começa aos 4 ou 5 anos, isto é, as crianças têm sido direcionadas para os programas esportivos bem cedo, embora vários estudos apontem que estas crianças não estão plenamente preparadas para a assimilação positiva de altas cargas de treinamento. Além disso, os sistemas competitivos tradicionais e de treinamento muito semelhantes aos do esporte de alto rendimento, não são os mais indicados no esporte para crianças e adolescentes. Há necessidade de investigar modelos de intervenção pedagógica que possam assegurar um elevado rendimento esportivo sem pôr em causa o desenvolvimento e os valores fundamentais da saúde – física, psicológica e social – de nossas crianças e adolescentes.

            O esporte de rendimento para crianças e adolescentes deve constituir-se num espaço amplo de formação e educação. Embora se constitua numa prática seletiva sob o ponto de vista da competência esportiva, não se pode negar sua potencialidade em propiciar oportunidades diversas para o desenvolvimento cognitivo, comportamental, social e ético de seus praticantes.

Esta pesquisa está caracterizada como do tipo descritiva, objetivando diagnosticar os modelos de competição presentes na natação em Manaus. A amostra compreende 12 (doze) Clubes vinculados à Federação Amazonense de Desportos Aquáticos (FADA).

A população deste estudo está representada por cerca de 50 (cinqüenta) profissionais que atualmente trabalham nos clubes. A amostra deste estudo está composta de 40% (20 treinadores) deste universo profissional (N=20).

Em virtude da ausência de um instrumento específico para os objetivos deste estudo, elaborou-se um inquérito sob a forma de questionário provisório construído a partir da revisão da literatura pertinente ao tema.

Sobre o percentual de atletas que abandonam os treinamentos de natação, verifica-se que 40% dos treinadores apontaram que até 10% desistem da prática da natação; para 30% dos inquiridos a taxa de abandono está entre 10 a 20%; para 15% dos treinadores a taxa de abandono fica entre os 40 a 50%. 

Em correlação com a pergunta anterior, foi solicitado para os treinadores que apontassem qual o tempo para o abandono da prática da natação, sendo verificado que o maior abandono ocorre entre 2º a 3º anos segundo 27% da amostra. Para 22% dos treinadores não há abandono em decorrência do treinamento (e, sim de outros fatores). Em seguida, para 17% da amostra, o abandono se dá entre o 1º e o 2º ano de treino e outros 17% apontam o abandono após o 4º ano de prática.

            Segundo os treinadores, há diversos motivos que podem levar a criança e o adolescente a abandonar a prática da natação, os principais são os seguintes: falta de condição financeira para 45% da amostra: volume e intensidade de treinos excessivos, para 40%: cobrança dos pais, para 30%: falta de apoio governamental, para 20%. Outros ítens citados são: cobranças dos treinadores, pedagogia inadequada, má formação profissional dos treinadores, para 15% a amostra para cada item. Também para outros 15% da amostra, há a presença de outras atividades para as crianças e adolescentes, tais como: cursos, vestibular e outras atividades.