61ª Reunião Anual da SBPC |
C. Ciências Biológicas - 7. Fisiologia - 2. Fisiologia Comparada |
Toxicidade do cobre e chumbo para Matrinxã (Brycon amazonicus, Spix e Agassiz, 1829) |
Ronildo Oliveira Figueiredo 1 Karen Yuri Suguiyama da Silva 1 Christiane Patrícia Feitosa de Oliveira 1 Rafael Mendonça Duarte 1 Maria de Nazaré Paula da Silva 1 Adalberto Luís Val 1 |
1. Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) / LEEM |
INTRODUÇÃO: |
Os elementos e substâncias químicas uma vez liberados em ecossistemas aquáticos, se distribuem entre os diversos compartimentos ambientais (água, sedimento e biota). Com isso o equilíbrio destas substâncias depende das propriedades físico-químicas do elemento, das características do corpo d’água e das atividades metabólicas e fisiológicas dos organismos vivos. O metal cobre é um micro-nutriente essencial em processos fisiológicos, porém, em concentrações mais elevadas causa efeitos deletérios à biota. O chumbo é um metal pesado não essencial aos organismos e sua função biológica ainda é totalmente desconhecida. A presença de chumbo na água prejudica a tomada de cálcio em peixes de água doce. Os testes de toxicidade avaliam o efeito de diversos agentes químicos para uma ou várias espécies, determinando a sensibilidade ao agente tóxico. A espécie Brycon amazonicus (matrinxã), é amplamente distribuída na região amazônica e, devido ao seu potencial econômico, torna-se importante para o estabelecimento de marcadores para o monitoramento ambiental. O objetivo deste estudo foi avaliar a toxicidade por meio da determinação da CL50-96h de cobre e chumbo, a partir de experimentos laboratoriais de exposição aos metais. |
METODOLOGIA: |
Os juvenis de Brycon amazonicus (matrinxã) foram adquiridos em fazendas de pisciculturas da região e transportados para o laboratório de Ecofisiologia e Evolução Molecular, CPEC/INPA. No laboratório, os animais passaram por um tratamento profilático em tanques de |
RESULTADOS: |
Os testes de toxicidade são realizados para determinar concentrações máximas permitidas para compostos tóxicos, além de prever impactos no ambiente e nos organismos. O valor da concentração média letal (CL50-96h) de cobre e chumbo para a espécie matrinxã foi determinado pelo programa computacional “LC50 Programs JSPear Test” baseado no método de Trimmed Spearman - Kaber, e foram respectivamente 0,380mg /L e 5,98mg/L. Com base nesses resultados o cobre foi mais tóxico para a espécie Brycon amazonicus. O mesmo foi observado em estudos com a espécie Colossoma macropomum, sob exposição aos mesmos metais e em condições experimentais similares, que teve valores de CL50-96h na ordem de 0,735mg/L para o cobre e 28,71mg/L para chumbo. Esses resultados confirmam que o cobre tem efeito mais tóxico sobre essas espécies. Os valores de CL50 encontrados neste trabalho mostram que a espécie Brycon amazonicus é mais sensível do que a espécie Colossoma macropomum para os metais cobre e chumbo. |
CONCLUSÃO: |
As CL 50-96h determinadas neste trabalho foram 0,380mg/L de cobre e 5,980mg/L de chumbo. A espécie Brycon Amazonicus mostrou maior sensibilidade à exposição ao cobre, onde foi observado o menor valor de CL50, quando comparado com o resultado de toxicidade observado para a exposição ao chumbo. |
Instituição de Fomento: Projeto Pronex (CNPq), FAPEAM, INPA FINEP, PETROBRÁS. |
Palavras-chave: Brycon amazonicus, CL50-96h, Metais pesados. |