| 61ª Reunião Anual da SBPC |
| A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 4. Química de Produtos Naturais |
| IDENTIFICAÇÃO DE ESTERÓIDE E ISOFLAVONÓIDE EM RESÍDUOS MADEIREIROS DE ANGELIM-PEDRA (Hymenolobium petraeum) |
| Willian Hayasida 1 Maria da Paz Lima 1 Claudete Catanhede do Nascimento 2 Antônio Gilberto Ferreira 3 |
| 1. CPPN, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia / INPA 2. CPPF, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia / INPA 3. DQ, Universidade Federal de São Carlos / UFSCar |
| INTRODUÇÃO: |
As agressões ao meio ambiente é um dos motivos que tem instigado a sociedade a refletir sobre as formas que os recursos naturais são explorados, assim a busca por alternativas para problemas como a destinação de sobras dos processos industriais se torna cada vez mais importante. O setor madeireiro em especial a construção civil, fábricas de móveis, indústrias de molduras, gera grande quantidade de resíduos os quais são descartados causando poluição ao meio ambiente e desperdício de matéria-prima. Estima-se que no Brasil é gerado cerca de 60 milhões de ton. de resíduos madeireiros por ano. Atualmente vem sendo proposto em programas como o Projeto Jovem Cientista do Amazonas o aproveitamento de resíduos gerados pelo setor madeireiro para fabricação de pequenos objetos reduzindo os rejeitos. Esta interação com a comunidade permite que muitos jovens aprendam técnicas e desenvolvam habilidades para artesanato profissional. Outro aspecto interessante é que as serragens são provenientes de espécies com pouco ou nenhum estudo químico e biológico assim a avaliação dos metabólitos secundários nestes resíduos sugerem novas perspectivas para os problemas desse setor. Neste contexto, este trabalho visou avaliar os metabólitos secundários em resíduos de Angelim-pedra (H. petraeum, Fabaceae). |
| METODOLOGIA: |
| A identificação do resíduo de Hymenolobium petraeum (Angelim-pedra) foi realizada por suas características macroscópicas em comparação com amostra disponível na Xiloteca da Coordenação de Pesquisa em Produtos Florestais (INPA). Para obtenção de extratos, 100 g de serragens de angelim-pedra foi submetido á maceração durante 7 dias em hexano e posteriormente em metanol fornecendo após evaporação dos solventes, os extratos hexânico (0,21%) e metanólico (2,36%). O extrato hexânico foi submetido à recristalização fornecendo a substância 1 (40 mg). O extrato metanólico foi particionado em solução hidroalcóolica (MeOH 60%) com hexano seguido de diclorometano (DCM) e acetato de etila. A fase hexânica, após evaporação do solvente foi tratada com metanol obtendo-se 1 (26 mg). A fase DCM após eliminação do solvente foi filtrada em coluna de celulose fornecendo um sólido que submetido a recristalização obtendo-se o isolamento da substância 2 (8 mg). |
| RESULTADOS: |
A substancia 1 foi identificada em CCD sendo β-sitosterol comparada em cromatografia em camada delgada com amostra padrão. O rendimento desta substância foi 18,69% com relação ao extrato hexânico e de 1,10% ao metanólico. A substância 2 foi identificada com base nos dados de RMN como 7-hidroxi-2’,4’-dimetoxisoflavana conhecida como sativan ou sativina. O espectro de RMN 1H mostrou os sinais de aromáticos em 6,94 (d; 8,4 Hz, H-5), 6,39 (dd; 8,4 e 2,4 Hz, H-6), 6,35 (d; 2,4 Hz, H-8), 6,45 (d; 2,4Hz, H-3’), 6,48 (d 2,4Hz, H-5’), 7,09 (d, 8 Hz, H6’). Os sinais das metoxilas foram observados em δ 3,80 e 3,8. O espectro de RMN 13C de 2 mostra 4 sinais característicos de carbonos “sp3” em δ 31,56 (C-3); 30,39 (C-4); 70,14 (C-2) , metóxilas em δ 55,36. Os carbonos “sp2” foram observados em δ 130,40 (C-5), 107,81 (C-6), 154,81(C-7), 103,20 (C-8), 155,24 (C-9), 114,90 (C-10), 121,86 (C-1´), 158,30 (C-2´), 104,5 (C-3´), 159,69 (C-4´), 98,74 (C-5´) e 127,55. As atribuições foram confirmadas através do mapa de contorno HSQC e HMBC. |
| CONCLUSÃO: |
| A utilização de resíduos para obtenção de matéria-prima mostrou-se promissora uma vez que foi possível isolar e identificar substâncias predominantes destes dejetos, como foi observado no isolamento e identificação do β-sitosterol substância de ampla ocorrência em espécies vegetais. O sativan (2) pertence a uma classe de substâncias com grande potencial biológico, como antioxidante, antifúngico, entre outros. Assim, devido à disponibilidade desta substância no laboratório, alguns ensaios de atividades biológicas serão efetuados com a mesma. |
| Instituição de Fomento: FAPEAM |
| Palavras-chave: Sativan, Fabaceae, serragens. |