O leite materno é incontestavelmente indispensável para o desenvolvimento dos neonatos em todas as espécies. No entanto, existem grandes discrepâncias sobre quando o aleitamento deve ser interrompido e em populações com acesso precário a informação, muitas vezes o aleitamento é interrompido nos primeiros três meses após o parto. Neste estudo, propomos um modelo para a indução de uma deficiência no aleitamento, posteriormente seguido de estudos desse efeito no comportamento do animal jovem. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar as possíveis diferenças de gênero para alterações no aprendizado e memória em ratos lactantes submetidos à restrição parcial de leite materno.

Utilizamos ratos Wistar machos e fêmeas. Logo após o nascimento os animais foram divididos em 4 grupos. O grupo 1 continha 16 neonatos machos e uma mãe, o grupo 2 continha 8 neonatos machos e uma mãe, o grupo 3 continha 16 neonatos fêmeas e uma mãe e o grupo 4 continha 8 neonatos fêmeas e uma mãe. Os animais foram amamentados até 25 dias de vida e depois tiveram livre aceso a água e ração. Após 60 dias de vida foram aplicados os testes do labirinto Y e labirinto aquático para avaliação de memória espacial e temporal, bem como o aprendizado.

O teste de labirinto Y mostrou diferença significativa (p<0, 0001) para fêmeas subnutridas, enquanto que o mesmo não foi evidenciado entre os machos. No entanto para o teste de labirinto aquático não foram observadas diferenças significativas de gênero tendo os grupos subnutridos apresentado um desempenho inferior ao controle (p≤0,05).

A diminuição da oferta de leite materno durante o desenvolvimento cerebral pode acarretar deficiência na aquisição de memória e aprendizado com maior déficit para fêmeas.