61ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 1. Ciência do Solo
CLASSIFICAÇÃO DE ALGUNS PERFIS DE SOLOS NA PROVÍNCIA PETROLÍFERA DE URUCU, COARI – AM
Rodrigo Santana Macedo 1
Wenceslau Geraldes Teixeira 2
Gilvan Coimbra Martins 2
Adriana Costa Gil de Souza 2
Omar Cubas Encinas 3
1. Universidade Federal do Amazonas - UFAM
2. Embrapa Amazônia Ocidental
3. Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
INTRODUÇÃO:

O presente trabalho compõe uma série de estudos ambientais aplicados à recuperação de áreas degradadas situadas na Província Petrolífera de Urucu, Coari AM, no âmbito do Projeto CTPetro/FINEP – Amazônia. O principal objetivo e utilização da classificação de solos tem sido a interpretação para uso agrícola, pois eles fornecem importantes subsídios que permitem a melhor decisão sobre a utilização do solo de maneira racional e eficiente, no qual se realiza recomendações sobre o comportamento dos solos, permitindo previsões sobre o melhor manejo, quais culturas serão mais bem adaptadas e qual a produtividade esperada para cada classe de solo sob determinada condição climática (Fasolo, 1996). Na região estudada, o conhecimento das características originais do solo é uma importante ferramenta para se avaliar o sucesso do processo de reflorestamento e crucial para a redução dos processos erosivos, em vista do estabelecimento de correlações e interpretações da variabilidade espacial relativas às mudanças da qualidade dos solos com o tempo. Com vistas a subsidiar o estudo de recuperação de áreas degradadas em sítios de exploração de petróleo, o objetivo do presente estudo é classificar alguns perfis de solo na Província Petrolífera de Urucu, Coari – AM.

METODOLOGIA:

O trabalho foi realizado na Província Petrolífera de Urucu, situada nas coordenadas geográficas 4º53’S e 65º11’W, município de Coari – AM. O clima é tropical úmido, tipo Afi pela classificação de Köppen, apresentando precipitação média anual de 2.250 mm. A temperatura média anual da região é de aproximadamente 26ºC (Vieira & Santos, 1987). Três perfis foram descritos e amostrados segundo as normas e definições constantes em Lemos e Santos (2005), onde foram definidos os horizontes diagnósticos por meio de identificação em campo e com base em dados analíticos de laboratório, e, posteriormente classificados de acordo com o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (Embrapa, 2006). As amostras foram analisadas no Laboratório de Análise de Solo e Planta (LASP) da Embrapa Amazônia Ocidental. Estas, após secas ao ar, foram destorroadas e peneiradas obtendo-se a fração com diâmetro menor que 2 mm, denominada Terra Fina Seca ao Ar (TFSA). Em seguida, foi realizada análise granulométrica e química, conforme Embrapa (1997).

RESULTADOS:

Os perfis P01 e P02 apresentaram horizonte A fraco, caracterizado pela espessura inferior a 5 cm, enquanto o P03 apresentou horizonte A moderado, devido não apresentar requisitos para caracterizá-lo como outro horizonte diagnóstico superficial (Embrapa, 2006). A partícula silte é predominante em quase todos os horizontes dos perfis estudados, com valores variando entre 244 e 575 g kg-1. O P03 apresentou textura média e o P01 e o P02 pela tendência crescente de argila nos horizontes de máxima expressão pedogenética (horizonte B) e/ou nos horizontes de transição (horizonte BC), apresentaram textura binária média/argilosa. A elevada relação silte/argila indica a presença de material mineral muito pouco transformado fisicamente, ou seja, baixo grau de intemperismo, caracterizando a presença de horizonte diagnóstico subsuperficial B incipiente. Dado a concentração de alumínio > 4 cmolc kg-1 com atividade da argila > 20 cmolc kg-1 e saturação de bases < 50%, foi acrescentado o caráter alítico em todos os perfis. Dessa forma, P01 e P02 foram classificados como Cambissolo Háplico Alítico típico textura média/argilosa A fraco e o P03 como Cambissolo Háplico Alítico textura média A moderado.

CONCLUSÃO:

Os perfis estudados apresentam acentuados teores de silte, no qual dependendo da topografia e da cobertura vegetal ou ausência desta, podem apresentar elevada suscetibilidade aos processos erosivos. O fator pedogenético mais atuante na evolução pedogenética dos solos estudados parece ter sido o material de origem que imprimiu nos solos características físicas e químicas herdadas do material parental. A preponderância da ocorrência da classe Cambissolo demonstra as condições de pouco desenvolvimento pedogenético dos solos estudados.

Instituição de Fomento: FINEP
Palavras-chave: Cambissolo, alítico, háplico.